Quando contei a notícia para minha mãe, ela não ficou tão animada. Minha mãe não era muito fã da ideia de eu ir trabalhar na casa de um homem que não conhecíamos e que morava fora da cidade.
Eu entendia ela. Acabei não insistindo na idéia porque uma discussão não ajudaria em absolutamente nada.
Infelizmente aquela não foi uma de nossas noites comuns. Aproximadamente umas quatro da manhã Amelie começou a tocir muito.
Minha mãe começou a ficar preocupada e nenhuma de nós conseguimos dormir mais. Amelie começou a piorar e começou a dar sinais de febre.
- Vamos levá-la ao hospital, mãe. - Chamei a atenção da minha mãe que tocava a testa de Amelie.
Minha mãe olhou para Amelie por uns segundos e depois se virou para mim assentindo.
Nós duas levamos Amelie para o hospital naquela madrugada e minha mãe entrou com ela para ser atendida.
Eu estava na recepção pedindo para que ela não tivesse nada grave. Era tudo que não precisávamos naquele momento. Eu não queria ver minha pequena sofrendo.
Depois de uns minutos sentada sozinha, minha mãe apareceu na porta e me chamou para vê-la.
Corri na direção da sala como se minha vida dependesse daquilo e meu coração se apertou quando vi Amelie deitada na cama daquepe hospital. Seus olhos não estavam brilhando e seu sorriso não estava presente. Ela estava sofrendo e aquilo me fazia sofrer junto.
Junto dela estava um homem de cabelos loiros e um jaleco branco. Em seu crachá estava escrito: Dr. Dalton.
- Aurora? - Amelie me chamou.
- Oi, minha pequena. - Me abaixei e peguei na mão dela.
- Por que está tão triste? Eu vou ficar boa. - Ela deu um sorriso com dificuldade.
- Eu sei que vai, meu amor. - Forcei um sorriso para ela.
- Posso ter com as senhoras um minuto? - O doutor perguntou chamando minha atenção para ele e eu concordei balançando a cabeça.
Dei mais um sorriso para Amelie tentando dizer que ficaria tudo bem, logo depois sai da sala junto da minha mãe e do médico.
- O que ela tem é grave, doutor? - Minha mãe perguntou parecendo agoniada com toda aquela situação.
- A Amelie tem uma pneumonia que se não tratada pode piorar muito. - As pernas da minha mãe falharam por uns segundos e sua pressão pareceu baixar. Eu a segurei com a ajudar do doutor que prontamente me ajudou a coloca-la num dos bancos presentes naquele corredor.
- E o que podemos fazer, doutor? - Perguntei fazendo ele olhar para mim.
- No momento a Amelie precisa ficar aqui em internação e precisará ser tratada com antibióticos. - O doutor respondeu enquanto minha mãe respirava devagar.
- Isso é muito caro, doutor? - Minha mãe perguntou com angústia e o doutor a olhou com preocupação nos olhos.
- Mãe, se acalma. Eu vou buscar água para a senhora. - Me levantei do banco e encarei o doutor em sinal de que era para ele vir junto comigo.
- Obrigada, querida. - Minha mãe respondeu e eu segui o corredor com o médico. Quando viramos, eu parei em sua frente e tentei parecer o mais forte possível.
- Doutor, minha mãe é mãe solteira. Nós não estamos passando por um momento muito bom, então preciso saber se esses antibióticos vão ser muito caros. - Olhei nos olhos do médico aguardando que ele dissesse algo.
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À um centímetro de distância
RomanceEla tem grandes expectativas de uma vida diferente. Apaixonada pelo modo como a música pode transporta-la de sua realidade para uma bem mais colorida, Aurora tem suas músicas e cantores favoritos. Contudo, os tempos não eram muito bons para sua famí...