Capítulo 4 - Noite de porre

69 18 18
                                    

Eram exatamente 18:00h do dia seguinte em que saí para almoçar com Hannah. Estava em meu escritório sentado na cadeira almofadada, enquanto estudava os casos dessa semana. 

-Hm...

Estava tão concentrado naquela tarde, que me espantei ao olhar para a janela e perceber que o céu estava escurecendo. Encarei a parede amarela e logo levantei-me, andando até a cozinha para preparar um café. Depois de longos minutos, olhei para os lados, percebendo que o gato cinza não estava no cômodo.

-Gatolino? - o chamei, dando um gole no café já pronto.

Segundos depois, escutei um barulho vindo do meu escritório. Franzi as sobrancelhas e caminhei até lá com passos largos, tomando cuidado para não deixar o café entornar da caneca. 

-O que é que você fez ag...?

Ao chegar lá, me deparei com meus papéis jogados e espalhados pelo chão, junto ao pote que continha tinta de carimbo, que agora encontrava-se virado e com marcas pretas de patinhas ao seu redor. Tudo na mesa estava desorganizado, e lá estava ele, em cima da mesa tentando pegar uma caneta com a boca, trazendo-a para si com a pata.

-Meow...

Senti meus músculos enrijecerem-se, meus punhos fecharam e respirei fundo, fechando os olhos por alguns segundos.

-Você prometeu que ele não faria isso novamente... – pensei alto, me referindo ao que Hannah disse na vez que fui à clínica, alegando que não podia ficar com Gatolino.

Espantei o gato, que saiu correndo do escritório, deixando um rastro de pegadas pretas pela casa. Então comecei a arrumar o cômodo. Ao terminar, limpei o chão que estava manchado e briguei com o gato, que estava encurralado em baixo da mesa, olhando-me com cara de culpa.

-Não me olhe com essa cara, você sabe que está errado – falei por fim, dando as costas para ele e procurando meu celular.

Após estar com o aparelho em mãos, procurei o contato de Hannah e liguei para ela.

-Oi! - sua voz soou animada no outro lado da linha.

-Oi, Hannah. Tudo bem?

-Tudo, sim. E com você?

-Mais ou menos... Gatolino fez bagunça de novo.

-Tem que dar bronca nele até aprender que não pode. Ele não entende o que é certo e o que é errado...

-Entendo... Vou tentar fazer isso – respondi.

-Certo.

Ficamos em silêncio por alguns segundos, o que já era banal para nós. Tínhamos tantas coisas em comum, que até o silêncio era uma coisa só nossa. Nós dois tentávamos dizer algo, mas interrompíamos nossas próprias frases, meio atrapalhados. Então resolvi arriscar-me mais que o habitual, sendo direto. Coisa que não fazia muito o meu tipo.

-... Quer sair comigo hoje?

 Quer sair comigo hoje?

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Meu Gato de NatalOnde histórias criam vida. Descubra agora