Uma luz em meio ao escuro.

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Eu odiava aquele ambiente. Respirava fundo me concentrando no que tinha que ser feito, sem distração, brigas ou bebidas, coisa que ali era mais comum que o próprio ato de respirar. Esperei mais alguns minutos para finalmente sair. Antes de chegar até a porta não pude evitar cruzar meus olhos que dormia tão tranquilo no sofá.

Ele tinha os lábios entreabertos e eu podia ver o subir e descer do seu peito. Um de seus pés estava desajeitosamente para fora do sofá e eu não pude conter um leve sorriso ao encarar a cena. Tive que me segurar para não dá uma de mãe, cobrir ele e beijar o topo de sua cabeça.

Quando me toquei que estava pensando em fazer isso quase tive um surto, que sensação era essa que corria pelo meu sangue e me fazia querer ter atitudes tão cuidadosas, de uma maneira que nunca fiz antes.

Afastei esses pensamentos e enfim sai de casa tomando o caminho da taverna velha que era quase um bordel. Aquele corredor escuro e molhado, tinha um péssimo odor.

Logo abri a porta e entrei no recinto. Já me deparando com alguns bêbados barulhentos que mal se segura em pé. As meninas iam e vinham atordoadas com suas bandejas na mão. Consegui avistar Uraraka no balcão e me aproximei.

-Bakugou, o que faz aqui?- Ela perguntou surpresa.

-Preciso falar com o Kaminari.- Fui direto, sabendo que ela não acreditaria que eu estava ali apenas para me divertir.

-Tudo bem eu vou procurar por ele, por acaso aconteceu algo?- Sinto um tom de preocupada e seriedade em sua voz.

-Nada demais, apenas preciso de uns favores.- Ela acenou com a cabeça e foi procurar o músico. Fiquei um tempo esperando no balcão até que alguém se aproximou me servindo uma dose de conhaque puro.

-É por conta da casa, aproveita que esse é dos bons.- A mulher de lábios carnudos e cabelo castanho disse ao pé do meu ouvido. Seu perfume era doce e enjoativo, e alguns fios de seu cabelo encostavam no meu lábio de forma incomoda.

-Camie.

-Já faz um tempo que você não vem me ver Kacchan, senti saudades.- Ela disse ainda perto demais, mais do que eu gostaria pelo menos. Minha cabeça do pensava em como eu queria ir embora logo, e as vezes a ansiedade era traiçoeira, me fazendo pensar que deixar o Kiri sozinho não havia sido uma boa ideia. Suspirei, mas antes que eu pudesse falar Kaminari se aproximou, milagrosamente eu estava feliz em lhe ver.

-Kazinho.- Todos esses pedidos eram odiosos, não conseguiria eleger um pior, mas a voz irritante de Denki me chamando fazia eu querer chutar sua cara para longe.- Então bonitão, o que quer de mim.- Ele disse encostando no balcão e sorrindo para Camie que revirou os olhos.

-Precisamos conversar em particular.- Eu disse me desvencilhando do aperto da garota em volta de meu pescoço.- Logo ela se retirou nos deixando, teoricamente, a sós.

-Diga, estou surpreso com sua procura, mas já faz um tempo, estava com saudades.

- Kaminari o assunto é sério, você pode fazer suas piadas depois.- Eu disse o encarando.

- Para você vir até aqui, só pode ser algo grave mesmo.- Mais uma vez tive que explicar toda a história, omitindo algumas coisas pelo Denki não ser tão confiável quando o Mydoria.

-Entendo.- Ele diz parando para pensar um pouco.- Nesse dia havia dois homens aqui. Eu lembro bem porque chamaram muita atenção, suas aparências além de bizarras não eram familiares como a dos fregueses ocasionais.

-Pode me dizer como eram?- Questiono ansioso pela informação que pode ser útil.
-Sim, na verdade eram dois homens, além do seu ruivo.- A forma irônica como ele falou isso me fez revirar os olhos.- Um deles era muito estranho, não passaria despercebido em local nenhum.- Ele tinha cabelos pretos e sua pele estava cheia de queimaduras bizarras. Já o outro era forte e semelhante ao ruivo, porém os cabelos eram cinzas. E por fim, tinha uma garota de cabelos cacheados.

Hitoritabi || KiribakuOnde histórias criam vida. Descubra agora