Capítulo 14.2 - Linhas Cruzadas

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Notas da tradutora: É aquele ditato né, "Quem espera sempre alcança". Vida não foi fácil nos últimos dias. Esse capítulo pode ser lido separadamente, sem problemas, mas pra quem não lembra do que rolou antes na fic, e/ou quiser sentir a montanha-russa que é esse capítulo como ele era originalmente, recomendo reler a parte 1!

Aproveitem!

No capítulo anterior: É a última semana de aula e Kacchan e Deku "estudam" juntos. Com a formatura se aproximando, All Might conversa com Izuku sobre sua volta para Cosmix. O garoto sabe que esse é o caminho a se seguir, mas não quer dizer que é fácil. Uraraka fala sobre o futuro deles e quando Izuku vai avisar a Kacchan sobre sua volta, o loiro não recebe bem a notícia.

Isso é tão... normal.

É quase absurdo o quão normal é. O auditório, os discursos melancólicos, os nomes sendo chamados um a um para pegar os diplomas. Cada um deles reverenciando o Diretor Nozu. O olhar rígido dos professores, todos em roupas formais ao invés das casuais de sempre. Aizawa está até mesmo com cabelo preso em um coque.

Apesar do clima solene, e de seus colegas não estarem tão bagunceiros quanto esperava, Izuku se sente... tão feliz. Em paz. Esse foi o capítulo mais importante de sua vida, algo que esculpiu e mudou tudo nele, e agora... ele está prestes a seguir em frente para algo novo e inovador e assustador.

Obrigado, All Might.

Obrigado por me dar tudo pela qual sempre sonhei a oportunidade de me tornar um herói.

Obrigado, por me permitir me aproximar de Kacchan. De ser visto como igual, como amigo. Talvez até mesmo, nesses poucos dias mágicos, como seu amante. Nunca me esquecerei dessas experiências, vou lembrar pelo resto da vida.

Obrigado, por me permitir conhecer esses heróis incríveis, aprender com eles, encontrar meu lugar.

Estou tão feliz.

Seu coração transborda.

Está tudo bem ser assim, Izuku pensa, ao ver Kacchan caminhar até o pódio, passos confiantes e carranca no rosto. É melhor, na verdade. Já que Kacchan não está falando com ele, não vai precisar se despedir. Ele pode ir embora com essa imagem, seu amigo de infância, essa pessoa incrível, se formando na escola dos sonhos deles. Sem defeitos, como o final de um filme cafona.

***

Izuku ouve uma batida na porta. É tarde; muito tarde, e todos estavam exaustos depois da cerimônia e de passar o dia com suas famílias. Até que foi divertido, conhecer os pais e irmãos de todos, e até mesmo bisbilhotar um pouco do drama e estardalhaço que era a família Todoroki. Além disso, demorou um século para a mãe dele ir embora, ela chorava demais falando sobre como seu bebê a estava deixando de novo! Pra ser justo, a maior parte das pessoas foi para casa passar a noite com suas famílias. Ninguém precisava correr para arrumar as malas como Izuku. É melhor assim, Izuku repetia para si mesmo. Se se permitisse demorar muito nas despedidas e passar muito tempo com seus amigos, seria muito mais difícil ir embora.

Ele termina de dobrar a camiseta, parte de si questionando quem poderia ter ficado nos dormitórios. Tsui, porque a família dela mora longe demais da escola e seria um saco pegar o trem de volta. Ojiro, também, pois os pais dele moram em algum lugar das montanhas. Sua cabeça estúpida pensa em Kacchan, mas com um quê de decepção, Izuku sabe que não pode ser. Além do mais, ele viu Kacchan entrar no carro com os pais. Mitsuki até abraçou ele e tudo mais, enquanto Kacchan os encarava de longe.

"Pode entrar..." ele responde finalmente. Ele não está muito afim de encontrar com alguém, uma melancolia sombria e pegajosa enraizando-se nele. Não gostaria de ter que mentir para as pessoas sobre o que está fazendo.

Linhas Cruzadas *EM HIATO*Onde histórias criam vida. Descubra agora