Carlos
Eu, definitivamente, estava reconsiderando voltar para Portugal ou procurar um hotel. Morar na casa da cabelo de fogo estava me enlouquecendo. Para ser sincero, as crianças dela estavam me enlouquecendo.
-TIO CALOS TIO CALOS. -grita o pequeno garotinho de cabelos ruivos e olhos castanhos igual a mãe, trazendo consigo a sua coleção de carrinhos. -VAMOS BINCAR.
-Sai do meu pé Noé.
-É NOAH CARLOS, NOAH. -grita Alyssa, pela milésima vez no dia querendo me corrigir.
Já fazem 15 dias que eu estou dizendo a ela que ela deveria manter as suas raízes brasileiras e ter colocado o nome brasileiro no menino, mas não, ela tinha que americanizar o nome. No fundo, realmente Noah era mais bonito, mas eu me divertia em deixar ela arrancando os cabelos toda vez que eu pronunciava errado.
-Tanto faz. Eu não vou brincar com você moleque. -digo e volto a olhar para a revista de moda que tinha chegado de duas estilistas amigas nossas, Anelise e Letícia.
Eu possuía grande consideração pelas duas, mas era óbvio que eu não estava de olho nas roupas que elas desenhavam, e sim nas modelos da revista. Deus abençoe todas essas curvas...
-Mamãe, porque o tio calos não quer bincar comigo? -ouço a voz do moleque no fundo. Mas que garoto dramático!
-Não liga pa esse idiota Noah. -antes que eu levante a cabeça para olhar em direção da voz do outro moleque, sinto o baque de um carrinho sendo lançado na minha barriga.
-AI. Alyssa você não deu educação para os seus filhos não? -digo e olho furioso em direção ao outro garoto que era a personificação do Harper. Ao ver que eu o encarava com raiva, os olhos pretos do menino brilham e ele começa a sorrir. Esse garoto me paga!
-Luke meu filho não jogue seus brinquedos no lixo.
-ALYSSA. -digo indignado e vejo ela cair na gargalhada, parando ao ouvir o som estrondoso da pequena bebê ruivinha no seu colo.
-Me poupe Carlos, são apenas crianças. -ela diz e começa a balançar a garotinha. -Pare de chorar, minha filha, se não sua mãe irá precisar de ouvidos novos.
-Porquê você não contrata uma babá pra cuidar dessas pestes? E onde está o mauricinho arquiteto para te ajudar todo dia nessa algazarra? -pergunto jogando a revista de lado.
-Eu não quero que meus filhos sejam criados por alguém que eu não conheço Carlos, e o Landon está trabalhando. A empresa aqui do Brasil está crescendo, mas faz com que meu marido todo dia apareça com uma ruga a mais de preocupação na testa. Ainda assim, com tudo isso, ele que sempre acorda de madrugada e pega a Sofia quando ela chora.
-Essa vida realmente não é para mim. -bufo e me jogo no sofá, observando o olhar desesperado da ruiva ao olhar para os meus sapatos em seu móvel caro.
-Você que podia muito bem me ajudar, já que está morando de favor aqui em casa. Toma, segura a Sof. -ela diz e coloca a bebê em cima de mim antes que eu pudesse levantar e correr.
-AH NÃO, MAS NÃO VOU MESMO. -digo e levanto, segurando a criança da forma mais desajeitava que eu conseguia afastando seu corpo gordinho ao máximo de distância que eu conseguia e estendendo na direção de Alyssa. A menina volta a chorar.
-Você é um inútil mesmo, Carlos. -ela diz e revira os olhos, soltando a respiração e pegando a garotinha no colo novamente. Escutamos um barulho vindo da cozinha, e em segundos vemos uma mulher aparecer com um enorme sorriso no rosto e avental.
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Um mês [DEGUSTAÇÃO]
Любовные романыUma casa. Um advogado. Uma artista plástica. Três crianças. Quando o destino une Carlos e Amora para cuidar dos filhos de um casal de amigos, dois mundos diferentes colidem. Carlos é a tempestade, enquanto Amora é a calmaria. São como duas cores di...