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Aproveitamos o restante da festinha antes de descansarmos e começar a guardar todas as nossas coisas de volta na mala, lembrei do dia que cheguei no hotel, perdido, ansioso para tudo o que viria... Jô e eu demos um espaço, um tempo para assimilar tudo, senti ela distante desde o dia em que caiu a ficha que tinha acabado. Fomos comer em horários diferentes, não mandamos mensagem, enquanto eu conversava com Castille, ela resolvia suas coisas, conversava com a família, combinava o que iria fazer... Mas eu tinha um plano, e nada podia dar errado!

Era nosso último dia na Bulgária, minha malas estavam prontas, meu quarto vazio, como estava quando cheguei, Castille tinha pedido para escrevermos bilhetes e deixar em agradecimento ao hotel por serem tão preocupados e por deixar tudo perfeito para nós, nos sentimos em casa durante esse tempo.

Acordei no meio da noite, meu quarto estava todo apagado, sentia um vazio no peito, minha garganta doía, a cama parecia enorme, o quarto frio, não conseguia voltar a dormir, por mais que eu tentasse todas as posições possíveis, minha cabeça estava longe, estava nela. Pego meu celular, nenhuma mensagem dela, e várias mensagens sem visualizar nos grupos que participava. Abro a tela no nome dela e percebo que ela estava online, penso em digitar alguma coisa, qualquer coisa, mas desisto, não... Ela deve estar querendo espaço... Desligo o celular e tento mais uma vez encontrar uma posição confortável que me fizesse cair no sono... Nada. Coloco uma camisa, o meu chinelo, abro a porta do corredor e vou em direção a sua porta, no momento que levanto o punho para bater ela abre:

"Hey!"

"Hey..."

"Eu estava indo..."

"Eu estava..."

A gente ri, dois idiotas que não conseguiam dormir sem o outro:

"Quer entrar?"

"Tem certeza?" Ela ri depois que eu falo e puxa minha camisa me fazendo entrar, no momento em que fecha a porta ela me empurra na parede sem dar tempo para falar qualquer coisa, sinto aqueles deliciosos lábios me beijando, prendendo meus braços na parede, só consigo seguir o que ela fazia, a beijo de volta, coloco minha língua em sua boca, ela a suga, me deixando mais excitado por ter ela ali!

Sinto suas mãos subirem pelo meu corpo, meus braços que agora estavam soltos a puxava para mim, ela começa a tirar a minha roupa e eu as dela:

"Jô..."

"Hero não fala nada... Só... Me beija!"

Seguro em sua cabeça, meus dedos encaixam perfeitamente, seguro em seu cabelo, o puxo, ouço um gritinho interno vindo dela, que beija ainda mais rápido, sua respiração também aumenta e estávamos parecendo que tínhamos corrido uma maratona.

A levo para a cama em meu colo, suas pernas estavam quentes enroladas em mim, ela cai na cama e eu vou em cima dela, sem pensar em nada, beijo cada parte dela, tiro o restante da roupa que ficara, coloco o cobertor gigante do hotel por cima da gente. Ouvir ela gemer, sentir seu corpo se contrair e relaxar com o meu, o calor, o cheiro, estar com ela era tudo o que eu precisava, mesmo sendo pela última vez... Sei que não vai ser, não é possível que essa seja a nossa última vez juntos:

"O que foi?"

Percebi que estava longe, tinha mergulhado em meus pensamentos, ainda estava dentro dela, ofegante, percebo ela me encarando:

"Hero, o que foi?"

"Nada..." Eu saio dela, sento na cama olhando para o nada, sinto suas mão nas minhas costas, ela me abraça por trás, seu corpo pegando fogo:

"No que está pensando?" Ainda me abraçando, seu peito em mim, seu queixo no meu ombro:

"Essa pode ser a última..."

"Sim... Eu sei, por isso não quero pensar em mais nada... Vem! Não pensa em nada também..."

Ela encosta o nariz no meu quando a encaro, fecho os olhos, seguro em seu rosto e a trago de volta para um beijo. Sentia vontade de chorar, mas não queria ficar pior do que já estava, me deixei levar, relaxamos a mente, tentamos não pensar em nada, só na gente, no que estávamos sentindo, aos poucos o fogo voltara, sentia sua língua em mim, seu toque em mim, trocamos de lugar várias e várias vezes, ela puxava o meu cabelo, eu a trazia para mim, ia mais forte, mais rápido, mais fundo e depois lentamente, sentindo cada sensação, tentando guardar o máximo de detalhe da noite, até ficarmos exaustos e dormir o mais grudado que conseguíamos.

O dia que estávamos esperando e ao mesmo tempo não queríamos que chegasse, finalmente chega, acordo e percebo que ela já estava acordada também, a abraço e aproveitamos cada segundo, literalmente, que tínhamos alí. Até que o despertador toca, três vezes, e precisamos nos levantar, tinha que voltar para o meu quarto, tomar banho, pegar as minhas coisas e encontrar com todos no lob para um último "adeus" e partir para o aeroporto. Meu voo como sempre sairia antes do voo de Jô então após abraçar cada pessoa da produção, sim, eu sei que a pandemia não permite, mas quando veria cada um de novo? Estávamos mascarados e alcoolizados, com vidros de álcool em gel etiquetados com "After" para guardar de recordação, mais protegidos impossível!

Abraço a minha garota que estava com os olhos vermelhinhos, entrego uma garrafa de champanhe para ela, que sorri:

"A pessoa que dizia não chorar, chorando! Trouxe um presente para você, sei que gosta."

"Eu amei, obrigada! E Hey! Eu choro sim, só não gosto muito que me vejam chorar!" Ela ri e me abraça mais forte. Nos separamos e ela me da uma pequena caixa, quando abro, percebo que tem um isqueiro com minhas iniciais gravadas nele.

"Para se lembrar de mim... Mais vezes..." Não consigo parar de sorrir para ela.

"A gente vai se ver em breve."

"Eu sei..."

"Sabe é?"

"Uhum, essa pandemia vai acabar e a gente vai se ver nas divulgações!"

"Ah... Isso... Verdade!"

Ela olha pra mim, eu olho para ela, ela me puxa e eu a paro:

"Você vai me beijar na frente de todo mundo?" Eu sorrio para ela, e ela ri de volta:

"Vem cá seu bobo!" Me puxa para um beijo demorado, na frente de todos, meus braços enrolam nela, e nos deixamos levar sem ligar para os que estavam a nossa volta, mas sei que pararam para ver.

Subo no avião, por estar de máscara e boné ninguém me reconhece, que bom, porque estava sem clima nenhum para foto, apesar de que sabia que o que estava prestes a fazer ia me deixar ainda mais feliz do que estar com ela na cama em cima de mim...

"Licença, posso me sentar aqui?"

Percebo que ela realmente não estava esperando, seus ombros ficam rígidos como se tivesse levado um susto ao ouvir a minha voz, sua respiração para por instantes, ela se vira quase em câmera lenta com os olhos arregalados:

"Eu não acredito que você está aqui!"

"Tem espaço em Los Angeles para mim também?" Eu sento ao seu lado.

Seus olhos azuis se enchem de lágrima de novo e só sinto seus braços em volta do meu pescoço me puxando para mais perto.

Por Detrás do Fim - HerophineOnde histórias criam vida. Descubra agora