Capítulo 3

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POV S/n

Meu coração veio na boca assim que o professor Kim me puxou para fora do elevador e seguiu em direção ao seu carro. Ouví-lo dizer que me morderia se eu pedisse, mexeu com algo dentro de mim e foi impossível não imaginá-lo fazendo exatamente aquilo. Senti o meu corpo se arrepiar só com o simples pensamento e tentei afastar aquilo da minha mente, mas encará-lo depois que ele abriu a porta para mim não ajudou muito naquela tarefa. Ele levantou uma sobrancelha para mim e eu me dei conta que ele esperava que eu entrasse no veículo e foi o que eu fiz. Eu respirei muito fundo enquanto ele dava a volta e se sentava no banco do motorista.

- Você vai precisar me dizer onde mora, A+. – eu assenti passando o meu endereço para o professor e voltando a me calar em seguida. Eu estava nervosa demais para conseguir falar algo. A imagem dele me mordendo não saía da minha cabeça.

Assim que saímos do prédio, tivemos a real noção do quanto a chuva estava forte, mal dava para enxergar a rua tamanha era a quantidade de água caindo. Ele se concentrou na estrada e eu pude observá-lo, a testa franzida, a mandíbula trancada, os óculos de armação dourada brilhando contra a luz que vinha de fora do carro. "Lindo e sexy como o inferno", pensei e me arrependi logo depois, desviando o olhar para a janela ao meu lado. Pouco tempo após sairmos da faculdade passamos por um bolsão d'água e eu achei que ficaríamos presos ali, as ruas estavam quase todas alagadas. E ainda para acabar de completar, a energia elétrica caiu nos deixando no completo escuro. O professor Kim virou-se para mim e disse:

- Acho que precisaremos parar um pouco, está perigoso dirigir com toda essa chuva, não estou conseguindo enxergar nada. – eu tive que concordar. Ele encostou o carro e ficamos quietos, tudo o que ouvíamos era o barulho alto da chuva. O professor acendeu a fraca luz interna do veículo e tudo permaneceu meio na penumbra. Eu sentia o meu corpo ficando ainda mais elétrico, o clima estava estranho ali dentro, a tensão era gigante e o silêncio ficava cada vez mais ensurdecedor. Eu estava tão nervosa que quando um ônibus passou por nós e jogou uma grande quantidade de água em cima do carro em que estávamos fazendo um barulhão, eu dei um grito. O professor Kim olhou para mim assustado e depois gargalhou bem alto. Foi uma daquelas risadas que vem do fundo da alma e por um momento eu me vi hipnotizada por aquele som, mesmo que o motivo do riso tenha sido eu. Eu nem sabia que alguém ranzinza feito ele seria capaz de rir daquele jeito. Eu me recuperei do choque e cruzei os meus braços dizendo:

- Fico feliz em divertir o senhor com o meu susto. – virei para frente e fechei a cara. Ele foi parando de rir devagar e me encarou.

- Quem grita assim do nada, A+? – eu dei de ombros.

- Eu, pelo que parece... – falei ainda mais emburrada. Eu senti a sua mão tocar o meu rosto e virá-lo para ele.

- Você é linda, sabia? – ele puxa o meu queixo para baixo delicadamente. – Não faz esse bico de quem está chateada porque isso me deixa com cada vez mais vontade de beijar você. – meu coração disparou feito louco nesse momento. Ele me encarava e eu não consegui desviar os olhos dele, parecia presa naquele olhar. Ele me soltou e olhou para a frente, soltando um suspiro, o que me fez piscar algumas vezes e acordar daquele transe em que eu me encontrava. Devo confessar que internamente eu lamentei por ele ter se afastado. "Por que ele tem que ficar me dizendo essas coisas?" "O que ele quer?" "Só me provocar?" Minha cabeça fervilhava com um monte perguntas não respondidas e antes que eu me desse conta, eu já tinha me virado para ele:

- O que quer comigo? Que tipo de brincadeira é essa, professor? – perguntei sem conseguir me conter. Ele me olhou.

- Brincadeira? – ele repetiu a minha pergunta.

- Foi o que eu acabei de dizer. – imitei a fala dele de propósito e Kim Namjoon voltou a levantar aquela sobrancelha para mim.

- Não estou brincando com você, S/n. – ele falava seriamente.

Quebrando As Regras - Kim NamjoonOnde histórias criam vida. Descubra agora