Capítulo 5

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Levantei-me o mais cedo que consegui. Eram 6:30h da manhã e o sol ainda não se tinha levantado. Encho a banheira com água e com o meu sabão de citrinos, que apenas utilizo em ocasiões especiais. Quando começaram a aparecer bolhinhas, adicionei óleo hidratante à água. Despi o meu roupão e mergulhei dentro de água. Que bem que soube.

Perdi a noção do tempo e acabei por ficar meia hora no banho. Saí do banho e de seguida apliquei espuma no cabelo, de modo a que os meus caracóis ficassem definidos.

Escolhi umas calças pretas justas, um top preto, não muito decotado, e uma camisa de flanela, com quadrados vermelhos com riscas brancas e azuís escuras. Calçei os meus Vans pretos e coloquei brincos nos meus sete furos.

Observei o meu reflexo ao espelho e fiquei contente com o que vi. Não precisava de maquilhagem, pois as minhas borbulhas tinham desaparecido há alguns meses, para minha grande felicidade e satisfação. Apontei o número de Michael no meu telemóvel e guardei o papelinho na minha gaveta.

Eram 7:45h quando acabei de me preparar. Os meus pais so começávam a trabalhar no Hotel às 10 da manhã, por isso tinha que esperar pelo menos duas horas para lá chegar.

Abri o meu portátil e enterrei-me no sofá. Liguei-o e fiquei à espera que se estabelecesse a ligação wi-fi. Abri o Twitter e comecei a percorrer a minha timeline. Só via coisa mais parva do que a anterior, por isso decidi fechar o portátil e ir desenhar alguma coisa. Peguei no meu caderno de desenho e na esferográfica e comecei a rabiscar um pouco.

No final, mesmo antes de sair de casa, tinha a cara do Michael desenhada da melhor maneira que consegui. Atirei o caderno para cima da cama e saí de casa a correr.

***

Mandara mensagem a Michael como ele me tinha pedido, e esperava por ele na receção, enquanto atendia um monte de pessoas presunçosas.

Um rapaz alto de óculos escuros encaminhava-se para o balcão da receção. Baixou um pouco os óculos e, olhando por cima das lentes, começou a falar.

- Tudo bem fofinha?

Olhei para trás para perceber com quem é que ele estava a falar.

- É para ti que eu estou a falar coelhinha.

- Desculpa? - com quem é que ele pensava que estava a falar?

- Então fofinha relaxa.

- Desculpa lá; com quem é que tu pensas que estás a falar?

- Contigo babe - começou a fingir que beijava alguém da forma mais ridícula que eu já vi. Observei Michael, Luke e outro rapaz a aproximarem-se da receção. Afastei-me do rapaz estranho e abusado dos óculos escuros e encaminhei-me para Michael. Cumprimentei Michael com dois beijinhos nas bochechas e Luke com um aperto de mão. Apresentaram-me Ashton, o seu amigo, que eu achei muito simpático. O rapaz estranho da receção juntou-se a nós.

- Qual é o problema dele? - perguntei a Michael.

- Muitos, para ser sincero.

- Ei Michael, diz lá que não gostas de mim. Ah pois, tu adoras-me por isso não mintas.

- Vocês conhecem-se? - achava difícil juntar Michael e o rapaz estranho da receção.

- Sim somos amigos - lançou um olhar pesado ao rapaz. - O que é que o Cal fez desta vez?

- Vá diz-lhe - incentivei. Queria que ele explicasse a Michael como falou comigo de forma vergonhosa.

- Eu não fiz nada. Só vi a fofinha na receção e fui falar com ela. - falava como se fosse tudo muito normal e educado.

- Eu tenho nome ok?

- E eu tenho cara de vidente? É que não sou vidente nenhum, só mesmo para tirar dúvidas.

- É a Jenny e só eu é que lhe posso chamar isso para tua informação. - disse Michael. Eu acho que ele não se apercebeu do que estava a dizer, mas depois completou a frase - Posso, não posso?

Fingi que pensava seriamente no assunto, antes de responder.

- Acho que me posso habituar.

Michael sorriu para mim. Retribuí o sorriso. Olhámos para o lado e Luke, Ashton e Cal tinham-se ido embora. Estávamos de novo sozinhos.

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