Capítulo 2 - Aprendendo a conviver com o gato

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Deixei o gato no Pet Shop para que ele fosse banhado. Enquanto isso, fui para o escritório e fiquei por lá até o fim da tarde. No fim do expediente, fui buscá-lo e comprei os remédios que a veterinária receitou - vermífugo e um suplemento. Aproveitei e comprei uma caixa de transporte azul, caixa de areia, areia especial para gatos, potes para ração e água, ração, sachês e uma caminha. Confesso que fiquei confuso entre tantas opções! Não sabia o que escolher e pedi ajuda ao atendente. Saí da loja parecendo o Papai Noel com tantas sacolas! Quando cheguei no prédio, Joseph - o porteiro - abriu a porta para mim e perguntou:

- Boa noite, Sr. Dalton. Está de mudança?

- Na verdade, é este animal que está se mudando para o meu apartamento temporariamente - frisei a última palavra e sorri amarelo, mostrando o felino que estava dentro da caixa de transporte.

Peguei o elevador e cheguei em casa com certa dificuldade por conta daquele peso todo que estava a carregar. Deixei as compras no chão e abri a porta da caixa de transporte, para que o gato saísse. E assim que colocou os pés no apartamento, começou a cheirar todas as sacolas.

- Meow... - virou uma bolsa amarela e começou a cheirar o que tinha dentro.

Não tinha ideia de como dar os comprimidos sem que ele me mordesse ou me arranhasse. Mesmo assim, peguei o comprimido e tentei colocar na em sua boca, mas ele rosnou para mim e fugiu. O alcancei e coloquei o remédio em sua boca, mas ele o cuspiu e arranhou minha mão. Corri atrás do animal, sem sucesso, já que havia se escondido em algum lugar na casa. Então fiquei por alguns instantes sem saber o que fazer e tive a brilhante ideia de ligar para a veterinária. Coloquei meus óculos de leitura e peguei o cartãozinho que Hannah me entregou, discando o número.

- Fantastic Animals, Hannah falando. Posso ajudar?

- Oi, Hannah. É o Erick, passei aí mais cedo com um gato cinza...

- Ah, lembro, sim! Aconteceu algo?

- Não estou conseguindo dar os remédios para o gato - comentei, coçando a nuca após ajeitar os óculos.

- Pode passar aqui, eu mesma dou os remédios para ele. Mais alguma dúvida?

Fiquei pensativo por alguns segundos e ri de leve com a primeira pergunta que surgiu em minha mente.

- Por que "Fantastic Animals"?

- O que você esperava? Sou fã da J.K. Rowling!

- Então a clínica é sua?

- Isso mesmo! Agora preciso ir porque acabou de chegar uma cadela que está em trabalho de parto. Até mais!

- Até ma... - Desligou.

Ela é estranha, isso é certeza. Depois quase uma hora procurando o felino que simplesmente desapareceu dentro do apartamento, encontrei o bendito escondido dentro do meu guarda-roupas. Então voltei para a clínica carregando a caixa de transporte onde dentro estava o safado do gato. Atrás do balcão da recepção, estava uma bela jovem de pele e cabelos negros. Aparentemente mais nova que Hannah, porém era mais alta.

- Olá, sou Beatrice. Como posso ajudá-lo? - perguntou ela.

- Oi, Beatrice. A Hannah está? Ela ficou de dar uns remédios para esse gato - mostrei o gato, dentro da caixa de transporte.

- Ela está sim, senhor. Só espere um pouquinho? Ela está fazendo um parto - sorriu, ajeitando seus bonitos cabelos volumosos e cacheados.

- Tudo bem - falei e sentei na cadeira da recepção.

Após longos minutos navegando na internet e esperando ansiosamente pela doutora enquanto o gato não parava de se mexer dentro da caixa, escutei som de passos, - de salto alto, para ser mais específico - fazendo-me tirar o olhar do celular e reparar em uma senhora baixinha de cabelos curtos e tingidos em um tom amendoado. Ela carregava uma caixa de transporte similar à minha, porém cor-de-rosa, onde dentro dela havia uma Chihuahua que amamentava seus filhotes recém nascidos. E logo atrás vinha Hannah, enxugando suas mãos em um paninho.

Meu Gato de NatalOnde histórias criam vida. Descubra agora