020 - Dose of serotonin

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Despertei sem a mínima vontade de sair da cama, sentia que poderia ficar ali o dia todo, não iria trabalhar, só me daria o trabalho de respirar. Apertei os olhos encolhendo-me contra a superfície macia que abrigava meu tórax. Estava tão confortável, quentinho, se movimentava devagar num balanço ritmado. Logo um barulho irritante quebrou o silêncio confortável e a atmosfera aconchegante em que eu estava imersa, meu corpo se movimentou levemente, após sentir a cama se mexer, o som cessou e eu voltei a suspirar e planejar meu dia ali sem fazer nada.

Logo senti um toque gentil arrumar minha cabeça no travesseiro enquanto meu corpo era devolvido ao colchão igualmente macio, porém sem aquele calor humano que emanava do peito que me abrigou durante a noite. Sentia os cobertores serem recolocados em meus ombros e não me recordava de ter me coberto, cai no sono antes que a pomada secasse e me permitisse me abrigar do frio.

Oh, aquele era Harry...

O observei de olhos cerrados, ele se sentou na ponta da cama, passou as mãos no rosto e o apoiou ali, soltando um suspiro cansado. Como se ele tivesse algum trabalho na empresa do pai. Ok, ontem eu tinha dado um pouco de trabalho, daquela vez eu iria relevar seu drama.

Seus olhos sonolentos checaram minha perna, torta sobre os travesseiros que a elevavam. Ele se levantou, indo até a ponta da cama e a ajeitou como tinha feito na noite passada. Continuei fingindo que ainda estava dormindo, o vi caminhar até o banheiro e parar no caminho para se espreguiçar, fazendo seu moletom subir um pouco e revelar um pouco de sua pele...

Fechei os olhos ao reparar nas entradas de seu abdômen, que desapareciam no elástico de seu moletom folgado, o tecido evidenciava seu volume entre as pernas. Foi inevitável não lembrar da noite passada, aquela cena que começou a ser repassada em minha cabeça em câmera lenta. Harry correndo nu pelo quarto tentando evitar ser visto. Como se desse para não reparar.

Ele era...lindo, grosso, grande, já podia imaginar a cabeça rosada deslizando pelos meus lábios enquanto minha mão passeava por sua extensão repleta de veias, masturbando-o até que ele explodisse em prazer e respingasse em meu corpo e rosto...

Abri os olhos com um baque vindo do banheiro e ofeguei percebendo a merda que estava pensando. Apesar de ser totalmente odiável, eu não poderia negar que Harry era um pedaço de mal caminho, extremamente aproveitável se colocassem um grande pedaço de silver tape naquela boquinha. Aliás, talvez não fosse tão bom tapar algo que, quando queria, Styles sabia usar com maestria.

Nunca iria me esquecer de Brittany Stevenson, uma garota da sala de Harry que espalhou um boato que ele tinha lhe feio um oral escondido no ginásio da escola. Ele se gabou por dias enquanto aproveitou muito bem a fama que ganhou no auge dos dezessete anos por ser muito bom no que fazia, segundo a própria Brittany fez questão de destacar para quem quisesse ouvir.

Eu nunca conseguiria saber se eram boatos verdadeiros ou se ela era apenas emocionada demais, mas eu sabia que Harry beijava muito bem e não duvidava nem um pouco do que ele poderia fazer com a boca.

Fui dispersada de meus pensamentos pelo choro estridente de Olívia. Tentei me arrastar pelo colchão em vão, já que o berço estava do outro lado da cama grande e minha perna latejou na minha primeira menção de me mover do lugar.

Deitei-me de barriga pra cima levando o braço até minha testa, segurando o grunhido de dor. A porta do banheiro se abriu e Harry saiu de lá já vestido com suas roupas de corrida. Puxei as cobertas tentando tapar meus seios enquanto ainda me recuperava.

— Pega ela pra mim? — Sentei-me no meio da cama, ainda trazendo o cobertor comigo.

— Não vai voltar a dormir? Ainda são sete horas. — Pegou a chupeta, colocando-a na boca da bebê, que pareceu se acalmar um pouco.

Ruin my life - H.S.Onde histórias criam vida. Descubra agora