Capítulo 10 - Feriados

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Natal chegando, não fui para Hogsmeade.
Obviamente porque eu era tão órfã quanto o Harry naquela realidade. E eu não tinha uma Capa da Invisibilidade.

McGonagall já estava recolhendo os nomes de quem ficaria em Hogwarts no Natal e coloquei meu nome na lista.
Daria tudo para passar o Natal na Toca com os Weasley, mas duvidava que isso fosse acontecer. O trio era inseparável, e não parecia estar aceitando novas inscrições.
Além do mais, justamente por conhecê-los bem até demais, eles eram como ídolos para mim, o que me deixava bem nervosa e tímida perto deles.

As festas passaram depressa. Acabei comemorando o Natal na casa dos Lovegood com Luna e o pai dela.
Ela foi muito gentil em me convidar, sabendo que eu não tinha mais ninguém.
Seu pai me acolheu como se fosse sua própria filha. Ele parecia tão contente. Luna nunca havia levado um amigo para casa, e isso me deixou um pouco triste.

Preciso contar: o Natal deles é completamente diferente do Natal comum, o que eu já esperava.
Dentre as tradições da família Lovegood estão: decorar a árvore com biscoitos de gengibre, queimar visgos (para impedir a infestação de Narguilês) e deixar os presentes flutuando ao redor da árvore.
Foi bem louco, mas foi o Natal mais divertido que eu já tive em toda minha vida.

Só voltamos para Hogwarts em Janeiro, e as aulas recomeçaram.
Um mês depois, eu havia esquecido, era Dia dos Namorados. Era estranho ter de comemorar em Fevereiro quando estava acostumada a chorar só em Junho.
A vida de leitora não era boazinha com relacionamentos entre pessoas reais.

Algum gênio romântico da Lufa-Lufa parecia querer replicar a vergonha que havia sido o Dia dos Namorados na época em que Lockhart era professor, e se responsabilizou pelo Correio do Amor.
Lembrando de Câmara Secreta, tive uma de minhas ideias mais geniais.

Quando 14 de Fevereiro chegou, havia lufanos correndo para todos os lados, tentando entregar todas as cartas o mais rápido possível.
Não recebi nenhuma, o que achei no mínimo curioso. Jurava que Draco me faria passar vergonha como vingança pelo "Everte Statum".
Bom, ele certamente se vingaria pelo que aconteceria a seguir.

No meio da aula de História da Magia (a única que eu tinha com os sonserinos), exatamente como eu havia combinado, Lina entrou e entregou um Berrador a Draco.
Todos olharam espantados.
Nenhuma das cartas de Dia dos Namorados havia sido um Berrador. Geralmente, as pessoas queriam que apenas a pessoa a quem a carta estava endereçada recebesse a mensagem.

Draco olhou em volta para ver se achava o responsável por aquilo, mas eu já estava fingindo copiar a matéria.
Ele suspirou pesadamente e abriu a carta.

Olhos cinzentos como a tempestade,
Cabelos brancos como a neve.
Um pouco mau, eu sei
Com o coração tão puro quanto um Unicórnio.
Se deixar, serpentearei até você
Se não, voaremos juntos para longe daqui.

Todos não pararam de rir, inclusive eu. A cara que ele fez foi indescritível!
Claro que não assinei o Berrador, mas se ele fosse inteligente o bastante veria que havia deixado uma dica na mensagem, uma brincadeira com os símbolos de nossas casas.
Nunca pensei que dar uma de Ginny de propósito seria tão engraçado.

Ele olhou de cara feia para seus amigos. Estava um pouco vermelho, acho que nunca havia recebido uma carta dessas antes, mas ao mesmo tempo tentava disfarçar com sua usual cara de desgosto.

Mesmo solteira, aquele foi o melhor Dia dos Namorados de toda a minha vida.
Por que Hogwarts tornava tudo melhor?

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