Capítulo 2

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ELIZABETH

Quando tinha sido a última vez que alguém tinha dormido em seu apartamento? Elizabeth não sabia dizer. Mas ali estava ela. Sua nova vizinha praticamente desmaiada em sua cama. Ao vê-la saindo da boate sozinha, Elizabeth não poderia deixar ela andar por aí sem proteção no estado em que estava. Então fez questão de segui-la até ter certeza de que ela estaria bem e em casa. Não estava contando com o imprevisto das chaves, mas ao menos ela estava segura.

Elizabeth a cobriu com um edredom e a observou um pouco. Lyla era linda demais. Além disso, sua personalidade fazia Elizabeth perder as forças. Ela era pequena e raivosa, difícil de ser levada a sério quando estava com raiva e lhe dando respostas insolentes. Mas Elizabeth achava isso adorável.

Depois de pegar alguns travesseiros Elizabeth foi para seu confortável sofá para descansar. Antes de se deitar ela tomou uma pílula para ajudar a pegar no sono, porque isso já não acontecia de forma natural. Por um momento ela tinha esquecido dos problemas que estava enfrentando. No outro dia ela teria uma reunião com seu chefe que estava a deixando ansiosa. Seria decisivo. Ela iria pedir para parar.

Ela não aguentava mais essa vida de crime e drogas. Seu irmão, Levi, havia sido preso há dois anos por causa dessa merda, deixando nas mãos dela uma dívida gigantesca com Lockwood, o chefão do tráfico da região. Claro que Lockwood deu um jeito de acha-la e ameaça-la para trabalhar para ele e pagar a dívida de Levi.

Elizabeth tinha praticamente se matado para não só vender as drogas, mas fazer qualquer tipo de serviço que Lockwood mandasse e isso estava sugando sua vida aos poucos. Ela estava entrando em uma rede que talvez não tivesse saída, mas seu limite havia chegado. Ela calculou minuciosamente a dívida e todo o seu esforço e trabalho tinha pago e até superado o valor.

Lockwood precisava liberá-la para ela viver sua vida de forma honesta, afinal de contas a dívida estava oficialmente paga. Ela havia conseguido uma reunião com o velho graças à um grande amigo que trabalha diretamente com ele. E amanhã era o grande dia.

Ela não estava com um pingo de sono, mas o remédio fez sua mágica e ela apagou em questão de poucos minutos.

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Elizabeth acordou com um susto e o coração acelerado como todos os dias. Ela não lembrava com o que estava sonhando, mas não se lembrava da última vez que tinha tido uma noite tranquila de sono.

Tentando organizar sua mente ela se sentou e olhou para os lados para se situar. Franzindo a testa, ela sentiu um cheiro bom de ovos e torrada. Ela se levantou e foi até a cozinha, onde encontrou Lyla sentada à mesa comendo e vestida com uma camisa sua. E sinceramente? Tinha ficado mil vezes melhor nela. Ela estava com cara de cansada, mas a maquiagem borrada tinha ido embora e os cabelos estavam molhados.

- Bom dia.

- Hey... Bom dia. Como está? – perguntou Elizabeth se aproximando.

- Bem. Fiz café da manhã pra não ter que pedir desculpas por ontem.

Elizabeth riu baixinho e se sentou à mesa. Sua barriga roncou ao sentir de perto o cheiro bom.

- Onde arranjou esses ovos?

- Você não tem nada que preste aqui. Peguei dinheiro da sua carteira e fui comprar algumas coisas. – Lyla tomava uma xícara de café. – Espero que não se importe.

- Sem problemas.

Elizabeth começou a comer e não foi capaz de falar mais algo, pois estava divinamente delicioso. Mais uma coisa para a lista de coisas que ela não lembrava da última vez que tinha feito: tomado um café da manhã saudável.

Quinto Andar (Romance Lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora