Linhas Cruzadas *EM HIATO*

Capítulo 1.1

Notas da autora: Colequem os cintos meus caros, a viagem vai ser longa. Para conseguir postar com mais frequência essa tradução, preferi dividir os capítulos em partes menores de aproximadamente 4 mil palavras.

Gostaria de agradecer a Anna, RoadTripWithLucifer, por ser uma grande amiga, escritora, e por autorizar a tradução. Caso tenha interesse, leia a história original em inglês (completa): "Intersecting Lines" no AO3, https://archiveofourown.org/works/24279052/chapters/58518769

Obrigada pelo apoio e boa leitura!
Lua

PS: por ser uma tradução, caso encontre algum erro e/ou algo que possa ter ficado confuso em português não hesite em comentar, críticas construtivas são sempre bem-vindas.

"É isso. Vocês tem até o final das férias de verão. Classe dispensada."

Izuku podia jurar que uma bola de mato seco rolava na frente da sala de aula. Aizawa ficou completamente parado, olhos entreabertos, boca contorcida em algo entre uma careta e um sorriso. Depois de alguns segundos de silêncio ele simplesmente começou a se fechar dentro do saco de dormir.

Ele já estava deitado no chão atrás da bancada antes da sala explodir em mar de múrmuros, uma cacofonia de excitação, confusão e irritação.

"Pera, o que isso quer dizer? Nós já estamos fazendo Estudo de Campo há dois anos. Como isso seria diferente?" Ashido Mina é a primeira a falar, seu cabelo cor de chiclete arrepiado como os pelos de um gato, incomodada.

"Sim, e depois do que passamos na Ilha Nabu - isso é realmente necessário?" a voz melancólica de Tokoyami Fumikage acrescenta, de seu peito um Dark Shadow minúsculo dava de ombros e concordava com o garoto-pássaro.

"Nós quase morremos! A U.A. não parece se interessar muito com o que acontece com seus estudantes!" uma voz chorosa grita de trás de Izuku.

Jirou Kyouka vira na cadeira, fones de ouvido apontando diretamente para Mineta Minorou como antenas de um radar.

"Tá bem óbvio que não, até porque senão já teriam te expulsado!" ela praticamente grita, e o resto das garotas comemora concordando.

Mineta se afunda mais em sua cadeira, murmurando incompreensivelmente.

Yaoyorozu Momo levanta a mão, o rosto sério.

"Professor, por favor, eu acho que nenhum de nós entendeu. Qual a utilidade dessa 'residência'?"

Outra mão ergue-se dos fundos.

"Eu concordo com a Yaoyorozu, Professor! Como representante de classe, devo tomar partido! Pensar que nossos últimos seis meses de estudo na U.A. serão completamente tomados por essa... essa... residência? Temo que vamos perder oportunidades educacionais que não teremos acesso no mercado de trabalho!"

A única pessoa sem falar, sem mesmo se mexer, é Bakugou Katsuki.

Izuku leva os olhos para a parte de trás da cabeça do outro, para os tufos pontudos de cabelo dourado arrastando-se por seu pescoço bronzeado. Apoiando o queixo em sua mão, cotovelos na mesa, olhar focado para fora da janela.

Kacchan deveria ser o mais feliz de todos eles... não deveria? Kacchan é brilhante, claro, e as aulas nunca foram um desafio para ele, mas ele era um homem de ação. Entre eles, Kacchan era quem deveria estar animado para finalmente ir para o campo e finalmente lutar como o herói que sempre foi seu destino se tornar.

Uma sensação de desconforto, dolorosa e pesada, se espalha pelo corpo de Izuku, fazendo-se presente na boca de seu estômago. Ele engole a sensação, a boca seca e ácida. Sim, o herói que ele sempre foi destinado a se tornar. Uma estrela iluminada e brilhante que Izuku nem sonhava em alcançar. Nos últimos três anos Izuku vinha tentando diminuir essa distância entre eles, mas agora podia se sentir caindo em queda livre. Não. Esperem. Ainda é muito cedo. Não é?