Ella:
Ignoro totalmente Patrícia gritando comigo e apenas sigo para a garagem e pego o carro.
Acelero o máximo que eu posso para conseguir chegar rápido até o orfanato. Mas assim que eu chego a visão faz meu coração se apertar, bombeiros tentando apagar o fogo e crianças chorando para todo o lado.
- Dona Estela.- eu a chamo assim que vejo tentando acalmar as crianças.
- senhorita rafaela.- ela parece surpresa ao me ver.
Enviei seu rosto para saber se está bem e vejo que seus olhos estão inchados, provavelmente por chorar.
- como a senhora está? E as crianças? Se machucaram?- pergunto.
- algumas sim, eu não sei oque fazer.- ela diz e começa a chorar.- tem crianças machucadas que demoraram um pouco mais para sair, eu tenho que ir com elas pro hospital mas não posso levar as outras comigo e nem sei onde deixar elas.
Ela se desespera e vejo o quão está preocupada, não quer deixar as crianças nas ruas mas também tem que acompanhar as que estão feridas.
- Se acalme, vamos dar um jeito.- digo para ela que soluça.
Dona Estela já é uma mulher de idade para cuidar de tantas crianças.
- faremos assim, vamos juntar todas as crianças que estão bem, elas ficarão comigo aí você pode acompanhar as que se machuram, tudo bem?- pergunto.
- mas são muitas crianças, a senhorita da conta?- ela pergunta.
- claro que sim, cadê o Pietro? Ele está bem?
- Estou sim.- ele diz aparecendo atrás de mim.
Vejo que tem fuligem em seu rosto e eu me abaixo para limpar.
- Que bom, ajuda a dona Estela a trazer as crianças que estão bem até aqui tudo bem?- pergunto e ele concorda.
10 minutos depois tem várias crianças ao meu redor e Pietro trás as últimas que ficarão comigo.
5 crianças se machuram, algumas por que caiu algo nas e outra por queimaduras.
- Aqui senhorita, tenho 400 reais, talvez consiga um hotel para que eles possam ficar essa noite.- ele diz e entendo sua angústia.
- Guarda o dinheiro dona Estela, talvez precise para algum remédio, vou levar as crianças para a minha casa, não se preocupe.- digo.
- Mas são muitas crianças.
- minha casa é grande, não se preocupe. Agora vá.
Assim que Estela vai com a ambulância olho para meu carro e aquela renda de crianca comigo.
Pego a criança mais nova no colo, uma menininha de 2 anos e peço para as crianças encostarem todas nas paredes do outro lado da rua. Pietro me ajuda a manter as crianças calmas e tranquilas.
Está tarde mas ligo Phill e peço para que ele venha com o carro. Assim que passo o endereço faço o mesmo e ligo para Annie e peço para que arrumo todos os quartos da casa. Não sei se vai cantar todas mas podemos deixar duas ou três crianças em cada quarto.
- oque aconteceu aqui?- pergunta Phill assim que ele chega.
- um incêndio Phill, precisamos levar essas crianças para a mansão, acho que vai levar umas 4 viagens.- digo para ele que não faz muitas perguntas.
Primeiro colocamos as crianças maiores no carro que Phill veio, menos Pietro que insiste em ficar para me ajudar.
A primeira viagem Phill demora um pouco mais entendo, são muitas crianças, mas assim que ele chega já colocamos as crianças em ordem alguma no carro.
- Deixei meus filhos lá para fazerem companhia enquanto não chegamos.- Phill diz.
- muito obrigada Phill.
- não me agradeça Ella, essas crianças precisa de nós agora.
Logo Phill faz a segunda e a terceira viagem, na quarta dividimos as crianças entre meu carro e o seu.
Tenho 4 crianças comigo, peço para que Pietro vá atrás e leve a menininha pequena no colo enquanto os outros dois que parece ter 4 a 7 vão sentados no banco quietos.
- Vamos mesmo para sua casa srta. Carter?- Pietro me pergunta.
- vamos sim Pietro.
- Vai caber todo mundo? Se não couber posso ficar aqui mesmo, já dormi na rua várias vezes.- ele diz e meu coração se aperta.
Me viro para trás e o encaro.
- ninguém vai dormir na rua, minha casa é bem grande e cabe umas 50 crianças.- digo para ele que arregala os olhos.
- que casa grandona.- diz o menininho que aparenta ter 7 anos.
- sim, muito grande e tem até piscina, amanhã vocês vão poder nadar se quiser.- digo para distrair as crianças enquanto eu dirijo.
- mas a genti não sabe nadar tia.- a menina de 4 anos diz e eu sorrio.
- Então vão ter que fazer o tio Phill entrar na piscina com vocês e te carregarem.- digo já imaginando a cena.
A pequena sorri sapeca e começo a imaginar que talvez ela faça isso, mesmo sem saber quem é o Phill.
Leva pouco tempo para que possamos chegar e já dá rua da para ouvir a barulheira que se segue lá dentro.
- nossa é grande mesmo.- ouço Pietro dizendo ao descer do carro
- Eu disse, agora vamos entrar por que está frio e vocês estão de pijama.- digo observando o pano fino que vestem cheio de fuligem.
- você também está tia.- a menininha diz e eu olho para a minha roupa.
Não acredito que sai só de hobby.
- Eu estou mesmo.- digo que faz com que ela solte uma gargalhada gostosa.- vamos entrando que as outras crianças já estão lá dentro.
Pego a bebê do colo de Pietro e os levo para a entrada da casa, assim que q porta se abre todo o barulho nós atinge como se uma caixa de som tivesse se amplificado em nossos ouvidos.
Algumas crianças choram e outras correm como se tivessem energia de sobra.
- Ella querida, você chegou.- Annie vem até mim e me abraça.- fiquei preocupada, já arrumei todos os quartos e Bibi e bárbara estão dando banho nas primeiras crianças que chegaram.
- obrigada e desculpa por todo esse alvoroço.- digo
- Que nada, isso não chega nem perto do que a dona Rosa nós mandava fazer.- ela diz sorrindo.
- vou querer ouvir essa história depois.- digo.
- É claro que vai, agora vamos colocar essas belezuras aqui junto com as outras crianças.- ela diz guiando os pequenos menos Pietro que fica ao meu lado e a bebê.
- Não quer ir ficar com as outras crianças?- pergunto para Pietro.
- Quero ajudar.- ele diz.
Olho bem em seus olhos.
- amanhã você ajuda, agora vai ficar com elas que daqui a pouco você vai tomar um banho também.- digo.
- mas não temos roupas, todos pegaram fogo.- ele diz triste e tenho vontade de chorar.
- Amanhã resolveremos isso também tá bom pequeno? Mas hoje acho que terão que usar aqueles roupões de filmes, já viu?- pergunto e vejo um sorriso fofo surgindo no canto de sua boca.
- obrigada senhorita.- ele diz.
- Me chama de Ella, ok?- pergunto e ele balança a cabeça.
Ele se junta as crianças e não demora muito para que a sala vire uma desordem, sorrio com a vista, é bom eles passarem um tempo aqui, a mansão é sempre vazia e cheia de adultos, não dá pra aguentar.
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Srta. Carter
RomanceSegredos e mentiras, alguns são para proteger a pessoa amada, outros sao para ocultar a maldade. Rafaella Carter sofreu o suficiente para uma vida, mas aos 18 anos ela encontra uma solução para seus problemas. Mas nem tudo são flores e rosas. Srta...