- Vocês entenderam?
- Pera, pera. Pode explicar mais uma vez? É que, pra mim, ainda tá meio absurdo. - Disse Momo.
- Olha, vai ser assim: Vamos dar um jeito de nos infiltrar naquele lugar o mais discretamente possível, chegar até a princesa sem que sejamos percebidas e mata-la. Simples - Falou como se não fosse nada de mais, deixando as outras perplexas.
- A falta de detalhes...
- E como pretende entrar lá? - Jihyo interrompeu Mina, levantando da cama. - Não pode simplesmemte entrar assim, eles conhecem seu rosto.
- Como tem tanta certeza? Eu nunca os vi, eles não sabem como sou mas, para não dar algum problema, podemos entrar disfarçadas. Seu pai ainda tem aqueles capuzes de frio dos soldados? - Jihyo afirmou com a cabeça. - Então está feito! O quanto antes pormos em prática, melhor.
- Quando você se tornou um gênio do crime? - Mina disse, risonha.
- Ainda vejo tantos problemas nesse plano. - Falou Momo, de braços cruzados e com uma cara não muito boa.
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- Lembrem-se: falem como se estivessem cansadas e desnutridas. - Aquilo fez Momo olhar a própria barriga. Havia comido duas fatias do bolo antes de ir, desnutrida, com certeza, era o que ela não estava.
As garotas andaram em direção ao grande portão de madeira, acoplado às enormes muralhas de pedra já esverdeada pela ação do tempo, uma de cada lado. Dois homens parrudos vestidos em armaduras e portando uma lança e uma espada cada, guardavam a entrada do lugar. Só suas caras enfezadas já transmitiam medo.
- Alto lá, quem são vocês? - Um dos homens disse, quando se juntaram à frente das jovens.
- Somos sem teto, moço. Viemos em busca de abrigo. - Sana falava com a voz fraca.
- De onde vieram, exatamente?
- Extremo sul. - Boa sacada para justificar os casacos grossos em pleno verão. - Olhe nossas roupas. Por favor, deixe-nos entrar, estamos morrendo de fome, sede e sono.
Mina fingia estar com a boca seca e a cabeça doendo pela suposta falta de água à dias em seu organismo, enquanto Jihyo apoiava a cabeça em seu ombro, tentando se manter acordada, lutando contra o sono pelas várias noites mal dormidas. E Momo lutava contra a única coisa que ela realmente não tinha agora, a fome assombrosa do estômago vazio há um bom tempo. Os grandalhões passaram os olhos cuidadosamente pelas meninas antes de se entreolharem e pensarem por um instante. Não demorou muito para que se separassem, dando passagem livre para as quatro moças necessitadas, elas passaram rapidamente pelos homens e logo estavam dentro do território cercado. Se surpreenderam com o pouco que tiveram que andar para se encontrarem em meio à uma multidão de pessoas ao redor de um pequeno palco, Sana se esgueirava entre as pessoas amontoadas, guiando as outras meninas. Parou quando chegou aos pés do palco e deu de cara com uma peça teatral de qualidade duvidosa.
- Senhoras e Senhores, gostaria de lhes apresentar, como se isso fosse necessário, uma dos nossos homenageados nesse início de segundo ato: Princesa Kim Dahyun!
Palmas e mais palmas foram direcionadas à moça que antes estava sentada numa cadeira no canto do palco. Quando Sana alterou seu olhar do pequeno homem de calças bufantes e chapéu engraçado, para a moça, sentiu como se o tempo houvesse parado naquele instante. Kim Dahyun possuía uma pele extremamente branca e não era provida de muita altura, mas, ainda assim, era maior que o apresentador da atração. Mas, o que, verdadeiramente, intrigava Sana, era a cor de seu cabelo, as madeixas de Kim continham uma cor muito curiosa, eram verdes. Mas não um verde fechado, era clarinho, em algumas partes o pigmento era mais forte, em outras, os fios quase atingiam a cor de sua pele. Sana achou aquilo uma coisa única, e, Dahyun, maravilhosa. Jurou que, por alguns segundos, seus olhos e os da princesa, haviam se encontrado. Quando despertou de seu transe e percebeu que a peça já tinha começado, segurou forte a mão de Mina e a puxou para fora da multidão que, por sua vez, arrastou as outras duas junto. Andava rápido entre as pessoas até se esbarrar em alguém.
- Me desculpe, eu não te vi. - Parou, encarando uma mulher de cabelos curtos e castanhos, à frente de uma barraca de verduras, frutas e legumes.
- Não tem problema. - Sorriu, simpática. - Hey, vocês não são daqui, não é? Nunca vi essas carinhas por aqui antes. Prazer, Yoo Jeongyeon. - Estendeu a mão direita para a ruiva.
Sana não poderia dizer seu sobrenome, provavelmente, Yoo desconfiaria, então pensou rápido e apertou a mão da outra.
- Prazer, Uchiha Sana. - Jeongyeon direcionou sua mão às outras, que repetiram o processo.
- Uzumaki Momo.
- Namikaze Mina.
- Hatake Jihyo.
- Nomes diferenciados, hein? De onde vocês são? - Perguntou, pondo as mãos nos bolsos do avental.
- Extremo sul. - Falou Sana
- Norte. - Todas olharam para Momo, a mesma deu um pequeno passo para trás.
- Norte do extremo sul. - Disfarçou Mina
- Ok... Se precisarem de algo, eu estou aqui, tudo bem? Até mais! - Virou e foi até um cliente que perguntava por um legumes.
Andaram área à dentro até se depararem com uma construção, o grande castelo dos Kim. Assim como na entrada do reino, grandes homens guardavam as portas do catelo, fardados e armados, não seria por ali que entrariam naquele lugar.
- O que seu plano diz sobre uma entrada escoltada? - Momo falou, olhando os brutamontes.
- Bem... nada.
- Existe uma entrada pelos fundos. Parece ser uma cozinha ou área de serviço, não sei. Tinha água, sabão e galinhas, muitas galinhas. - Mina ainda estava levemente confusa.
- Como você foi lá e voltou tão rápido? - Jihyo, mais confusa ainda, perguntou. A outra deu de ombros.
Já estava anoitecendo e os postes começavam as ser ligados. Muitas pessoas passavam de carroça, à cavalo ou, simplesmente, à pé, voltando para suas casas. Crianças corriam atrás de suas mães, prontas para um bom banho e uma longa noite de sono, para repor as energias gastas em horas de brincadeira ao decorrer do dia. As garotas encontravam-se amontoadas num canto, cansadas e com sono.
- Minha bunda já está doendo de ficar sentada nesse saco de batatas, e olha que eu nem estou sentada em cima da Momo. - Choramingou Mina
- Por que você me odeia?! - Exclamou a mais velha, que estava com a cabeça sobre o colo de Jihyo, observando a irmã rir baixo.
- É verdade, Sana. Onde vamos passar noite? - Perguntou a de cabelos curtos.
- Hm... - Pensou por um instante. - Ah! Eu tenho um lugar. - Levantou-se.
- Espera, você não vai fazer o que eu estou pensando, né? - A ruiva olhou como se dissesse "Por que não?". Jihyo também levantou, deixando Momo por completa no chão de terra. - Sana, você nem conhece ela! E se ela foi uma serial killer?!
- Não surta, Hyo. - Riu batendo a mão contra o tecido de sua roupa para tirar a poeira. - É só uma noite, eu prometo.
Levantaram e caminharam em direção à barraca de Jeongyeon, a mulher terminava de colocar um caixote na carroça que o cavalo castanho segurava, logo depois, fechou a barraca.
- Olá? - Jeongyeon se virou e sorriu para as quatro, Mina já estava desmaiando de sono.
- Como posso ajudar? - Sana olhou Jihyo e voltou a olhar Yoo.
- Então...
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Queen ~ Saida
FanfictionJá pensou em perder seus pais no dia do seu aniversário? Pois é, foi por isso que Sana passou. E, o que ela mais queria agora, era vingança, porém, Dahyun era o maior dos seus obstáculos. Um assassino pode se apaixonar por sua vítima? 🏅#48 - saida...