Marcela passou a maior parte do dia ouvindo Mariana falar no seu ouvido. Sabia que talvez estivesse se metendo em uma furada, mas a curiosidade estava deixando-a louca, o novo e perigoso era sempre o que mais nos chamava a atenção não é mesmo? O dia na galeria estava menos turbulento comparado aos outros, apenas experimentou alguns looks e ensaiou durante a tarde para o desfile do fim de semana que estava chegando. No final da tarde dirigiu seu carro até seu apartamento e durante o caminho recebeu algumas mensagens, mas de forma alguma desviou a atenção do trânsito para o celular. Assim que estacionou o automóvel na garagem do prédio desceu do mesmo caminhando rumo ao seu lar. Já havia se passado uma semana desde que foi ao jantar com Gizelly e Hadad, desde então não ouve nenhum retorno de ambos e sendo assim Marcela deixou-se acreditar que os mesmos haviam desisto. Mas percebeu que suas suposições estavam completamente erradas assim que viu a primeira mensagem em sua barra de notificação, pensativa respondeu à mensagem confirmando o horário indicado e suspirou subindo para seu quarto. Não era a primeira vez que faria isso, mas sempre foi em algum momento que estava bêbada ou com amigos íntimos. Agora era completamente diferente porque era pessoas com quem não tinha intimidade e ainda por cima era um casal. Tomou um breve banho e vestiu apenas uma jaqueta juntamente com um short e seu tênis branco inseparável, os cabelos estavam apenas em um coque no alto de sua cabeça. A alguns dias vinha usando ele mais longo, gostava de inovar e sempre usava ele comprido quando estava em uma semana de muitos desfiles. À espera de sua amiga degustou uma taça de vinho e separou o seu preferido para a ocasião de mais tarde, com certeza sem bebida não iria funcionar. Assim que ouviu a porta se abrir e fechar girou seu corpo na cadeira alta que ficava próxima ao balcão.– Parece até minha esposa me esperando para o jantar. — Mariana jogou a bolsa sobre o sofá e sorriu para a loira.
– Você sonha com isso que eu sei. Aceita? — levantou a taça e deu um gole generoso.
– Não, sabe que não tenho uma história muito boa com vinhos. — se sentou ao seu lado.
– Eu estava esperando você para avisar que tenho um encontro. — mordeu o lábio inferior ao encarar a amiga.
– Você não vai desistir disso mesmo não é?
— deu um empurrãozinho na testa alva– Sabe que não.
Bebeu o restante do líquido e pegou a outra garrafa colocando dentro de sua bolsa.
– Eu volto cedo, e por favor não esqueça a chave na porta Mariana, da última vez quase não consigo abri-la.
– Tudo bem, boa foda — sorriu e Marcela lhe estendeu o dedo do meio enquanto corava.
A alguns minutos dali, Gizelly dava pulinhos a cada vez que o objeto na panela fazia barulho. Era um sábado comum, trabalhava pela manhã e passava a tarde em casa estudando e se aperfeiçoando mais em sua carreira, ou apenas tentando recriar receitas de internet. Seu esposo pelo contrario, trabalhava em horário normal e havia acabado de chegar da empresa onde agora era diretor geral. Os pequenos momentos na cozinha a fez esquecer o que aquela noite lhe proporcionaria. Sexo, uma palavra tão usada mas pouca praticada ultimamente pela Advogada. Estava ansiosa, nervosa e talvez empolgada?. Assim que terminou a pipoca doce que estava preparando colocou sobre uma vasilha e se direcionou a sala.
– Sei que esperava um jantar, mas acabei me perdendo em uma pilhas de papéis. — confessou ao marido e se sentou ao seu lado no sofá.
– Tudo bem amor, não estou com fome — respondeu sem olhá-la, mais uma vez o jogo tomava toda sua atenção.
– Ela deve está chegando — comentou chamando sua atenção novamente
– Você acha mesmo que ela vem? — finalmente olhou-a após perguntar.
Gizelly ficou muda, realmente não sabia, talvez a loira tivesse desistido. Quando ia abrir a boca para formular qualquer frase a companhia tocou, olhou o esposo e levantou para abrir a porta.
– Boa noite, bem vinda! — mediu a loira do outro lado da porta dos pés à cabeça. Também não deixou de reparar em seu shorts minúsculo.
– Obrigada. — Marcela sorriu simpatica e adentrou o cômodo com pouca luz.
O esposo de Gizelly rapidamente mudou a programação na tv e se levantou para cumprimentar a loira com um aperto de mão, coisa que não havia acontecido entre ela e sua esposa. Gizelly convidou-a para se sentar e ficaram em silêncio até Marcela quebrá-lo.
– Trouxe isso, acho que será legal se bebêssemos algo — tirou o vinho de dentro da bolsa e entregou para ambos. João segurou a garrafa e avisou que colocaria na geladeira.
– Er.. Eu fiz uma pipoca.. — Gizelly se xingou pois o que menos queria naquela noite era gaguejar.
– Eu amo vinho com pipoca — Marcela sorriu deixando a morena mais tranquila.
– Bom.. então, quer ver alguma coisa, série? — perguntou enquanto levantava para pegar a vasilha de pipocas sobre a mesa de centro. Marcela não pôde deixar de reparar no corpo da morena, ela usava apenas um short jeans curto e uma camiseta. Da última vez que a viu ela usava trajes do trabalho o que não a tornava menos atraente, pelo contrário, triplicava sua sensualidade.
– Prefiro apenas continuar bebendo meu bom vinho e experimentar dessa pipoca — respondeu e observou João atravessar a sala com três taças ambas com algumas pedras de gelo.
Após quase três taças do líquido roxo os três pareciam mais à vontade e conversavam amenidades. Marcela contou um pouco sobre sua vida e ouviu ambos contarem sobre as suas também. Falaram de séries e descobriram que tinham algumas em comum. A quarta taça foi preenchida e ambos se sentaram no tapete da sala sendo separados apenas pela mesa de centro.
– Amor você já contou essa! — Gizelly repreendeu o esposo. Era a terceira vez que ele contava a mesma piada.
– Mas ela é muito boa, eu sou ótimo com isso! — sorriu e deu um selinho nos lábios avermelhados.
– Desculpa, quando ele bebe ativa um modo humorista insuportável — Gizelly revirou os olhos ao terminar de explicar para a loira.
– Tudo bem, todos nós ativamos algum lado nosso quando ingerimos álcool não é mesmo? — sorriu e piscou um dos olhos castanhos. Gizelly percebeu a leve malícia na fala da loira mas ignorou pelo bem da sua saúde mental.
– O vinho acabou, mas temos Whisky! Não comecem nada sem mim — João disse e levantou deixando Gizelly vermelha igual um tomate. Era óbvio que o álcool já preenchia boa parte de seu corpo.
– Se você não estiver se sentindo bem com isso tudo bem.. — Marcela falou baixo atraindo o olhar da morena.
– Acho que só preciso de mais bebida — sorriu e virou a taça de uma vez só. Não costumava ser tão vergonhosa, sempre foi a mais atirada do seu grupo de amigos, e agora não sabia o porque de tanta timidez ao lado de Marcela. Ou talvez sabia. Seu esposo retornou à sala com a garrafa de Whisky e mais gelo para em seguida servir as taças. Gizelly apenas bebeu o líquido sem nenhuma careta aparente, precisava de álcool se quisesse fazer aquilo funcionar.
Pouco mais de vinte minutos o trisal ria gostosamente de qualquer piada sem nexo e então resolveram brincar para descontrair, afinal nenhum ali estava em sã consciência mais. A brincadeira um tanto perversa era da seguinte forma, um deles fazia uma mímica qualquer e quem acertasse escolheria alguém para tirar uma peça de roupa. Gizelly foi quem acertou a primeira mímica do esposo e sem um pingo de pudor pediu para a Marcela tirar a blusa. Contastou que o ambiente estava ficando quente assim que observou a loira apenas com um sutiã vinho. Ela estava alegre e seu sorriso só colaboravam para os inúmeros pensamentos obscenos de Gizelly naquele momento. Na segunda rodada João retirou sua camiseta a pedido de Marcela, não ligava para o fato de Gizelly estar ao lado, afinal os três tinham desejos em comum naquela noite e estava adorando a forma com a morena observava seu corpo a cada gesto que fazia.
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Eu, Tu e Ela
RomanceGizelly Bicalho e João Hadad são casados a três anos. Com o relacionamento a beira de um abismo, ambos decidem apimentar a relação trazendo então uma terceira pessoa para saciar suas vontades e reerguer o casamento.