Segredos

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Na manhã seguinte, no fim da aula, Metawin voltava ao dormitório, andando despreocupado pela calçada com os fones nos ouvidos, mas foi obrigado a abaixar o volume quando viu Bright parado em sua frente, em uma distância curta. Ele parecia ainda mais bonito do que na praia, já que estava arrumado vestindo uma camiseta de botões, jeans e os sapatos chiques e caros. A alça da bolsa atravessada pelo peitoral estava sendo apertada, indicando que Bright estava nervoso. Ele só estava ali parado, e estava lindo.

Metawin pendurou os fones no pescoço, continuando a andar até parar em frente ao rapaz. Iria enfrentá-lo. Não estava chateado ou com raiva, só... magoado. Queria entender o que estava acontecendo com ele.

— Oi. — Metawin não respondeu. Sabia que Bright precisava falar, dar-lhe alguma explicação. — Me desculpe por ontem. Eu fiquei apavorado. Você deve estar chateado comigo, mas... eu... só... apenas tente me entender.

— Se for te deixar tranquilo, saiba que eu não vou te beijar na frente dos seus amigos.

O clima tenso pareceu ter ido embora. Os dois sorriram um para o outro e aquilo foi um grande passo.

— Eu senti a sua falta. Achei que você tivesse ido embora e isso me deixou muito pra baixo. Mas você está aqui agora. O que aconteceu?

— Minha mãe decidiu ficar. Se afastar do meu pai, dar um futuro melhor pra mim... fora que ela se dá bem com a sua família, o que é estranho porque eles trabalham juntos, e ainda assim, se dão muito bem. As coisas não deveriam ser mais complicadas? — Sorriu, sem graça. Era muito bom estar perto de Bright de novo.

Bright não respondeu de imediato. Fazia pouco tempo que não via Metawin, mas parecia ter sido tanto tempo. Ele era tão bonito, tão doce. Porra... se pudesse, passaria horas beijando aquelas bochechas.

— Novamente, me desculpe por ontem.

— Seus amigos não sabem sobre você?

— Não. E se depender de mim, nunca vão saber.

— Por que é amigo deles, Bright?

— São os únicos que eu tenho. Não estou preparado pra perder os dois ou simplesmente me assumir. Todas as opções parecem ruins, entende?

— Eu entendo.

Bright gostava muito daquela pequena parte da personalidade de Metawin. Ele era compreensível. Ele o puxou pelo pulso, andando até uma árvore. Não havia ninguém passando, então Bright segurou as mãos de Metawin e o olhou nos olhos.

— Escute, Metawin. Eu gosto demais de você, você não imagina o quanto. Aquela noite... foi a melhor da minha vida. Mas...

— Mas...

— Eu não me sinto pronto pra me assumir ainda, mas ficar longe de você não é uma opção, então... bom... eu pensei em... uma coisa...

— Continue.

— Podemos continuar com isso... secretamente? Pelo menos até eu resolver o que devo fazer. É só por um tempo, eu prometo.

Apesar do momento melancólico, os dois riram. Bright então se aproximou e beijou o garoto, sentindo os lábios que tanto sentiu falta, mesmo que por pouco tempo. Metawin sentiu a língua quente de Bright se tocar com a sua e controlou-se para não ir rápido. Era só um beijo lento e molhado atrás de uma árvore e não iria passar daquilo.

Se despediram com um selinho e Bright se afastou. Havia momentos em que ficava tímido, não negava, e naquele momento, com um Metawin o encarando com os olhos brilhantes, Bright se sentiu envergonhado.

— Gosta de mim, Win?

— Bastante. — Não precisou pensar para responder.

Sabendo daquilo, Bright se mandou feliz e com um sorriso largo. Metawin seguiu para o dormitório. Estava se sentindo esperançoso, e aquela sensação o fazia quase gritar de alegria. Se Bright ainda fosse o mesmo cara da praia, com certeza todo aquele esforço de romance secreto valeria a pena.

Amor de VerãoOnde histórias criam vida. Descubra agora