Prólogo

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- Papai, papai. - Exclamou o garotinho correndo atrás do homem.

O pequeno Arash queria mostrar o que tinha aprendido para o pai.

- Agora não, filho. - Respondeu o homem sem lhe direcionar o olhar. Apenas passou rumo ao escritório, fechando a porta atrás de si.

O garoto entristeceu, fechando os olhos em um aperto desesperado para não deixar as lagrimas caírem.

- Tudo bem. - A mãe vinha logo atrás de si, com palavras reconfortantes e um belo sorriso no rosto, mostrando duas fileiras de dentes brancos reluzentes.

O garoto correu até ela, sorrindo também. A janelinha no sorriso era totalmente visível. Os dois dentes frontais da parte superior formavam um buraquinho notável, que nada afetava a beleza do menininho.

- Quer ver mamãe? Quer ver o que eu sei fazer? - Perguntou o garotinho, enchendo-se novamente de esperança.

- Claro, meu garotinho. - Ela respondeu, munida de bondade sem fim.

O garoto então, já perto da mãe, juntou as duas mãos na frente do peito em formato oval, fechou os olhinhos amarelos e se concentrando juntou todas as suas forças no espaço entre as mãos. A mãe continuou olhando sem entender.

Até que do meio das mãos do garoto, um brilho forte foi crescendo, uma energia branca e reluzente, como uma estrela nascendo, começou a tomar tamanho e calor. Continuou crescendo, em formato irregular.

O garoto abriu os olhos buscando a aprovação da mulher, e encontrou.

No momento em que encontrou os olhos da mãe, que sorriam tanto quanto sua boca, perdeu o controle. A energia em suas mãos cresceu mais, ganhando mais força, enquanto tomava quase vida própria, tentando escapar de seus dedos.

Vendo que não conseguiria manter o controle, o menino virou abruptamente, dando as costas a sua mãe e tirando-a do seu raio de alcance. Soltou a energia.

Diretamente na porta do escritório do pai.

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