Capítulo 08 - Deveria ser o fim e não um recomeço

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Terminar com alguém, independentemente se ainda existe sentimentos ou não, é sempre difícil. Isso porque geralmente a outra pessoa continua gostando de você e, tendo intenção ou não, ela acabará com o coração partido. Além do mais, como se já não fosse o bastante, ter de explicar os motivos do término é uma tarefa complicada – e um tanto deprimente.

A expressão de Ha-Yun é puro choque. E, apesar de eu entender perfeitamente o porquê, não posso retirar ou contradizer o que disse. Pois é a verdade e o que meu coração quer.

— Mas, Jimin... Por quê? — ela balbucia, desconcertada, e percebo as lágrimas imergindo de seus olhos — Eu... Por acaso eu... Fiz algo de errado?!

— Não! Você não fez nada de errado. — esfrego a mão no rosto — Não pense isso.

"Se alguém fez algo de errado aqui, essa pessoa sou eu", penso.

E obviamente mantenho o pensamento para mim.

— Você é uma garota incrível. Qualquer cara seria sortudo de tê-la como namorada.

— E você é esse cara. — ela interrompe com um sorriso nervoso e aperta minhas mãos da mesma maneira — Quem eu amo e quero ter ao meu lado.

Balanço a cabeça em negação, ouvindo-a suspirar inquieta, e insiste:

— As coisas estavam indo bem entre nós, não é?! Então por quê?

Permanecemos em silêncio por um longo e desconfortável instante. Inspiro o mais profundamente que consigo e, apesar da apreensão, deixo a confissão vir à tona:

— Eu me apaixonei por outra pessoa.

As mãos dela, até então sobre as minhas, deslizam e caem inertes em seu colo. Vejo a dor em seus olhos, bem como a decepção manchar seu bonito rosto, e sinto-me péssimo.

Mas não existe o que se possa fazer.

— Há quanto tempo? — sua pergunta é um sussurro.

— Alguns meses.

— Era por isso que estava agindo tão estranho e se distanciando de mim?

— Me desculpe.

Caímos em um profundo silêncio de novo, o qual não dura muito tempo, já que o ruído de seu choro contido retumba em meus ouvidos. Suspiro. Eu não queria que as coisas terminassem desse jeito, nem que a Ha-Yun saísse machucada, mas era de se esperar.

Afinal, francamente, não haveria outro desfecho para toda essa bagunça que criei.

— Eu poderia inventar uma desculpa esdrúxula, mas você não merece isso. — respiro fundo enquanto esfrego frustrado os cabelos — O mínimo que eu devo é a verdade.

Ou parte dela, no caso. Já basta o fato de que estou omitindo o que rolou entre sua tia e eu, e do término ser justamente pelo o que sinto por ela.

— Mas... Como isso aconteceu? — gagueja — Certo que, nos últimos meses, não consegui dar muita atenção ao nosso namoro devido as aulas. Só que... Quando estávamos juntos, eu sempre me esforcei para compensar essa falta e....

— Eu já disse que você não tem culpa de nada.

— Então como aconteceu? — sua voz sai mais alta e tensa do que antes.

Fecho os olhos brevemente e o rosto de Luna surge em meus pensamentos. A dor da separação se mistura a intensidade do que vivemos juntos no último mês. Lembranças dos nossos momentos invadem-me com força. Como eu queria estar com ela agora.

Minha tentação, LunaOnde histórias criam vida. Descubra agora