Heathens// Z.M. (HIATOS)

Capítulo 21

O carro de Louis para em frente a casa que agora é minha também. Ele puxa o freio de mão e suspira junto comigo e me olha. Mesmo na escuridão, seu olhar continuava sendo o mesmo.

“Muito obrigada por hoje, de verdade. Eu nunca me diverti tanto assim, pelo menos desde que cheguei” digo tirando o cinto e me viro pra ele “Sério, muito obrigada mesmo’’ sorrio apertando meus olhos e ele sorri também.

“Eu que agradeço a compainha, Lottie” ele sorri pra mim e por um momento fica meio sério,como se estivesse pensando em algo um tanto quanto não engraçado.

Ele volta a me olhar e sorri de novo. Olho pra baixo, pondo mechas do meu cabeço atrás da orelha sorrindo, e volto a olhá-lo. Eu poderia sair do carro. Eu iria. Mas, eu sentia que precisava ficar lá. Como se essa nossa despedida não fosse suficiente.

Em um movimento rápido, ele vem para frente, segurando os fios laterais do meu cabelo como aconteceu no parque. Sua boca, agora com gosto de hortelã, se junta a minha iniciando um beijo meio desesperado, porém bom. Seguro seu pescoço com as duas mãos, enquanto nosso beijo desacelerava e ficava lento e intenso.

Seu polegar fazia carinho na minha bochecha, enquanto seus dedos ainda se encontravam encaixados nos meus fios cacheados. Nossas bocas estavam numa perfeita sincronia. Nossas línguas disputavam espaço, numa tentativa desesperada de termo-nos mais um ao outro.

Ficamos ali, por longos segundos, parados, nos olhando. Até que, finalmente, um de nós voltou a realidade e decidiu se despedir. Louis me deu um beijo na testa, depois abriu a porta do carro, simplesmente só levou seu braço tatuado a porta e destrancou.

Vi seu carro ficando menor conforme ele se distanciava e o frio me percorria. Mexo na minha bolsa até achar a chave e entrar em casa, depois de passar pelo portão onde os seguranças o abriu para mim. Entro em casa, onde está tudo escuro, somente a luz da lua refletida na janela imensa da sala iluminando o ambiente. Vou andando em direção a escada, só pensando em fechar meus olhos e poder dormir.

“Onde esteve?” uma voz na cozinha me faz tremer e quase meu coração saltar pela boca. Paro imediatamente na escada, e giro meu corpo na direção em que a voz saiu “Eu perguntei, onde você esteve Charlotte?” Zayn.

“Virou meu pai agora, é? Eu estava com o Louis, você sabe disso e é o suficiente. Se quiser saber de tudo, pergunta pra ele” a ideia remota de ter que aturar ele me mandando, é tão intolerante que a vontade de ir embora é maior.

“Não sou seu pai, mas se você atendesse a merda do telefone, eu não precisaria perguntar. Margô ligou pra você um monte de vezes e depois ligou pra casa, perguntando porque que a filhinha dela não atendia. Eu não quero receber esporro do meu pai como recebi hoje, por não saber onde uma idiota mimada está. Espero que seja a última vez” mesmo na escuridão, seus olhos transmitiam raiva, ódio e muita intensidade. Ele passa por mim rápido, trombando no meu ombro e eu bufo.

Jogo a minha bolsa em qualquer canto, depois de ter tirado o celular da mesma. Treze ligações perdidas da minha mãe, sete do Bruce e quatro do Zayn. Penso o quanto ela deve ter surtado. Da última vez que fiquei tantas vezes sem atender o celular, foi por algo tão ruim. Minha cabeça começa a explodir só de imaginar a fora que a minha mãe tenha ficado. Amanhã irei ligar sem dúvidas.

Pego meu pijama no closet, que ainda não me acostumei, mas terei, e vou para o banheiro. Tomo um banho rápido e visto meu pijama de frio, já que o clima aqui de Londres é instável, mas muito frio.

Ao deitar, viro pro lado e dou de cara com meu urso panda e lembro do que o Louis me deu, e eu o dei para a menininha que ficou tão chateada quando eu ganhei e ela não. A lembrança de hoje volta como um filme e eu sorrio com tudo. O modo como Louis me tratara hoje, mas não só hoje, todos os dias me deixa tão feliz. Saber que alguém se importa, está disposto há... Bem, tudo é tão bom. Mas, ao mesmo tempo tenho medo já que isso já aconteceu comigo antes, todo esse apego e resultou em algo não agradável.