Extremamente desconfortável e insalubre, assim era o porão do navio pirata em que Jimin e os outros prisioneiros foram confinados. O local era escuro, o ar e a luz eram escassos, eles só sabiam diferenciar a noite do dia por causa dos raios de sol fornecidos por fendas entre as madeiras. Essas lascas no casco do barco deixavam passar também a água do mar, tornando o porão abafado, quente e úmido.
Já era o segundo dia de Park naquele lugar horrível. Além de dividir espaço com outras pessoas, os prisioneiros tiveram que conviver porcos, galinhas e muitos ratos e baratas. Como o capitão havia dito, a comida servida era bem diferente de quando estavam em terra. Eles foram alimentados com biscoitos duros de trigo e caldo ralo de peixe feito com água do mar. Era muito salgado, porém melhor que passar fome.
Jimin quase não conseguiu se alimentar muito bem, estava enjoado por causa das ondas e também por aguentar o insuportável mau cheiro a bordo das acomodações precárias. O ômega chorava motivado pelas mudanças drásticas que aconteceu em sua vida em menos de duas semanas. Era para estar casado com o homem de sua vida, vivendo feliz em uma casinha modesta, mas rica de amor, respeito e cumplicidade.
Ao contrário disso, ele estava ali naquele lugar imundo tentando respirar, mas quase não conseguindo devido ao fedor das fezes dos animais e de seus companheiros de confinamento. Era uma situação tão precária que ele mesmo teve que urinar em um canto após não aguentar mais segurar a bexiga. Era cruel, degradante e humilhante!
Na manhã do terceiro dia, o capitão permitiu que os prisioneiros subissem para convés para tomar ar e sol. Park fechou os olhos por um momento para se acostumar a luminosidade, porém se permitiu sorrir ao sentir a liberdade trazida pelo vento. Jimin olhou para a água azul do oceano, queria mergulhar e tirar toda aquela sujeira de seu corpo. Sentia falta de sua casa, de se sentir limpo e cheiroso após tomar um banho de tina com água fresca e aromatizada. Eram desejos tão simples que em sua atual realidade parecia o maior dos luxos.
— O capitão não para de olhar para você. — Yoona cochichou para Jimin. — Deveria ir falar com ele.
O ômega direcionou sua atenção para onde o homem estava e por milésimos de segundos seus olhos se encontraram. Park desviou foi o primeiro a desviar.
— Falar com ele? Para quê? — Jimin perguntou confuso.
— Para se oferecer, tonto! — A mulher respondeu sem paciência. — Se ele vai ajudar os meninos, pode muito bem fazer alguma coisa por você. Basta pedir com jeitinho.
— E o jeitinho que você sugere seria me entregar a ele? — Park a questionou, temendo a resposta.
— Você já não é mais virgem mesmo... — Yoona o respondeu com tranquilidade.
— Não sou, mas porque me tomaram a força. E foi uma experiência horrível! — Jimin se irritou com a mulher. Ela era uma boa companheira, mas as vezes era muito inconveniente. Aquele tipo de assunto incomodava muito Park. Abria feridas que ainda não haviam cicatrizado. — E além do mais, se eu me entregar de forma consensual, Yoongi nunca iria me perdoar...
— Yoongi, Yoongi, Yoongi.... porque você continua pensando nele? Você mesmo disse que pode estar morto!
— Não! — Jimin colocou as mãos sobre os lábios da mulher. — Nunca mais diga isso, por favor. — Ele pediu com a voz embargada. — Apesar de ser quase impossível, eu creio que ele conseguiu se salvar. Peço aos céus todos as noites por essa graça.
— Certo. Me desculpe! — Yoona falou com uma expressão envergonhada. — Mas isso se trata de sobrevivência, Jimin. Seu noivo irá entender....
— Não, Yoona! Eu não conseguiria fazer isso, seria me rebaixar demais. É imoral!
— As vezes temos que fazer o que é preciso para tentar sobreviver, querido. Mesmo não gostando de algumas coisas... — Ela falou com uma expressão sombria.
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Mar de Amor 🌈 PJM - JJK
Romansa(CONCLUÍDA) "MAR DE AMOR" se passa durante o período colonial e o fim da era de ouro da pirataria por volta de 1728. Narra a história de Park Jimin, um belo ômega que está comprometido com o alfa Min Yoongi. Entre vários acontecimentos terríveis, o...