Capítulo 2.5 (Parte 2) - Hannah

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Depois de ter atendido alguns pacientes naquela manhã, já estava próximo do horário de almoço. Como Charlie não parava de reclamar que estava com fome, virei a plaquinha de “open” para “closed” da porta da clínica um pouco mais cedo e puxei uma cadeira para ficar em frente ao balcão de Beatrice e tirei meu brownie da bolsa. Enquanto isso, a garota comia seu sanduíche natural e Charlie saia correndo da clínica feito louco em direção a primeira lanchonete que encontrasse.

-Me dá um pedaço? - Beatrice pediu de forma manhosa. 

Espetei um pedaço de brownie com o garfo e o levei em sua direção, que abriu a boca largamente em formato exato de um “O” e comeu o doce.

-Também quero! - Charlie falou atrás de mim após ter retornado, o que me deu um susto.

-Você voltou rápido - comentei rindo, com a mão sobre o peito.

-Não sou lerdo igual a vocês. Vai, me dá um pedacinho – abriu a boca.

Ri e levei o garfo com um pedaço de brownie próximo a sua boca e ele comeu soltando um longo e sonoro “hmmmm”. Sua expressão demostrava satisfação e então arrastou outra cadeira para sentar-se ao meu lado.

-Amiga, como sempre você nos surpreendendo com seus doces maravilhosos! Você cozinha tão bem! - Charlie elogiou. O que me fez sorrir de orelha à outra, radiante.

-Charlie tem toda razão - Beatrice falou, pegando mais um pedaço sem minha autorização - Isso aqui tá divino! Perfeito!

-Ok, ok. Podem parar de exagerar – ri de leve – Fico feliz que tenham gostado, mas também não está tudo isso.

-Você é muito modesta – ela falou lambendo os dedos – Igual ontem.

-Ontem?

-Sim, você disse que não estava flertando com o Sr. Dalton – sorriu cinicamente.

-O QUEEEEEEE? QUANDO ISSO, HANNAH? E VOCÊ NÃO ME CONTOU??? - Charlie me deu um cutucão.

-Não, porque não tem nada pra contar! - exclamei nervosa.

-OLHA, CHARLIE! ELA ESTÁ FICANDO VERMELHA! - Beatrice apontou o dedo quase dentro da minha cara.

-Miga, tu não fica com essa cara desde o dia em que contratamos Cowboys Strippers no seu aniversário! - gargalhou alto, o que me fez dar um tapa forte em sua nuca – AI, SUA BARATA MAL AMADA!

Antes que ele devolvesse o tapa, todos ouvimos o sininho da porta, indicando que ela se abriu e olhamos diretamente para lá. O responsável pela interrupção da nossa conversa era nada mais e nada menos que Erick Dalton. Que atrapalhado, tentava fechar a porta de vidro enquanto mantinha uma das mãos ocupadas com a caixa de transporte de seu gatinho. A primeira coisa que me veio à cabeça foi “falando no diabo...” e tudo o que pude escutar eram os sussurros de Beatrice “É ele! É ele!” para Charlie e suas risadinhas.

-Acho que eu tenho alguma coisa pra resolver... Ham... no banheiro! Isso! - Beatrice se levantou da cadeira com seu sanduíche e um pedaço de brownie na mão.

-Ah! Também tenho que ir! Trocar de uniforme, esse tá bem apertado, beijos de luz! - Charlie saiu logo atrás, com passos apressados.

Respirei fundo, entendendo exatamente o que a atitude deles queria dizer. Me virei para Erick, forçando um sorriso.

-Oi, Sr. Dalton! Como posso ajudá-lo?

-Livrando-me desse gato! Isso seria de grande ajuda – falou irritado, colocando a caixa de transporte em cima do balcão. Franzi as sobrancelhas.

Meu Gato de NatalOnde histórias criam vida. Descubra agora