capitulo 8

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Acordo pela manha com o despertador tocando.

Tomo meu banho e me arrumo.

Estou com tanta preguiça que não quero dirigir, decido mandar mensagem para o motorista da casa para ele deixar o carro preparado para me levar.

Após 5 minutos estou pronta, me vesti casualmente, calça jeans, blusa de alcinha e tênis, quero trabalhar confortavelmente hoje.

Desço e encontro Phill já dentro do carro, fui apresentada aos funcionários quando me mudei, mas ainda não tive uma conversa informal com eles.

- bom dia.- digo entrando no carro.

- bom dia senhora.- Phill me responde.

- Opa, pode ir parando por ai, nada de senhora, me chame de Ella.- digo fingindo estar brava.

-sim, claro, onde deseja ir ella?- ele pergunta como se sempre houvesse me chamado assim, sorrio e ele também.

- para a empresa.- digo. -  me diga Phill, o seu trabalho é só ser meu motorista nos dia de preguiça extrema ou tem outros afazeres? - pergunto rindo.

- serei seu motorista sempre que desejar, mas também sou encarregado da segurança da senhorita quando estiver comigo, também levo as moças da cozinha para fazer a compra do mês.- ele diz.

- interessante, acho que eu não daria conta de fazer tudo isso, ainda mais na parte do mercado, não chegaria metado do que foi comprado.- digo e ele RI.- mas pra trabalhar tudo isso o seu salario deve ser bom, certo?

Quando faço essa pergunta ele se remeche no banco.

- meu salario é o mesmo desde que seus pais ainda morava aqui.- ele diz.

Algo alerta em mim, faz muitos anos que meus pais morreram, a economia de hoje não é a mesma de antes, o valor do dinheiro não é o mesmo de antes.

- Phill, por favor me diga que você sempre foi muito bem pago. - imploro e ele da um sorriso fraco.- você tem filhos?

- tenho sim, dois eles moram comigo, o mais velho tem 10 anos e a mais nova 8.- ele diz.

- e se não estou enganada vocês moram na propriedade certo?- sei que por eu morar numa grande mansão tem a ala do funcionários.

- sim, mas não se preocupe meus filhos não dão trabalho, eles vão para a escola de manhã e a tarde fazem atividades escolares.- ele diz, sinto o medo dele de ser despedido.

Não digo nada pois já chegamos , dou um tchau para ele e saio em direção a empresa.

Consertei a situação na empresa mas não vi a bagunça que ficou a minha casa no último ano, os funcionários estão ali pois sabem como é difícil conseguir um emprego nos ultimamente e mesmo recebendo uma mixaria eles ainda ficam, pois ja é um dinheiro que da pra colocar comida na mesa.

Passo a manha toda em meu escritório pensando nos funcionários de casa.

Quando da a hora de ir almoçar decido ir para casa, mas não LIGO para Phill.

Pego um taxi e dou o endereço de casa.

Minha casa é em um local arborizado, um pouco afastado da cidade mas não muito, apenas no meio de varias arvores, à outras casas perto, mas todas tem uma distancia consideravel uma da outra.

Assim que o taxi para em frente a minha casa, pago o motorista  e desço.

A casa esta um silêncio que só, caminho em direção a cozinha e começo ouvir vozes.

- mas Annie, estou cansada.

- eu sei, mas precisamos manter a casa em ordem para a srta. Carter, não sabemos do seu temperamento e se ela decidir demitir a todos? Você sabe que não temos para onde ir.- ela diz.

- mas depois que Jane se casou e parou de trabalhar eu estou sozinha e você sabe que o dinheiro mal da para os remédios de minha mae.

Começo a entrar na cozinha e assim que percebem minha presença ambas as mulheres ficam pálidas.

- desculpa, não sabia que a srta. iria almoçar em casa.- diz Annie a cozinheira de 50 anos.
Ela mantem a cabeça baixa enquanto fala.

Decido ignorar a questão do almoço e ir para oque interessa.

- quem é responsável por contratar os funcionários?- pergunto.

Vejo que a garota mais jovem tem vontade de chorar, mas mantem a cabeca baixa, qual o problema desse povo?

- sou eu srta.- Annie diz.- eu era a governanta mas a cozinheira anterior se demitiu a alguns anos e eu acabei aqui no lugar dela, tentei falar algumas vezes com o senhor Peter mas ele nunca me atendia, então eu não sabia se era permitido contratar mais funcionários.

- certo, as duas podem me acompanhar ate o escritório? - pergunto.

A moça me olha espantada, deve achar que vou demiti-la, mas isso não vai acontecer.
Deixo que elas me acompanhem.

Entro no escritório e me sento atrás da mesa e peço para que ambas sentem de frente para mim.
No momento sei que pareço um pouco fria, mas estou preocupada com meus funcionários e com mais raiva ainda do desgraçado do Peter.

- a senhora vai nos demitir? - pergunta a moca.

- não foi pra isso que chamei vocês aqui, não se preocupe, como se chama? E quantos anos tem?- pergunto para ela.

- me chamo Gabrielli e tenho 20 anos, sou filha de umas das antigas empregadas, minha mae ficou doente e agora trabalho no lugar dela.- ela diz.

- certo, Annie, preciso que me diga a real condição dos funcionários.- falo.

-claro srta. Todos trabalham aqui a anos, temos no total 5 funcionários, Gabrielli que cuida da limpeza..- sozinha?- Phill o motorista, eu que trabalho como cozinheira e governanta, Denis o jardineiro e a Barbara que me ajuda na cozinha e na limpeza da casa.

Certo, poucos funcionários pra uma casa desse tamanho.

- Gabrielli? Creio que esteja na faculdade certo?- pergunto e ela abaixa a cabeça.

- eu estava cursando direito, mas como minha mae ficou doente eu tive que trancar a faculdade e vim trabalhar no lugar dela.

Merda.

- Annie vamos fazer o seguinte, vou te dar total liberdade para contratar novos funcionários, e quanto as antigos, vão ter um aumento significativo no salario, contrate alguem para todo cargo que essa casa precise, e quero alguem para ajudar Gabrielli, ela trabalhará só meio período a partir de agora.- Annie arregala os olhos.

Mas oque prende a minha atenção e Gabrielli chorando.

- por favor, eu não posso trabalhar só meio período, minha mae esta doente preciso pagar os remédios dela e juntar para quando ela for fazer uma cirurgia.- ela diz quase implorando.

- fique calma Gabrielli, não estou diminuindo o seu salario, só o seu tempo de serviço, você recebera a mais, mas você é jovem e devia estar cursando a faculdade, na verdade, pensando bem, não quero você trabalhando de faxineira, você voltara a faculdade e fara um estagio de meio período , apenas se você aceitar é claro.- digo para ela.

- a srta. Esta falando sério?- ela pergunta e vejo duvida em seus olhos.

- claro que sim e mais tarde vamos conversar sobre a sua mãe, mas nesse momento quero que Annie avise aos outros funcionários sobre a mudança.- digo e olho para Annie que se manteve calada.

Nesse momento ela se levanta e me abraça.

- Rosa ficaria o tao orgulhosa do que a filha dela se tornou.- ela diz me apertando mais, uma lagrima escorre pelos meus olhos.

- obrigada Annie, espero que vocês parem com esse negocio de me chamarem de srta. e me chamem so de Ella.- digo e ela da o sorriso mais lindo do mundo.

Elas saem do escritório e sinto que agora as coisas por aqui vai ser diferente.

Lembro que ainda não comi, e sei que com as noticias Annie não vai ter tempo de cozinhar para todos, sendo assim LIGO para um restaurante e peço um comboio de comida, exagero eu sei, mas foi isso que o atendente deve ter achado.

Espero a comida chegar pra chamar a todos para comer.

Srta. CarterOnde histórias criam vida. Descubra agora