- eu pensei que não viria - murmurei depois de beber o shot de tequila
- eu não vinha, não sou muito fã de "socializar" - Giacomo fez aspas com os dedos - prefiro ficar casa com meu cachorro
- qual nome dele? - perguntei
- jazz...
- e um bom nome... Qual a raça?
- um Pit Bull - ele murmurou
- desculpa perguntar tanto... Adoro animais, porém nunca tive, minha mãe é alérgica
- prefiro os animais... Humanos são complicados demais - ele riu, mas parecia falar sério
- você é o que chamos de anti-social - mostrei um sorriso
- ou só uma pessoa que não se importa com agradar os outros - o agumento foi bom
- sabe dançar? - mudei de assunto
- sei, mas não gosto
- e do que gosta? - queria saber
- minha casa, meu sofá, meus livros e meu cachorro
- não poderia mudar seus gostos por uma noite? E dançar comigo?
- o que ganho em troca? - acho que era o primeiro sorriso verdadeiro que via aquele homem mostrar
- música boa e... Minha companhia - meu argumento era perfeito
- certo - ele levantou e me ofereceu a mão, a música que envolvia o salão era perfeita, senti as mãos de Giacomo em minha cintura, olhei para Filipe que controlava a música ele riu ao ver eu acernar pra ele, nunca tinha feito aquilo com nenhum cliente ou amigo, até por que nenhum amigo meu tinha ido ali, mas quando estava sozinha ali ensaiando eu sempre dançava a mesma música
- estão todos nós olhando - ele murmurou enquanto dançávamos
- e só o fato de cantar aqui a quase dois anos e ser a primeira vez que estou com alguém... A maioria dos clientes vem todas as terças me ouvir cantar... E nunca me viram com ninguém
- e seu namoro?
- não tenho tempo pra isso, nem paciência... - soltei o ar de uma vez
- você é jovem demais pra pensar assim - o tom dele era de alguém preocupado
- não é questão de pensar, só de ser - respondi
- certo - ele parecia que iria aceitar minha opinião apesar de pensar diferente