memórias de uma terça-feira que eu francamente gostaria de esquecer

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" eu coloco minhas mãos na maçaneta de prata
que com certeza não era de prata
abri a porta , em direção ao quarto, em direção a ela
ela estava pelada, com sua bunda branca e grande
enrolada nos lençóis finos
tinha uma tristeza e tesão em seus meigos olhos castanhos
uma melancólia, que eu não vejo em muitos poemas
ela estava com uma aliança de ouro
pelo menos parecia ouro
a aliança me fitava como um marido traído
me olha nos olhos, ainda pelada
me esperava para come-la
como um imenso bife em um belo prato de francês
eu a indago:
- acredita no amor?
ela me diz:
-já acreditei
ela abaixa minhas calças
e começa a me mamar
talvez mentindo pra si mesma
talvez ainda acreditando no amor"

o amor já havia sido enterrado quando começamos a escrever sobre eleOnde histórias criam vida. Descubra agora