Capítulo 16 - Castigo.

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Capítulo 16 — Castigo.

— Me desculpe por isso. — Francisco falou, totalmente envergonhado com a situação.

— Eu? Te desculpar? — Guilherme indagou, bem-humorado. — Eu é que deveria te pedir desculpas por você ter escolhido bem o meu irmão!

— Bom, é por isso que eu não queria te falar. — Augusto falou ao namorado, dando a partida no carro, rindo baixinho.

— Eu e a minha boca grande. — Francisco desviou os olhos dos dois.

— Bom, você não precisa ter vergonha. — Guilherme afirmou, virando-se para frente. — Até faz mais sentido agora, porque tudo isso que eu soube, realmente se encaixa com o Greg.

— Só que bom... Não precisa se preocupar, porque era só uma queda, eu não estou apaixonado por ele nem nada do tipo.

— Não foi isso que pareceu quando você me contou... — Beatriz alfinetou.

— Cala a boca, Bia! — Francisco reclamou.

— Bom, de qualquer forma, bem que eu gostaria de ver o meu irmão com outra pessoa. — Guilherme falou, parecendo sério.

— O que aconteceu? — Augusto inquiriu, sabendo que o amigo também gostaria de saber.

— Ah, aquele Otávio o faz de palhaço faz tempo, além de ele me assustar às vezes, eu sei que o meu irmão sofre na mão dele.

— Sofre? — Augusto perguntou mais uma vez, com Francisco ficando ainda mais curioso.

— Ah, o Otávio é ignorante, faz meu irmão comer na mão dele. — Suspirou. — Mas enfim, eu espero que o Greg tome jeito e pelo menos siga os conselhos que ele já tá cansado de ouvir.

— Eles já terminaram uma vez, não foi? — Augusto quis saber, com os dois passageiros do banco de trás extremamente curiosos.

— Uma vez? — Guilherme riu. — Esses aí é o casal mais ioiô que eu já conheci, é normal acontecer um desentendimento de vez em quando, mas caramba, eles já estão há mais de um ano juntos pra serem assim!

— Eu acho que ele realmente ama o Otávio. — Francisco tomou a liberdade de dizer, com a voz em tom baixo.

— É, ama mesmo. — Afirmou. — Só o amor pode suportar todas as dificuldades.

O estagiário olhou para baixo, pensativo, Beatriz percebeu pela expressão do irmão que ele parecia chateado, porém, era como se algo além preocupava ele. Os dois dos bancos da frente continuaram conversando, enquanto Francisco permaneceu calado por alguns segundos, somente ouvindo.

•••

Eram quase quatro horas da manhã quando Augusto e Guilherme se despediram de Francisco e Beatriz na frente de seus portões, entrando em suas casas.

— E aí, você se divertiu? — Francisco indagou a irmã, chegando em casa.

— Demais! — Ela gargalhava, jogando-se ao sofá para retirar as sandálias.

— Foi legal, a gente deveria fazer isso mais vezes. — Sentou-se ao lado dela. — Mas você deveria ter bebido menos.

— Ei, eu nem estou bêbada! E é você que deveria ter bebido mais!

— Por que diz isso? — O irmão riu.

— É que eu vi você pegando o telefone daquele carinha bonitinho que te deu mole, mas você não parece que vai ligar, vai?

— Eu ainda não sei. — Francisco jogou a cabeça pra trás. — Acho que sim, talvez.

— Liga sim, você tá precisando.

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