Prólogo

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Naquela noite, Iago teve um sonho muito estranho

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Naquela noite, Iago teve um sonho muito estranho.

Havia uma sombra estática no lado oposto de sua cama.

Em um primeiro momento, ele achou que fosse um invasor em seu quarto. Assim que tentou questioná-lo, sua voz não saiu. Os lábios moviam-se, as palavras nada mais eram do que sons abafados.

Desespero escalou pelas veias.

Iago forçou seu corpo para cima, para o lado direito, para o lado esquerdo, mas os membros não o obedeciam.

Aprisionado em seu próprio leito.

Só podia ser um pesadelo.

Mas não era o pesadelo que costumava ter com os eventos sangrentos de seu último trabalho, quando viajara para cobrir matérias sobre os conflitos na Síria.

Era diferente.

Mais gelado. Mais silencioso.

Quase real.

No sonho-pesadelo, alguém entrara sorrateiramente em seu quarto durante as horas em que a escuridão reinava, e espiara suas coisas, como se desejasse conhecê-lo através de seus objetos pessoais.

Como se estivesse procurando por algo.

Será que...? Não, ninguém sabia sobre aquilo.

A figura irreconhecível analisava seu notebook, suas anotações, as fotos de Laísa, sua noiva. Folheava os livros que ele lia, examinava as roupas bem passadas que usava e o observara por muito tempo.

Iago forçou os olhos, mas não conseguia ver nada além de um vulto esguio que deslizava por entre a penumbra, murmurando palavras esfumaçadas que espiralavam e o atingiam.

"Ele foi longe demais".

"Algo precisa ser feito".

"Muitos serão prejudicados".

Um aviso. Uma ameaça velada.

Com os dedos letárgicos, o jornalista tateou a cama, encontrando o lado de Laísa vazio, e lembrando-se de que ela dissera que dormiria no próprio apartamento naquela noite para finalizar uma matéria. Iriam se encontrar apenas pela manhã, para começar a olhar salões para o casamento.

Acorde, Iago ordenou para si mesmo. Acorde, seu idiota.

Mas o corpo não o obedecia.

A sombra se aproximou mais ainda de sua cama, curvando-se sobre ele. Uma familiaridade cutucou as bordas de sua mente. E o perfume... Aquela fragrância...

Céus, ele sabia onde já havia sentindo aquele cheiro antes!

Iago arregalou os olhos. Seu primeiro pensamento foi o desejo súbito de ligar para Laísa, de contar os segredos que escondera dela.

A boca que pairava acima de seu rosto sorriu.

Iago soube que não estava sonhando.

E que não sonharia nunca mais.

E que não sonharia nunca mais

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Olá, amores!

Prólogo liberado ♥♥

Obrigada a todos que estão embarcando em mais uma aventura comigo!

Um beijão e boa leitura ♥♥♥

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