2. Des Fleurs Comme Calmants

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Taehyung e Jeongguk se conheceram naquela manhã de primavera, e todas as manhãs e noites um ao lado do outro era como recriar artes plásticas, era como fotografar um novo mundo, ali naquela pequena vila italiana. Aos poucos Jeongguk se tornou a nova paixão de Taehyung — quando teus olhos sorriem para mim são os segundos que desaceleram — era um de muitos pensamentos que se passavam na mente do loiro sempre que estava junto ao dono das madeixas cor de pêssego. Não sabia como verbalizar oque sentia, na verdade sentia medo de assustar Jeongguk, sempre sentia tudo muito rápido e intensamente, as vezes mergulhava fundo demais em águas que na maioria das vezes eram rasas. Enxergava uma nova chance ali, no silêncio do seu quarto enquanto a brisa fresca do verão o causava uma sensação boa, quis verbalizar tudo para o outro, quis correr por aqueles jardins e gritar por entre as flores, o amava, era assustador assumir para si mesmo, então imaginava que seria mais ainda para o outro, mas precisava dizer, ou morreria com o peito apertado por aquele sentimento.

Estavam vivendo seu próprio Nascer da Lua Sobre o Mar, pintura de Caspar D. Friedrich, umas das favoritas de Taehyung, que descobriu ser uma das favoritas de Jeongguk também. Esse que desejava estudar artes futuramente, fazia teatro na cidade perto da vila e sempre quis uma formação aprofundada, tocava piano e cuidava daquele jardim como se dependesse daquilo, adorava ler seus livros de poesia perto das grutas ou simplesmente ficava ali no jardim admirando Vênus e divagando por entre as histórias que cercavam aquela vila e aquele jardim. Como no seu poema favorito, The Garden of Love.

Assim como taehyung, jungkook ouvira aquela história por toda sua infância, ao contrário do loiro, jeongguk acreditava que oque poderia encontrar de mais belo era a própria vida, mesmo que as vezes amarga, ainda assim, bela. Já desfrutou de longos verões com alguém, namorava uma estudante de teatro da cidade, a Anne, terminaram meses depois pois a mesma dizia não conseguir entender jungkook, ele compreendia, sempre fora complicado dizer que amava alguém, ou nunca sabia como se sentia em relação aos outros, mas no fundo sentia muito. Anne era alguém que gostava e lhe fazia  companhia, que o trazia paz, mas infelizmente não a amava. Desde que Taehyung chegou tudo pareceu virar de cabeça pra baixo, ele sabia que o mesmo vivia pelo romance, por sentir tudo imediatamente, não o assustava, mas o fazia pensar, queria sentir tudo da mesma forma, queria viver um amor de primavera. Não queria mentir para o loiro, não queria criar esperanças nele, sabia que gostava do mesmo, mas Taehyung merecia amor, e não sentimentos duvidosos.

Um nascer da lua sobre o mar, compartilhavam daquele momento único no lago, perto das grutas, recriando a pintura de 1822. Haviam se beijado naquela tarde, jeon lia um dos seus livros, enquanto Taehyung fotografava o lugar, na verdade era só mais uma desculpa para fotografar o rapaz repousando sobre aquela árvore e os girassóis ao seu redor. Não ironicamente, as flores favoritas do professor de filosofia. Os lábios levemente abertos do estudante de teatro indicava que o mesmo estava se deliciando com cada palavra do livro, eram lindos, assim como seu rosto, quis tocá-lo, parecia tão macio — deixe-me beijar seus lábios, kook — proferiu Taehyung de forma tão calma que suas palavras foram junto a brisa de encontro ao rosto de Jeon. Ele levantou o olhar para o professor que o olhava de forma intensa, não havia luxuria em seu olhar, era como um oceano sendo iluminado pelo sol, seus olhos brilhavam. Não conseguiu dizer nada, apenas fechou seu livro e assistiu Taehyung chegar cada vez mais perto de si, seu coração estava acelerado, por um momento o tempo parou, foi quando seus lábios por fim se encontraram.

Foi naquele nascer da lua que o professor resolveu se declarar, mesmo sabendo das chances de não ser correspondido, quis ser sincero sobre como se sentia. O jovem Jeon o olhou com tanta melancolia, era como uma canção cinzenta de outono o atingindo por inteiro, quis fugir, mas não conseguiu mover um dedo, até que a mão do estudante repousou sobre seu rosto, no qual escorria uma lágrima. Jeon a limpou levemente deixando um carinho ali.

Taehyung tinha seus olhos fechados, não queria abrir e encarar a realidade, queria viver aquele nascer da lua eternamente, mas de outra forma. Quis muito não ter escutado as palavras que saíram dos lábios do seu amado, ele quis sumir no tempo — não posso tae, não devo te prometer um grande amor, não sou capaz de te causar essa dor, você me ensinou muito até aqui, me permitiu encarar meus medos e não demonizalos, você merece um amor inteiro, não sentimentos indefinidos — Disse o estudante o olhando nos olhos, esses quais se encontraram fechados todo o tempo. Custou muito, mas Taehyung abriu seus olhos, fungou algumas vezes até conseguir encarar Jeongguk da mesma forma, esse que lhe assistia atentamente, carregava um quê de tristeza no olhar, uma solidão. Então beijou seu rosto suavemente, um beijo triste, mas nunca um adeus.

Esperarei por mais uma primavera Jeongguk, eu esperarei.

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⏰ Última atualização: Aug 19, 2021 ⏰

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