𝚂𝙴𝙲𝚁𝙴𝚃𝚂 𝙰𝙽𝙳 𝙶𝙷𝙾𝚂𝚃𝚂| 𝙹𝙰𝚃𝙿

𝚜𝚎𝚌𝚛𝚎𝚝𝚜 𝚊𝚗𝚍 𝚙𝚛𝚘𝚖𝚒𝚜𝚎𝚜

Me sentei no sofá da garota enquanto esperava alguém começar o discurso, meu olhar desviava entre os três esquisitões e Julie que tinha um sorriso cauteloso no rosto.

— Então... — Comecei. — Quem vai falar primeiro?

— Pode me perguntar primeiro algo que queira saber. — Jules sorriu para mim.

— Oh meu Deus. — Falei baixo. — Como eu consigo ver eles? Afinal, como eles existem?! — Perguntei ainda tentando entender alguma coisa.

— Bom, eu não faço ideia o motivo que você pode enxergá-los. — Ela riu. — Mas sabemos que quando eles morreram deixaram um assunto inacabado para trás, e agora precisam dar um fim nele para fazer a passagem.

— Eles morreram?! — Perguntei assustada, era meio óbvio, mas eu não havia pensado na possibilidade entre tanta coisa acontecendo, eu sou o que? Uma sensitiva?

— Esperava que fosse mais inteligente. — Alex respondeu.

— Cala boca. — Voltei a responder. — Então vamos recapitular, três pessoas mortas apareceram na minha casa enquanto brincavam de um jogo idiota de julgar a decoração da sala de estar de estranhos e por algum motivo eu fui a sortuda que conseguiu enxergá-los? — Ri da minha própria situação. — Que dia Valentina! Que dia!

— No começo as coisas são assim, meio estranhas, mas logo... — Julie não pode terminar de falar já que eu a cortei:

— Começo? Como assim começo? Isso é coisa de gente louca, biruta. — Respondi ainda sem raciocinar o que estava acontecendo na minha frente. — Que tal um acordo? Bom para ambas as partes, eu fico longe de vocês e vocês longe de mim. — Sorri. — Só não me procurem.

Saí porta a fora da casa de Jules, aquilo não podia ser real, não podia!

Era um nível de carência e solidão extrema, o que ultimamente eram palavras comuns na minha rotina, mas ser "amiga" de gente morta? Já era demais.

Eu estava ignorando todo o lance com os fantasmas, continuei minha vida como aquilo não houvesse acontecido, acordei hoje como se fosse mais um dia normal e entediante na escola, e aquilo estava dando certo.

— Valentina! Quanto tempo!

Até agora.

— Vamos conversar? — O tal de Reggie me importunou. 

Eles viriam atrás de mim até na escola? Misericórdia.

Apenas passei do seu lado o ignorando.

— Ei! Volta aqui! — Ele continuou atrás de mim e eu continuei o ignorando. — Não pode me ignorar para sempre.

Que garoto chato!

Entrei em uma sala com intuito de me esconder, de fugir daquela peste.

— Nem se esconder. — Ele respondeu rindo. — Esqueceu que eu sou um fantasma? Sei atravessar paredes. — Revirei os olhos.

— Pode, por favor, me deixar em paz? — Perguntei quase que suplicando.

— Sabe quantas pessoas podem nos enxergar?

— Hm... — Fingi pensar. — Não, não sei, e não tenho o mínimo interesse em saber sobre. — Sorri. — Eu não quero me envolver com esse lance aí. — Respondi pausadamente. — Que parte você ainda não entendeu?

— Mas você vê a gente! — Ele respondeu. — Deve haver algum motivo para isso.

— Eu também vejo, sei lá, a Taylor Swift e não é por isso que eu sou alguma coisa dela. — Respondi.

— É totalmente diferente, ela é um fantasma por acaso?

— Não sei. — Dei os ombros. — Pra ser bonita e cantar bem daquela maneira é provável que sim.

— Aposto que não. — Ele riu ironicamente para mim.

— Que legal, discordamos. — Sorri para ele. — Agora me deixa quieta e nunca mais me enche o saco, beleza? — Falei voltando a sair pela porta.

— Uma troca de favores! — Ele propôs. — Faço o que precisar, tudo mesmo.

Eu parei em frente a porta, aquilo não era ruim, na verdade, era exatamente o que eu estava precisando, um fantasma... Eu não podia estar pensando mesmo naquilo, mas era sobre Cole, eu não podia simplesmente ignorar aquilo.

— Tem algo que pode fazer por mim. — Respondi. — Mas não ouse fazer piadas ou não levar isso sério o bastante e vai ser um segredos entre nós.

— Combinado. — Ele sorriu. — Minha boca é um túmulo, literalmente.

— Vai ficar quieto até para aqueles outros dois?

— Pode deixar, boquinha de siri. — Ele fez um movimento de zíper em seus lábios.

— Certo, isso ou nada feito. — Falei séria.

— Tudo bem, qual o teu desejo?

— Meu irmão Cole desapareceu há um mês, ele tem dezessete anos, desde que ele sumiu não houve mais rastros, sem pistas, sem nada. — Respirei fundo. — Precisa me ajudar com isso.

— Isso explica o motivo de você ser tão estranha.

— Haha! Muito engraçadinho, idiota. — Revirei os olhos.

— Mas quer que eu faça o quê?

— Não ficou óbvio ainda?! — Perguntei injuriada. — Ache o meu irmão com seus super-poderes fantasmagóricos.

— Tudo bem, dezessete anos, parecido com você? — Confirmei. — Tudo bem, imagino que seja moreno, olhos castanhos e bochechas rosadas.

— É, praticamente. — Sorri mostrando uma das últimas fotos de Cole no celular.

— Tudo certo, onde posso começar? — Ele me perguntou.

— Pela praia, última vez que foi visto. — Sorri.

— Apenas isso? — Ele perguntou e eu confirmei. — Temos um acordo?

— Temos um acordo. — Sorri. — Só realmente não conta para ninguém que você está atrás dele, não quero que se metam mais na minha vida ainda.

— Suas regras.

Oie, sobre esse capítulo retirem suas próprias conclusões!!

Estão gostando da Valen? Espero que sim.

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Lavi <3