Prólogo

71 1 0
                                    

Continente de Ateia. Região de Salem

Enquanto à noite cobria com seu manto negro a floresta escura ao redor da aldeia, os pés imprecisos de soldados criavam caminho sobre o chão. Eram seis. Seis servos da tirania que vasculhavam entre os galhos secos a silhueta da resistência contra sua dominação. Apesar do cuidado, e do temor, barulhos de folhas secas e galhos se quebrando criando ruídos selvagens na floresta, fazendo os soldados temer o que podia está por debaixo da escuridão.

­ Fiquem atentos! Aquela maldita deve está por aqui... ­ A voz de um dos tiranos soava como um vento frio e tremulo.

­Alguns passos mais à frente e a escassez de vida reforçava o temor do desconhecido. Mas, eles não podiam mais retroceder, eram soldados, servindo o lado negro, mas ainda sim soldados. Continuavam caminhando sobre as folhas secas lançando seus olhos atentos sobre as árvores. As sombras dos galhos construíam formas que lembravam vultos humanos.

­ O que é aquilo?!

­ Cuidado pode ser ela.

­ Não soldado. É apenas um galho.

E assim eles continuavam caçando a inimiga, sob os olhares dos pássaros negros que ruflavam as asas quanto os aproximavam. Com a ponta da espada apontada na direção que o olhar fixo direcionava, eles variam cada canto entre os galhos à procura da fugitiva.

­ É melhor que a gente a capture dessa vez. Se não, o senhor Fahad com certeza vai retirar nossas tripas e dar para esses pássaros miseráveis.

­ Então, cale a boca e procure ela!

Os seis homens se espalhavam pelo terreno hostil se esgueirando entre os galhos, quando - como se fosse uma fera selvagem - uma sombra se ergueu na escuridão, atacando dois dos soldados que estavam mais próximos. O sangue espichou nas árvores e os corpos caíram sem vida no chão.

O que é aquilo?! Você viu alguma coisa?

­ Senhor! Eles estão... mortos!

­ Mas... o quê? Alguém viu alguma coisa?!

­ "De onde surgiu isso?"

O sangue dos dois homens já havia formado grandes poças vermelhas que se espalhavam sob a escuridão da floresta. Os outros quatro - mais afastados uns dos outros - se dividiam entre ficar ali e enfrentar o perigo ou correr como uma presa depois de ver seu predador. A visão dos corpos no chão não deram outra alternativa e todos se renderam aos seus instintos, deixando a vontade de seus pés os dominarem. Percorrido alguns metros, à medida que iam quebrando os galhos pelo chão, todos se esconderam atrás de grandes troncos de árvores. Não podiam ir embora antes de matar aquela "coisa".

Quando, emergindo da escuridão, um vulto negro se materializou. Parecia ser humano, não muito alto, envolvido por um manto negro e, empunhando uma lança pontiaguda nas duas extremidades. Enfim, a inimiga havia se revelado.

­ É ela?!

­ Sim. É ela!

­ Maldita!

Ignorando o perigo de morte um dos soldados – o mais exibido -, avançou contra o vulto. Ele se moveu rápido, apontou a espada para o alvo, e caiu no chão, com um corte que ia de um lado da barriga ao outro. ­– Ela é rápida. ­– Agora, três corpos ensanguentados, sobravam mais três para capturá-la, matá-la ou sobreviver a sua fúria. Um segundo de distração e o vulto não estava mais lá. Apenas galhos escuros e retorcidos. Quando o quarto soldado correu, ignorando o perigo, o vulto se ergueu na escuridão novamente. O que... é você? ­– Um longo suspiro antecedeu o golpe de misericórdia. O soldado ergueu a espada, mas ela caiu. Junto com seu próprio corpo.

Crônicas do Zodíaco - Anjo DouradoOnde histórias criam vida. Descubra agora