Capítulo 4 - Vaidade

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Shinsou acordou ouvindo os roncos de Sero ao seu lado na cama. No fim do corredor, o barulho do chuveiro ligado e os gemidos de Kirishima e Bakugou. Ele suspirou, já exausto. Hinata se esfregou em sua mão, logo deitando na cama e pedindo carinho. Ignorando todas as suas obrigações mais urgentes, ele acariciou o gato quase sem pelo, sempre tão carente.

Ele só levantou da cama quando Sero o abraçou por trás, envolvendo sua cintura num abraço e babando em seu pescoço, ainda roncando. Ele desceu para a cozinha e deu de cara com Sato sorrindo para ele e suspirou mais uma vez, derrotado.

Alguns minutos depois, uma bela omelete estava pronta para ser devorada e ele tomou um copo enorme de café. Já que estava feito de qualquer forma, ele mandou uma foto para Eri, que respondeu com um áudio digno de toda a doçura que sua carinha de menina de 12 anos e o gosto por tons pastéis indicava que ela tinha.

"Shin Shin!! Você tá comendo tão bem, tô tão feliz. Tô morrendo de saudades, irmão. Vou te visitar assim que der e vou levar nossos pais. O Shota tá super rabugento esses dias, ele ta com saudades também, mas não admite. Eu e o Hizashi vamos arrastar ele prai e nem tente fugir você também. Beijos, te amo!"

Hitoshi nem se deu ao trabalho de esconder o sorriso em seus lábios, todavia não respondeu o áudio na hora. Eri o conhecia, estava acostumada e não iria se importar. Ao pensar em quem mais estava no aplicativo de mensagens esperando uma resposta, ele desligou o celular, ignorando o fato de que teria que ligá-lo novamente em breve.

Após comer, ele se arrumou no sofá para trabalhar. A péssima posição de sua coluna para trabalhar e dormir cobrou seu preço: suas costas doíam e seus ombros estavam a ponto de matá-lo. Ele suspirou, cogitando a ideia de montar um escritório em casa. Afinal, o lugar era enorme e alguns cômodos estavam mesmo sendo meio inúteis. Pensaria melhor nisso depois. Ele ligou o computador e, relutante, ligou novamente o celular, entrando em sua conta comercial para checar possíveis trabalhos e feedbacks.

Passando por todas as mensagens, ele deu de cara com um homem reclamando de seu último design. Era um mal educado filho da puta reclamando da qualidade do cartão de convite do aniversário do filho. O cara ofereceu uma mixaria pelo serviço, deu a ele 12 horas para fazer e vinha reclamar de qualidade? Não satisfeito, o babaquinha se recusava a pagar?

Sinceramente, era a última vez que ele aceitava trabalhos sem adiantamento algum. A frequência com que essas coisas aconteciam, puta que pariu!

Ele se percebeu ficando com raiva demais e ao desviar o olhar do computador, notou Ira ao seu lado, a cara fechada contrastando com a forma doce com a qual ele acariciava Sasuke.

— Ele é um filho da puta mesmo. Manda ver. — Ele falou.

Shinsou respirou fundo, tentando ignorar a raiva e conversar com a pessoa. Até que o homem chamou seu trabalho de "bosta de aluno do primário".

Aí era demais!

Sem nem perceber a presença de uma mulher de cabelos rosas atrás de seu sofá, ele passou a se gabar da qualidade de seu trabalho, apontando a alta qualidade da imagem, o conhecimento do espectro de cores que ele aplicou no convite e como a arte dele era toda original, ao invés de algo copiado da Internet e feito no Canvas como muitos faziam. Em algum momento, ele se deixou levar e passou a comentar sobre seu sucesso na faculdade, os prêmios, as boas notas e os elogios.

Logo, a primeira mulher foi acompanhada por Uraraka e Shinsou passou a cobrar seu dinheiro, já que eles tinham um acordo e seu trabalho estava feito e ele tinha gastado boas horas de seu dia trabalhando naquilo ontem. Por fim, Hitoshi se viu derramando palavras tão grosseiras como nunca antes e ameaçando processar o homem de uma forma tal, que 10 minutos depois ele enviava o comprovante de pagamento e afirmava que ia usar o convite feito por ele no aniversário e até o convidou, pedindo desculpas.

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