CAPÍTULO III

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Um olho e lábio inchados, provavelmente sua costelas também estavam fraturadas, seu quadril e partes íntimas incomodavam, mas as dores das escoriações externas não chegavam nem perto de como Jimin se sentia em seu interior.

Depois dos momentos de horror, ele passou o resto da noite chorando, vomitando e se lamentando por sua desgraça. Ele estava envergonhado, tentava se convencer de que não tinha culpa de nada, de que tentou lutar com todas as suas forças para que impedir a violação de seu corpo, mas uma voz em sua mente falava que ele poderia ter tentado mais.

Na manhã seguinte ao acontecido, ele chorou novamente, mas pelo menos sentiu um pouco de satisfação ao ver seu agressor sem o pedaço da orelha. Jimin utilizou toda a força que havia em seu ser para morder dilacerar a carne do pirata, a ação não tinha evitado o pior, mas o ômega apanhou tanto que desmaiou e não chegou a ver o criminoso abusando de seu corpo.

— Tomara que esses desgraçados não tenham nos engravidado. — A moça, que Jimin descobriu se chamar Yoona, resmungou enquanto lavava seu corpo no rio. — Eu fico mais tranquila porque eu não estava no cio e as chances são mínimas, mas pode acontecer. Você era virgem? — Ela perguntou ao ver Jimin olhando para a água com uma expressão horrorizada em seu rosto.

Os piratas haviam permitido que os prisioneiros se lavassem na manhã seguinte, pois estavam imundos e cheirando mal também porque tinham fluidos corporais resultantes da noite interior.

— Eu era... — Jimin respondeu com a voz embargada.

— Eu deduzi que sim, já que você foi capturado com roupas de boa qualidade e deve ser alguém de família tradicional e de bons costumes... — Yoona confirmou sua hipótese.

— Eu quero morrer... — Park colocou as mãos no rosto e recomeçou a chorar.

— Não diga isso! Eu te falei que esse mundo era cruel, mas não podemos deixar isso nos matar. Nós temos que sobreviver e aprendermos a ser mais fortes. — Yoona se aproximou e o abraçou. — Se recomponha e pare de se lamentar por algo que já não tem mais remédio. Você foi muito corajoso em decepar a orelha daquele desgraçado. Agora precisa sobreviver para tentar voltar para casa. — Ela tentou incentivá-lo.

— Eu queria que minha primeira vez fosse com meu noivo. Pelo homem por quem estou apaixonado, ele iria me tratar com carinho e não dessa forma bárbara e cruel.

— Infelizmente nem todos os ômegas têm essa sorte, querido. A maioria dos que nascem em berço de ouro são forçados a se casarem com quem não gostam por interesse da família. E os pobres se casam com o que primeiro que aparece para não morrerem de fome. Agora vamos, antes que aqueles desgraçados venham e nos batam novamente.

Jimin limpou as lágrimas, lavou o rosto e se levantou. Após mais ou menos limpos, os prisioneiros foram colocados na carroça e seguiram viagem. Felizmente os dois adolescentes foram poupados e não foram abusados pelos piratas, o mais novo deles estava muito fraco por causa de uma ferida na cabeça provocada na hora do rapto.

Park sentiu o coração doer por aquelas crianças, tão jovens e com um futuro tenebroso pela frente. Em poucos dias eles pôde comprovar que todas as terríveis histórias sobre piratas eram verdadeiras. O ômega sempre se orgulhou de ter um coração bondoso e nobre, porém estava tão machucado que não se sentiu uma pessoa ruim ao desejar que todos aqueles bárbaros fossem capturados e enforcados.

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Seokjin não queria deixar Park Melinsende sair da cama. O filho do lord Johar tinha um caso extraconjugal com a irmã alfa de Jimin. O ômega era viúvo e tinha uma filha de 9 anos, porém quem cuidava da menina eram babás e lady Sorah. Jin se casou aos 16 anos com um alfa escolhido por seu pai, o homem tinha 60 anos na época e não chegou a viver por muitos anos, já que faleceu após uma queda de cavalo.

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