Não importa em
Quantos pedaços o
Seu coração foi
partido, o mundo
Não para, para que
Você o concerte.William Shakespeare
🖤
Sento me na cama
repentinamente, o que faz com que a minha cabeça gire.-Áh merda!- Ponho a mão na cabeça, tentando aliviar a dor, não resultou como previ.
Outro pesadelo.
Ainda com uma mão na cabeça e os olhos fechados por causa da tontura tento encontrar o meu frasco de calmantes na mesinha ao pé da cama, mas não os encontro.
Abro os olhos, não percebendo onde estou durante alguns segundos.
Até que me lembro de onde estou, deixando escapar mais alguns palavrões percebendo que afinal tinha sido realidade e não um sonho, e também me lembro que ainda não tirei os calmantes da mala, merda.
Saio da cama e ajoelho me à frente das minhas malas.
Procuro em todas elas pelos meus calmantes mas não os encontro em nenhuma delas, merda a dobrar.
Olho para as minhas coisas todas espalhadas pelo quarto já sem paciência.
Vou a correr pelo corredor, quase esbarrando com. . .
Colin.
Ele solta alguns palavrões, mas não presto atenção, continuo a correr até que chegou à cozinha.
Onde procuro em todos os armários e gavetas, mas nada, como é que esta família não tem nem um frasco de calmantes.
Apoio me na bancada com a cabeça baixa a pensar onde os possa ter posto.
-Estavas à procura disto?
Viro me bruscamente para trás e vejo o meu pai com os MEUS calmantes na mão esquerda.
Olho para o seu lado e no batente da porta está o Colin com uma cara confusa.
Volto a olhar para o meu pai já indo suplicar para que me os desse de volta.
-Sara, não vale a pena começares a pedi-los e a suplicar, eu não tos vou dar, eu pensava que já te tinha dito para parar de os tomar!- Neste momento eu já estava no meu limite e eu precisava daqueles calmantes.
Mas pensei numa ideia, então sai da cozinha esbarrando de propósito nele.
Subo para o meu quarto, tranco a porta e visto uma roupa qualquer, que no caso foram umas calças moletom e uma camisola que a Scarlett me tinha dado nos anos com a letra de uma música estampada em toda a camisola.
Pus umas sapatilhas, peguei no meu celular e na minha carteira verificando quanto dinheiro lá tinha, suficiente.
Desci as escadas novamente indo em direção às entrada, mas sou interrompida por uma mão no meu braço.
Olho para a pessoa que me apertou o braço, Colin.
-O que vais fazer lá fora?- Diz ele com aquela sua voz rouca, meu deus me ajude.
Mas tava com muita raiva no momento, mais raça que atração, então libertei me do seu toque e fui para a porta.
-Não te interessa.
E saí.
Merda.
Ele tinha razão, o que vou fazer aqui fora, eu não conheço nada daqui, tive o caminho todo para aqui a olhar para as minhas unhas.
Mas comecei a andar na mesma, qualquer lugar naquele momento era melhor do que aquela casa.
Pouco tempo depois um carro para ao pé de mim
O condutor abre a janela e Colin.
-Entra.
Ele diz ainda a olhar para a estrada.
-Nem sabes para onde quero ir- Digo voltando a andar e ele voltou a andar também ao mesmo ritmo que eu.
-Podias por favor parar com essa teimosia e entrar na porra do carro- ele bufa quando vê que continuo a andar-, vais à farmácia né, só para que saibas nem para esse lado é.
Viro me para ele.
-E o que ganhas tu com isso.
Ele dá um sorriso de lado e responde.
-Preciso de mais preservativos, então entra neste carro.
Reviro os olhos e finalmente entro percebendo que por mim mesma nunca encontraria a farmácia.
Boa menina.
Entramos na farmácia e já vou à procura dos calmantes, enquanto o Colin anda despreocupadamente (palavra grande) pelo lugar.
Encontro os numa secção dos fundos e tiro dois frascos.
Vou ter com o Colin que fala com a senhora da caixa a fazendo corar várias vezes, reviro os olhos com a cena e vou para ao pé deles.
-Com licença.- digo-lhe, pondo os calmantes no balcão.
Ela finalmente olha para mim com uma cara não muito boa.
Ela faz não sei o quê na maquininha e entrega me o saco.
-25
Fui á procura da minha carteira no bolso das calças.
-Tome, pode ficar com o troco.
Olho para o Colin como se ele tivesse demência, ele apenas sacode os ombros, enquanto a da caixa olha para nós surpresa.
-Vocês estão juntos?
-Não é da sua conta- Digo lhe pegando na sacola e sussurrando para o Colin- Eu tenho dinheiro sabes.
E saio sem esperar uma resposta.
...
Já de volta em casa deito a sacola num lixo na rua e ponho os frascos nos meus bolsos, entrando dentro de casa.
Já da entrada conseguia-se ouvir as vozes na cozinha, tentei ser silenciosa e subir as escadas.
-Áh Sara, finalmente chegaste, anda tamos a tomar o pequeno almoço.
Diz a Katie vindo em minha direção logo pegando no meu braço e levando me para a cozinha.
Sento me à frente do meu pai e ao lado da Katie.
-Bom dia Sara, deves te ter levantado muito cedo nem te vi sair- Diz Megan pondo em seguida uma garrafa de comida à boca.
-Uhm, bem, eu queria ir dar uma volta, o tempo está bonito hoje, queria aproveitar.
Ela aceite com a cabeça e entra numa conversa com o meu pai, que até agora estava a olhar para mim como se conseguisse descobrir todos os meus segredos com o olhar.
Ponho comida no meu prato e começo a comer.
-Já agora onde está o Colin, alguém o viu?
Diz Katie olhando para mim, dou de ombros tentando não demonstrar o meu nervosismo.
-Estoi aqui maninha.
Ele entra na cozinha dando um beijo na cabeça da Katie e sentando se do meu lado.
-Onde estavas?- Pergunta a Megan.
Merda, dupla merda, trip..
-Áh, sabes tava a vaguear por aí, hoje acordei cedo e não tinha nada para fazer.
Ele olha para mim e pisca me o olho.
Ele estica se na minha direção, e olho ao redor para ter a certeza que ninguém estava a ver.
-Deves me uma, docinho.
Agora sim, tripla merda.
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Just An Normal Girl
Teen FictionSara, uma rapariga normal, normal até ao acidente, o que a transforma numa pessoa completamente diferente, uma pessoa sem vida. Ela já traumatizada, encontra se numa situação ainda pior quando perde duas das pessoas mais importantes para ela. Depois...