Companheirismo

7 0 0
                                    

Nem com todas as forças do mundo se é capaz de suportar a indiferença. Todavia, numa realidade hipotética onde ocorra a existência de uma pessoa plenamente boa, a mesma, ainda assim, nunca será imune ao descaso aparente da falta de afeto verdadeiro dos que o cercam.

A verdade, cada vez mais subjetiva aos olhos de todos, explana um delírio coletivo de uma amarga rotina, com intensas e gélidas relações, cada vez mais reais, cada vez mais nítidas no imaginário.

Com toda certeza, o que se preserva no discurso, se ausenta no lidar com o outro, olho no olho, face a face, mas que se materializa num coletivo constante de transações afetivas de manutenção de aparências.

O que fica mais nítido a cada linha escrita nas velhas folhas finas e encardidas do universo, é a máscara frente ao rosto do desejo, chamado, solidão.

E o que se confirma a cada passo dado em direção ao desejo mais próximo é a inevitável e lastimável companhia de si mesmo.

Sozinhos estamos todos, sempre estivemos, pois nada é mais concreto e certo do que a sua própria presença para sempre enquanto você existir.  

ResiliênciaOnde histórias criam vida. Descubra agora