Feliz Aniversário

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- Sannie... - Uma voz distante chamava Sana de seu sonho. - Sana-chan... - Insistente. Ela resolveu ignorar, talvez fingir que estava na trigésima camada de seu sono afastasse a pessoa. Mas não foi bem o que aconteceu. - Sana! - Um grito foi dado e um tapa foi desferido em seu braço.

- O que é?! - Abriu os olhos, dando de cara com uma Momo brava.

- Grossa! Não deveria, mas estou aqui. Feliz aniversário - Disse, dando um beijo na bochecha da prima, ainda emburrada. 

- Obrigada. Mas você me acordou com esse violência pra isso?

- Não exatamente. - A voz de Mina foi ouvida. Momo saiu de perto da cama, dando espaço para a irmã colocar o bolo em cima do colchão, ao lado da aniversariante. - Feliz aniversário, sua idosa. - Assim como Momo, beijou o rosto da mais velha. Riu com a careta que a outra fez pela última parte de frase.

- Faltou o meu! -Exclamou Jihyo, indo em direção a cama. Deu um beijo e um abraço em Sana, que sorriu com o gesto da melhor amiga. Roubou a cobertura do bolo rapidamente e parabenizou a outra com seu típico sorriso travesso e com a boca suja. - Feliz aniversário!

Sana agradeceu à todas enquanto Mina cortava o bolo. Um prato foi colocado sobre seu colo e logo tratou de provar um pedaço do doce. Divino. Sabia que Mina havia o feito, ela sabia cozinhar muito bem. Momo, gulosa como sempre, já estava na última garfada.

- Hmmm... Bem que o do meu aniversário poderia ter sido assim também, não é? Sua irmãzinha agradeceria.

- Quando você deixar de ser chata, eu faço. - Disse e foi acompanhada de um "Ihhh" vindo das outras duas. - No meu, você não me deu nem um beijo!

- Ela se esqueceu, Mina! Se esqueceu! - Jihyo dedurou Momo, rindo da expressão indignada que a loira fez ao saber.

- Cala a boca, Jihyo! É mentira! Como eu esqueceria o aniversário do meu bebê? - Tentou abraçar a irmã, que lhe lançou um olhar mortal, fazendo-a desistir. - Ok, ok. Eu esqueci, foi mal.

-  Ainda bem que não tenho irmãos, menos problemas. - Todos os olhares voltaram-se para a ruiva. Elas haviam crescido juntas e Sana não considerava como irmandade? Que absurdo.

- Sana, você pensa em algo para o futuro? Bem, esta ficando mais velha hoje, é um ano mais perto do trono. - Momo disse.

- Futuro...? - Pensou um pouco. - Por enquanto, não. Não tenho a menor pretensão de assumir o trono agora, sou muito nova. Quero me aventurar mais, principalmente com vocês, sabem como eu sou.

- Eu também. Já avisei ao meu pai que quero fazer parte do exército, foda-se se sou mulher. Imagina que incrível sair floresta à dentro atrás de mal feitores! - Fazia movimentos como se estivesse segurando uma espada, arrancando algumas risadas das amigas.

As meninas já estavam a uns bons minutos conversando sobre coisas supérfluas quando um homem aparece na porta com rapidez e encara as meninas. Ele parecia estar em um misto de preocupação e tristeza, ou algo do tipo, quando começou a falar:

- Princesa. - Começou receoso. - Seus pais... A guarda os encontrou no campo, e os cavalos sumiram. Eles... - Jihyo ordenou que o subordinado de seu pai terminasse a notícia. - Eles estão mortos. -  Se foi difícil de noticiar, imagina de ouvir.

Sana se encontrava desolada, sem chão. Como assim "mortos"? Só podia ser uma piada, e de muito mal gosto, por sinal. Mas não era. Justo hoje, justo agora? Esse dia deveria ser especial, não é? Ela deveria passar com quem ama, com seus pais. Se sentiu incapaz, nem passava por sua cabeça que não teria como ela ter evitado isso, passava que seus pais haviam morrido e ela não pôde fazer nada, nem ao menos se despedir. Seus olhos entregavam tudo, estavam vermelhos, sua boca se encontrava entreaberta, tentando encontrar palavras enquanto segurava o choro. Sua cabeça era um turbilhão de perguntas e sentimentos agora. Nunca achou que teria que passar por isso, ainda mais tão nova como era.

-Quem? - A voz vacilante. - Quem foi?

- Suspeitamos que tenha sido o reino vizinho. As flechas tinham marcações muito parecidas com os símbolos deles.

Sana assentiu com o olhar perdido, tombou para o lado e abraçou Mina, enterrando o rosto no pescoço da prima. Não demorou para Mina envolve-la num abraço apertado enquanto ela desabava em lágrimas e soluços. Jihyo acenou com a mão para que homem fosse embora, coisa que ele prontamente fez, antes de passar a mão sobre as costas da melhor amiga. Momo, por sua vez, afagava as madeixas alaranjadas da mais nova buscando conforta-la.

Já haviam se passado mais ou menos uma hora e meia desde que a notícia chegara até às jovens. Sana parou de chorar, saindo dos braços de Mina e pegando o copo de água que Jihyo trouxe do andar de baixo. Virava o copo aos poucos, a cabeça latejando de forma excessiva só piorava a situação.

- O que você vai fazer agora? - Perguntou Jihyo, pegando o copo de volta.

- Só me resta assumir o trono, e eu não faço a mínima idéia do que fazer lá.

- Papai pode cuidar disso. - Momo se pronunciou. - Afinal, ele é seu tio, pode te ajudar, não? 

- Já vi história em que isso aconteceu, não me parece má idéia. 

- Isso não afeta a linhagem? Não entendo muito, mas vocês duas passariam a ser princesas agora.

- Disso eu não sei, mas que Sana vai precisar de ajuda, ela vai.

A ruiva ouvia tudo atentamente enquanto matutava algo. Uma idéia absurda se formava em sua cabeça, talvez perigosa de mais mas, quem liga? Achava seu plano louco, duvidava de si mesma, se ela realmente havia pensado aquilo, mas achava também justo, eles não queriam que as coisas fossem assim? Pois bem, então seriam.


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Desculpem qualquer erro aaaa. Tô animada pra escrever isso aqui então, até o próximo cap.

Queen ~ SaidaOnde histórias criam vida. Descubra agora