Capítulo 3

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No capítulo anterior: Aoyama dá conselhos para Izuku. Inko aprova que seu filho vá para os EUA. A turma decide ir para a praia e Izuku tem alguns momentos a sós com Kacchan, mas nada acontece. Depois de se encontrarem no parque perto da casa deles, Izuku e Katsuki conversam. As coisas saem do controle e ambos falam mais do que deviam. No calor do momento, Izuku decide ir para Cosmix.


Por se tratar de uma tradução, caso encontre algum trecho que seja melhor reescrito e/ou esteja confuso, não hesite em comentar!



Izuku reclina a cabeça na janela gelada. Armado com seus fones de ouvido, seu Nintendo Switch no bolso da cadeira da frente, um sanduíche que sua mãe embalou porque Aquelas comidas de avião não tem calorias suficientes para um garoto em crescimento, Izuku! e uma daquelas almofadas de pescoço que os aviões têm.

Ah, ele está prontíssimo para as próximas dez horas de vôo.

Ele remexe o bolso do moletom, puxando seu celular. Clica na tela e morde o lábio, direcionando o olhar para o lado de fora da janela, onde os funcionários carregavam o bagageiro do avião. O celular vibra em suas mãos de tempos em tempos e ele vê as notificações acumulando - mesmo tendo acabado de vê-los, Uraraka, Kirishima, Kaminari, Ashido, Todoroki, Iida, Asui - cada um deles manda suas próprias mensagens de despedida. Izuku não se dá o trabalho de abri-las - apenas observa o aparelho, uma dor pesando seu peito.

Desde aquela noite, não tinha trocado uma palavra com ele.

E agora... ele não vai nem mesmo dizer tchau?

Izuku balança a cabeça e fecha os olhos.

Não é como se ele tivesse olhado para Izuku em algum momento dos últimos dezoito anos. E, se for parar pra pensar, é tudo culpa de Izuku. Qualquer pessoa normal teria cortado alguém como Kacchan de suas vidas. Ele é malvado, cabeça-quente, e muito competitivo, e arrogante, e terrível e... O estômago de Izuku revira desconfortavelmente. Mesmo sendo só em pensamento ele não... não consegue negar. Ter Kacchan perto dele o torna mais forte. O faz sentir como se pudesse fazer tudo. Como se fosse o melhor do mundo. Apesar de todas as más qualidades, Kacchan é incrível. Persistente. Apaixonado. E quando ele sorri, quando ele ri, quando ele faz aquelas piadas internas com Izuku que não foram feitas para mais ninguém - é a coisa mais linda do mundo.

Ah! Izuku é tão idiota. Ele esfrega a testa, frustrado. Aqui está ele, pensando no sorriso do cara e como ele é radiante e como ele se alegra quando vence uma briga. Verdade seja dita, Kacchan deixou bem claro que odeia Izuku. Que o quer fora de sua vida. Ele literalmente disse que ver Izuku o deixa enjoado! Não tem como interpretar isso errado!

Então por que...? Izuku se lembra daquela noite, do brilho confuso naqueles olhos vermelhos marejados. Talvez só esteja querendo fugir da verdade, não, definitivamente está querendo fugir da verdade, mas Kacchan... parecia não querer dizer aquilo. O loiro não disse com o mesmo ódio, o mesmo fervor que sua voz normalmente tem. Talvez Izuku devesse ter dito outra coisa? Feito outra coisa? Ele praticamente disse para Kacchan exatamente como se sentia, e qualquer idiota seria capaz de entender o que Izuku quis dizer. Simples assim. Izuku falou para Katsuki sobre seus sentimentos, Kacchan sentiu nojo e decidiu nunca mais conversar com ele de novo. Urgh.

Izuku precisa parar de pensar nisso. Precisa parar de pensar sobre Kacchan. Kacchan está fora de sua vida agora. É isso, acabou. Acabou.

A senhora sentada ao lado dele o olha por um longo período, curiosa, e Izuku coloca seu gorro na cabeça em resposta.

Linhas Cruzadas *EM HIATO*Onde histórias criam vida. Descubra agora