Depois de tomar aquele banho, jantamos, conversarmos mais um pouco, caímos na cama cansados mas felizes, muito felizes, nos beijamos até cairmos no sono. Dormimos juntinhos como antes, acordo com o braço dormente, estava embaixo da cabeça da Jô, não queria acordá-la mas no mesmo instante ela se mexe reclamando que sua perna estava dormente embaixo da minha, apesar disso, valeu a pena estar mais um tempo com ela.
Jô ainda não acreditava que troquei meu voo para Londres e vim para Los Angeles encontrá-la. No dia seguinte, continuamos a "viagem", agradecemos a Anna por nos acomodar em sua casa no dia anterior, nos despedimos demoradamente, me apertou mais um pouco me prometendo uma turnê mundial para divulgar os filmes e disse para Jô:
"Ligo para você no próximo ano para combinar nossos próximos encontros está bem?"
"Beleza!" Ela faz um sinal com o polegar para cima, típico de Jô.
Eu acompanho a Jô até a porta de sua casa, que divide com as amigas e ouço o grito de uma assim que chegamos, todas são atrizes então sabem da correria que é nossa vida. Jô tinha avisado uma delas para abrir a porta quando ela chegasse, já estavam todas esperando para o abraço do lado de fora da casa. Ela sentia muita falta delas, sempre comentava comigo na Bulgária, ela sorria de orelha a orelha e ninguém podia ver por conta da máscara, mas eu sabia que estava. Elas correm, a abraçam, sem nem pensar na pandemia, mas todas estavam de quarentena, e havíamos feito o teste então, falam "oi" para mim, pegam as malas dela e me agradecem por ter cuidado dela todo esse tempo, entram para a casa, todas sorrindo e contentes, apesar de nos deixarem a sós mais um pouco, sentia que nos espiavam pela janela.
"Agora sim é a hora que eu choro horrores e ajoelho pedindo para você ficar, mesmo sabendo que precisa ir?" Ela tira a máscara fazendo careta e eu tiro a minha.
"É... Com certeza não é o estilo Jô de lidar com tudo." Damos risada, os dois com os olhos lacrimejando de novo:
"Obrigada! Por tudo! Simplesmente você é o ser mais incrível que entrou na minha vida! Espero que saiba disso!"
"Eu sei!"
"Corrigindo: O ser mais incrível e mais convencido que entrou na minha vida!" Eu a puxo para um beijo, e a abraço mais forte que consigo e ela retribui.
"Obrigado por ser você Jô! Nunca poderei ser mais grato por ter sido você a minha Tessa." Eu a encaro e vejo seus olhos marejados me encarando também. "Te amo."
"Eu te amo!"
"Eu sei!" Ela revira os olhos rindo.
Foi difícil de nos afastar, ainda mais sem saber quando nos veremos novamente, mas eu sei que nos veremos em breve! Depois de um bom tempo grudados, nos afastamos e vou caminhando até o Uber que me levará ao aeroporto:
"Se nada der certo..." Ela diz parada em frente a casa.
"A gente se casa no final! Casal de filme lembra?" Eu falo rindo, entrando no carro. Jô me manda uma mensagem antes de enfrentar as milhares de perguntas das meninas:
"É uma promessa hein?" Só consigo sorrir.
Finalmente chego em Londres, pensei que ia demorar muito mais, mas estava finalmente em casa! Parecia que tinha feito uma viagem de anos. Os M-Boys estavam me esperando na porta de casa com muita bebida, raps e no cantinho sentadas estavam minha mãe e minha irmã esperando plenamente para que eu fosse abraçá-las depois de passar por cada cara desesperado para o abraço e dizer "poesias" em meu ouvido como:
"Que saudade desse cabeção!"
"Esse perfume Ferragamo que fez falta no meio de todo esse suor!"
"Londres fica até mais colorida com esse cara!"
"Voltou muito cansado ou ainda dá para usar esse corpinho?" Reviro os olhos mas não seguro a risada.
Abraço minha mãe, minha irmã, estava com tanta saudade, não fazia ideia que era tanta. Entro em casa e o cheiro de comida saindo do forno, quentinha era de me fazer salivar, a casa estava barulhenta, uma verdadeira bagunça e perguntas por todo lado, tentei dar atenção para cada um... O máximo que consegui.
"Chegou bem?"
"Mais do que bem! Não faz ideia da loucura que ficou aqui em casa quando eu cheguei!"
"Estavam todos aí?"
"Todos!"
"Meu Deus, e está tudo bem?"
"Sim! Minha mãe quase enlouqueceu mas passa bem!" Jô manda emojis dando risada.
"É muito cedo para dizer que estou com saudade de você?"
"Se for ferrou, porque estou com saudade de você também!"
"Ah menos mal!" Ela manda corações agora, com um macaquinho tampando os olhos.
Nos conversamos bastante enquanto estamos longe, voltamos ao que era, não sinto falta dessa distância nem um pouco, sinto falta dela. Combinamos que nas entrevistas iríamos dizer o óbvio, vim direto para Londres e ela diretamente para Los Angeles. Jô passara o Natal com suas amigas, contou para mim que falou rapidamente com a irmã, fez chamada de vídeo com a família na Austrália e de como estava se sentindo chateada por não ver os pais há um tempo, Jô largou tudo para fazer o que ama, admiro muito ela por isso. Eu passei o Natal com a minha família também, alguns dos M-Boys vieram aqui em casa e depois bebemos, sinto falta um pouco da calma que tinha antes, mas também senti falta dessa loucura de Londres.
O ano novo não foi diferente, bebemos muito mais, para matar todo o tempo que fiquei sóbrio. A contagem regressiva foi dada aos berros e enviei um áudio constrangedor para a minha menina, que também estava bêbada no momento, então nenhum dos dois lembramos de nada que dissemos durante a chamada de vídeo na madrugada, muito menos do que fizemos...
O fato é que estamos esperando ansiosos para o fim dessa doença para nos vermos de novo. O que somos? O que temos? Isso importa? A única coisa que posso dizer com certeza é que o que sentimos é real, e isso sim importa!
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Por Detrás do Fim - Herophine
RomanceTudo mudou entre nós. Depois de gravar o segundo filme com ela, depois de descobrir o que eu realmente sinto pela minha colega de trabalho, não consigo fingir mais. Como esquecê-la. Como dar um tempo sem fazer nenhuma besteira. Estou confuso e tão...