Dia 2
Tirei sua blusa e guiei minha boca ao osso da sua clavícula. Sajou suspirava intensamente e as vezes até gemia apenas com beijos em sua pele. Brigas sempre esquentavam as coisas entre nós dois. Quer dizer, se é que estávamos brigados.
Eu cheguei aqui em Quioto ontem a noitem. Jantamos e dormimos. Hoje de manhã ele foi pra faculdade e só voltou no fim da tarde. Agora estávamos agarrados no seu sofá. Não tivemos a oportunidade de falar sobre nada.
Desde de que ele voltou de Tóquio tinha um clima estranho. Sempre acabávamos com mini-discussões cansativas pelo telefone. Discordávamos sobre dinheiro, sobre datas, sobre planos prum futuro próximo. Discordávamos até sobre discordar. E olha que nem falamos sobre casamento ainda. Se ele quisesse esperar pra planejar porque sua mãe estava doente? Eu entenderia se ele quisesse esperar ela se curar, mas ele apenas se recusava a falar sobre isso.
Afastei minha boca e olhei sorrateiro pra seu torso despido. Nossa! Ele estava mais magro que me lembrava. Seus ossos estavam saltando na pele, mesmo que seu peito ofegasse empurrando suas costelas, ainda parecia mais que o comum.
— Você emagreceu... — sussurei e ele me puxou pra outro beijo.
Há quanto tempo não o via? A última vez foi em Tóquio… Então foram dois meses? Não… Acho que foi só um mês e uns vinte dias, por aí. Passei a mão por seu tórax e definitivamente ele tinha perdido peso. Sajou nunca comeu muito, mas algo me diz que morando sozinho ele come ainda menos. Deveria cozinhar pra ele hoje, não, devia cozinhar pra ele todos os dias.
Movia a ponta dos meus dedos pelo o lado de seu corpo enquanto esperava ele se conter de alguma forma. Como pedir pra sairmos do sofá e irmos pro quarto, falar que ia ao banheiro ou ligar o aquecedor, tomar banho, desligar a luz ou umas das várias outras desculpas ele tinha quando só beijos não eram o suficiente.
Ao invés disso ele tirou meus cabelos do meu pescoço e beijou, fez cócegas até sua boca sugar minha pele devagar e beliscar com os dentes. Doeu um pouco pela pressão que ele usou. Eu não queria mais esperar. Levei minha mão devagar pra dentro de sua calça.
— Eu posso? — pedi sua permissão.
— Pode. — respondeu num suspiro. Eu me movi pra baixo e ele me trouxe de volta. — C-com as mãos.
Deitei ao seu lado e comecei. Ele se agarrou em mim mais que o necessário. Dificultando um pouco o movimento do meu braço, mas não o suficiente pra me atrapalhar. Rihito tinha sua boca perto da minha. Sentia perfeitamente a vibração de sua voz.
Um celular começou a tocar, não sei se era o dele ou meu. Nós nos entreolhamos e apenas com os olhos tomamos a decisão de não atender o chamado. Agradeci a deus por isso.
— Eu vou desligar. — disse ele se afastando.
— Eu não vou demorar. — o puxei de volta e me inclinei sobre ele, acelerando os movimentos da minha mão.
Ele apertou mais seus braços em mim e chiou. Rihito mexia seu corpo e vagarosamente debaixo do meu. A cara que ele fazia parecia sua cara de irritado, idêntica, na verdade. Quando eu o olhava assim parecia que tudo tinha valido a pena. Saudades, ansiedade, brigas, distância, minha bunda quadrada por horas na estrada.
O telefone parou de tocar. Ele não gemia, só respirava fundo várias vezes. O barulho vinha do ar saindo a sua boca, não da sua voz, mas ainda era doce. As mãos dele subiram pelo meu pescoço e se enfiaram no meu cabelo massageando os fios da minha nuca. Seus olhos abriram-se e sorriram junto com o canto da sua boca entreaberta, soltando suas arfadas quentes. Eu só acelerei a velocidade da minha mãe e Sajou voltou a esconder seu rosto em mim, aos pouco acompanhou os movimentos da minha mão com seu quadril. Eu sabia o que era isso. Senti seu o hálito quente ao gemer trêmulo com seu corpo quando ele gozou. Meu corpo se arrepiou... Com certeza ele valia a minha bunda quadrada e muito mais.
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Hitotema - Uma vez
Romance"Fazia um ano que eu e Sajou vivíamos em cidades diferentes. Ainda era estranho pra mim. Quando ele foi embora eu tinha certeza que eu não aguentaria, mas aí se passou um mês depois, dois meses, depois um ano inteiro. Eu já vim visitar ele, uma, dua...