Olá, Pessoal!!!!
Feliz ano novo! Super. Hiper. Mega atrasado.Eu não esqueci essa obra. Definitivamente, não. Eu só tenho uma barreira para escrever. Estou tentando vencê-la, porque ela me impede de fazer outras coisas.
Enfim. A vida!
Fiquem com mais um capítulo e perdoem-me pela demora.
****
Caminho pelo quarto.
Neste momento estou em um nervosismo extremo. Meus pensamentos rodeiam toda a complicação da situação atual, desde os aparecimentos dos monumentos de meu mundo até a complexa história deste mundo e a matriz que rege o universo.
Jogo-me de costas sobre a cama bufando o ar fervorosamente.
Fecho meus olhos na tentativa de descansar e tirar a minha mente de todos os problemas, porém volto a abri-los ao sentir a presença no exterior do meu quarto.
Levanto a cabeça e fico observando a porta e a sombra inerte na fresta inferior. Parecia uma estátua.
— Não sabia que eu precisava de guardas para me vigiarem.
Observo a inquietação além da madeira e levanto-me rapidamente em direção à maçaneta. Quando abro, a visão de um Derek surpreso e sem jeito, forço-me a controlar o riso.
— A não ser que vocês achem que eu necessite de proteção.
— E-Eu... Não a-achamos que...
Não suporto mais e começo a rir.
— Eu estou tirando uma com tua cara. — Dou minhas últimas risadas e volto a encará-lo serenamente. — Em que posso ajudar?
— Eu... — Derek olha para os lados procurando uma resposta.
— Gostaria de entrar? — Ele me encara com aqueles olhos com um misto de surpresa e timidez. Um pouco rápido demais, o lobo acena positivamente.
Abro espaço e deixo seu enorme corpo entrar no cômodo.
Após fechar a porta caminho até a cama novamente e seguro um dos travesseiros sobre o colo.
— Não consegue dormir?
— Acho que nenhum de nós dois conseguimos. — Ele sorri minimamente.
— É estranho ver que o charmoso e mulherengo Rei Derek não consegue dormir. — Cruzo minhas pernas e o encaro divertidamente. — Pensei que tivesse muitas amigas para te entreter até pegar no sono em noites assim.
Derek arregala os olhos e logo desvia o olhar envergonhado. Podia jurar que um leve rubor passou por sua face.
— São só rumores. Não sou mais assim. — Ele murmura e pela forma que suas palavras saíram, não consigo deixar de comprá-lo com uma criança emburrada.
Rio mais uma vez da cara do lobo.
Ele me olha e percebo que talvez tenha passado do limite.
— Desculpe-me por tomar seu tempo. Com licença. — Derek começa a sair, no entanto, corro até si e seguro seu forte braço.
— Não, não vá. Desculpa, passei do limite. — Ele me olha e não consigo decifrar o que ele significava. — Você quer passar a noite aqui? — O brilho toma conta de suas íris, mas logo trato de me corrigir. — Para c-conversarmos é claro. Até pegarmos no sono.
Derek sorri minimamente e concorda.
Segurando sua mão, levo-o até a cama e observo-o retirar sua capa e alguns objetos que levava.
— Posso te pedir uma coisa?
— Claro.
— Pode me contar sobre o passado? Sobre o nosso passado? É que eu tenho uma vaga compreensão, como se fosse o certo te querer e estar ao seu lado. E eu sei que é. Mas, eu não consigo lembrar de fato.
Sinto meu rosto esquentar, mas sorrio.
— Acho melhor irmos para a cama. É uma longa história.
Deito na cama e logo sinto-o se aconchegar ao meu lado. Cubro-me com o enorme edredom e jogo-o sobre Derek também. Fico com meu rosto sobre o travesseiro encarando o lindo perfil do lobo que me encarava atentamente.
Naquele momento, contei sobre tudo. Desde o momento em que acordei na inóspita caverna até a batalha final no Templo Estelar. Relatei minhas conquistas, surpresas e meu amor por ele, assim como minhas dores, perdas e traições.
Não consegui evitar as lágrimas, nem de evitar que o enorme buraco no meu coração voltasse a me desesperar.
Derek me puxou em seus braços e me acolheu em seu peito. A sua respiração sobre a minha cabeça me acalmou.
— Acha que conseguiremos encontrar a Matriz e resolver isso?
— Sim. Juntos.
Dou um riso anasalado e me abraço seu enorme corpo.
— Há mil anos atrás, Derek me fez uma promessa. De que iria comigo e viveria em uma casa no campo, pacificamente. Quando eu te encontrei aqui, essa foi uma das coisas que te falei; mas do jeito que a carruagem anda para mim, não sei se conseguirei ter um pingo de paz. — Inspiro profundamente sentindo seu perfume e me aconchego mais. Instintivamente, Derek faz o mesmo. — Se de alguma forma tudo acabar bem, se você ainda quiser me visitar, será bem vindo.
— Se você me permitir, gostaria de estar ao seu lado. — Ergo a cabeça para encará-lo.
— Tem certeza? Ou eu entendi errado?
Ele sorri.
— Depois que você fugiu da arena como dragão e desapareceu da minha visão depois de me olhar desapontado, algo dentro de mim dizia que eu havia falhado miseravelmente. Por todo esse tempo em que você esteve ocupado ajudando os Mernins, eu comecei a ver quem eu era e o quanto era fútil. Meu coração ansiava em te encontrar e meu lobo me condenava dia após dia. Quando te vi naquele salão alguns dias atrás, não pude ignorar toda a felicidade que eu tive só por te olhar e me perguntava como eu poderia ser mais feliz ao seu lado. Talvez eu não seja o Derek de mil anos atrás, mas eu gostaria de estar ao seu lado.
Não consigo esconder minha surpresa e felicidade e não evito quando impulsionou meu rosto em direção ao dele.
Aquele toque era algo que eu tinha tanta saudade.
Os lábios de Derek demoram a responder, mas logo tento lidar com sua afobação. Me afastando e segurando suas mãos em minha cintura.
— Você ficaria impressionado no quanto você se parece com ele. — Encosto minha testa na sua. — Mas vamos devagar, ok?
Ele me olha e concorda.
— P-Posso te b-beijar de novo?
Sorrio e afirmo.
Nossa noite continuou assim, entre beijos e sorrisos. Se dormimos? Acho que não. Acho que ambos ficamos com medo de acordarmos no outro dia e pensarmos que não passava de um sonho.
Era um momento que precisávamos, antes de iniciarmos a nossa jornada em busca da Matriz.
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O Humano - Epífane
Fantasía2° Volume de O Humano. Após os acontecimentos no Templo Estelar, Matteo desperta de seu sono eterno em um mundo mais desconhecido ainda. Os mistérios que espreitam este mundo irão mover mais uma vez o nosso protagonista, enquanto inimigos anseiam po...