Ideia 98 [CRÉDITO]: Smart Credit Card

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Mesmo que muitos conselheiros financeiros o defendam, talvez por mera mesmice de status quo, é lógico que o atual formato do cartão de crédito está ficando saturado. Tanto é que o USA Today publicou em 2014 uma matéria por título: "Uh-oh: 63% of Millennials don't have credit cards" (63% dos milenares, leia-se geração Y, não têm cartão de crédito). A geração Y é composta por aqueles que nasceram em torno das décadas 1980 e 1990. Essa geração cresceu durante período de crise e viu pessoas sucumbindo em dívidas e não está disposta a repetir o erro, por isso é mais cautelosa com esse tipo de subterfúgio financeiro.

Embora eu, como um autêntico integrante da geração Y, não use cartão de crédito, trago aqui esta ideia para aqueles que o usam, e para as empresas de cartão de crédito passarem a reformularem seu modelo de negócio antes que seja tarde demais e muitos consultores financeiros adeptos do cartão de crédito figuem pregando no deserto o velho clichê que diz que o cartão não é ruim, mas é preciso apenas saber usar. Tudo bem, o cartão é um financiamento do seu consumo, e nem todos têm ou devem ter cultura de ter primeiro e pagar depois. Alguns são investidores e preferem pagar a vista, obter desconto e não dever mais nada a ninguém. Porém, se as empresas de cartão de crédito querem resistir a esta geração e às próximas, precisam descer do salto, diminuir os juros e rever seus conceitos.

Sugiro o Smart Credit Cart (SCC). O SCC é uma proposta de cartão de crédito flexível, com juros humanizados, com limite máximo no montante total e nas parcelas proporcionais à renda, e, principalmente, um sistema de equalização automática das parcelas. Assim, teremos um SCC da seguinte forma:

1) Possibilidade de juros menores. Os juros servem para pagar mau pagadores, mas às vezes os bons pagadores pagam pelos mal pagadores. Se houver maior controle no sistema do cartão, menos pessoas deixarão de pagar, e menos arriscado será e menores os juros se tornarão, desconsiderando os juros normais comuns nesse tipo de serviço dos quais as pessoas preferem não reclamar pensando na vantagem de ter um produto antes de ter a real condição de pagar por ele, mas o importante é que cada pessoa que gosta use de forma organizada e segura, evitando que o negócio perca sustentabilidade na sociedade entre os adeptos do crédito para consumo;

2) O cartão X dá direito a um limite de parcela no valor de 100 reais. O limite máximo é 1.000 reais. Assim, se o cliente quer comprar um produto de 300 reais, mas a loja só aceita parcelar em 2 vezes, essa transação não será aprovada porque o valor ficará em 150 em duas vezes, ou seja, acima do limite mínimo de 100 reais. Mas, se a mesma loja aceitar parcelar em 3 vezes, logo será possível fazer a transação e o cliente poderá saldar a dívida com tranquilidade porque está dentro de suas reais condições. Da mesma forma, ele jamais poderá ter mais de 10 parcelas no valor de 100 reais, já que o montante total do seu cartão é de 1.000 reais;

3) Equalização automática das parcelas. Isso significa que as parcelas serão sempre iguais, divididas de forma igual. Se antes você tinha quatro parcelas de 100 para pagar (400), e agora surgem mais duas de 300 (100), sabendo que são 4 meses em questão, em vez de ficar 100+300 (400), 100+300 (400),  100 e 100, o sistema recalculará tudo e ficará 4x(1.000/4) (4x250). Isso evitará que você pague 400 reais num mês para depois pagar 100 no outro.

Não recomendo cartão de crédito, mas o SCC favorecerá muitas pessoas que usam e se endividam à toa. Em nome dessas pessoas, lanço esta ideia 98.

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