Irmãos e Irmãs

1.3K 215 73
                                    

Estático encaro a firme expressão de Nimue. Depois de longos 2 anos, a fada simplesmente aparece dessa forma?

— Matteo, ela é... — Elffen começa a deduzir.

— Uma fada. — As vozes ao redor cochicham surpresas.

— Creio que deva ter encontrado seus irmãos. — Dirijo a palavra à Nimue.

— Sim. Encontrei e foram eles que exigiram falar contigo.

— Ótimo... — Resmungo lembrando que interromperam um momento único...

Bufo.

— Okay! Onde seus irmãos estacionaram os casulos? — Nimue franze sua expressão em confusão. — Só me leve até eles.

A fada dá meia volta e começa a voar até a saída. A sigo, porém, em meu encalço, Elffen, Elliot e Derek em acompanham.

Viro-me e os encaro fazendo minha melhor cara de: "O que estão fazendo?"

— Nós iremos juntos. — Elliot argumenta.

— Se vocês inventarem essa de ir, os outros reis também entrarão na moda. Cai fora. Não quero ser babá.

Resmungo minha frase somente para os três ouvirem, mesmo que algumas castas pudessem escutar...

— Eu não irei te deixar ir sozinho. — Derek fala firme e entre dentes.

Revirou os olhos.

— Ok. Mas Elliot fica para acalmar a situação.

O jovem rei bufa irritado e concorda.

Volto a subir as escadas acompanhado dos outros dois reis.

***

Acompanhamos Nimue até o exterior dos muros de Gaia. Entramos na mais profunda escuridão da floresta após o extenso campo.

Depois de tropeçar e quase cair estabanado no chão devido a uma raiz, lembro que consigo usar magia e ilumino o caminho.

Depois de mais um tempo andando, e eu ficando mais puto ainda por ter que andar demais, Nimue para em uma clareira. A luz das luas celestes iluminam perfeitamente o centro da clareira e os quatro indivíduos que nos aguardam.

Cada uma possuía uma cor, assim como Nimue. Pareciam os Power Rangers só que com asas e flutuantes. Poderia até confundi-los com o clube das Winx, só que com a Sininho, das Tinker Bell macho.

Concentro-me no restante da caminhada em direção ao grupo de fadas.

— Então esse é o rapaz que nos falara. — O Tinker Bell macho fala.

— Sim, irmão. — As fadas me encaram e Nimue se direciona a mim. — Matteo, esses são meus irmãos e irmãs. Os últimos fadas vivos neste mundo.

— É um prazer. — Meneio minha cabeça suavemente em cumprimento.

— Deveria se ajoelhar diante de nós... — O Ranger roxo cospe suas palavras.

— Fohat! — Nimue repreende o irmão.

— Nem fodendo. — Encaro o fada ainda não acreditando que esperava por isso.

Fohat começa a tremeluzir suas mãos e eletricidade percorre todo o seu corpo.

— Fohat! — A ranger vermelho faz o roxinho se acalmar contra sua vontade.

Enquanto Fohat caminha para um lado emburrado os outros fadas começam a se apresentar.

— Eu me chamo, Agni. A fada das chamas da vida e da destruição. Esses são meus irmãos. — Agni aponta cada um de seus irmão. — Anemoi, o fada dos ventos da longevidade e da esperança. — O fada de cor branca cintilante me cumprimenta com um leve menear de cabeça, semelhante ao meu. — O esquentadinho, é Fahot, o fada dos trovões das tempestades. — Fahot me encara de soslaio e estala a língua em desprezo. — E essa é Gaia, a fada da terra protetora da vida.

— É um prazer conhece-los. Eu me chamo Matteo, o humano que caminha pela floresta e por cavernas escuras. Esses são Rei Derek, líder dos Lobos e Rainha Elffen, líder dos Elfos. Meus amigos.

— É um prazer. — Agni cumprimenta.

— Não quero ser rude, mas vocês interromperam um momento importante para mim e eu nem sei se terei a mesma oportunidade novamente. Então... Nimue. O que descobriu? Depois de dois anos creio que deva ser algo realmente sério, dado à nossa conversa em Ethernium.

— Ethernium? — Elffen questiona.

— Estive lá procurando algumas respostas. — Não encaro minha amiga. Meus olhos estão focados seriamente na face de Nimue.

A fada suspira e flutua até uma árvore caída para se sentar.

— A situação é mais séria do pensei, do que esperava encontrar. — A fada coloca a mão na cabeça como se um problema insolucionável estivesse diante de si.

Gaia caminha até sua irmã e a conforta.

— Como assim?

— A Matriz entrou em colapso há mais ou menos 1000 anos atrás, talvez um pouco mais.

Tenho certeza de que meus olhos se arregalaram naquele momento. Não pode ser coincidência.

— E o que isso significa?

— Esse mundo e esse universo em que ele habita é só uma face de muitos outros. A Matriz é aquilo que mantém este universo em harmonia, se algo acontecer à Matriz, tudo se tornará um caos.

Neste momento meus pensamentos estão em um turbilhão.

— O que acontece se essa Matriz colapsar de vez? — Encaro Elffen e processo sua pergunta, depois volto meus olhos para as fadas.

— Tudo que conhecemos neste mundo, neste universo se unirá com os outros universos.

O estalo em minha mente me alerta sobre os monumentos que vi na minha viagem. Os monumentos de meu mundo.

— Já está acontecendo. — Afirmo preocupado.

— Sim, já está. — Anemoi diz. — Consigo sentir a mudança no ar. Todos nós conseguimos. — Ela encara seus irmãos que ficam abalados por um momento.

Sinto meu coração acelerar repentinamente. Isso é desespero? Porque algo assim está me afetando tanto? Medo? Será que estou assim por estar vivenciando uma destruição em massa novamente? Porque exatamente tenho sempre que passar por isso?

Meus olhos se enchem d'água.

Uma mão pousa em meu ombro. Ao virar, encaro Derek me olhando com total afeto e apoio. Seguro sua mão ainda em meu ombro e encaro as fadas.

— O que nós podemos fazer para evitar isso?

Eles me encaram diante de minha determinação.

****

Desculpem-me pela demora e pelo capítulo super curto.

Estou em um processo de colocar alguns projetos pessoais e profissionais em prática e está tomando o meu tempo, mas fiquem tranquilos. Eu já sei exatamente como pretendo levar essa história e aonde irei termina-la. Neste capítulo vocês já tiveram um prelúdio do que virá e sinceramente... Estou com meu coração apertado por saber que está chegando o fim. Estou ao máximo tentando dar ao Matteo um sentido para tudo que está passando e para o que ele irá passar. E gente...

Vai ser uma loucura!

Até a próxima!

O Humano - EpífaneOnde histórias criam vida. Descubra agora