O céu estava nublado e apesar da densa camada de nuvens, o sol irradiava seu poder soberano. O vento era frio e levantava as folhas do chão como uma dança ensaiada pelo pela própria natureza. Os pássaros eram apenas detalhes no céu.
Na terra, uma estrada fina, que levava seus seguidores a algum lugar. Nela, um cavaleiro, que cavalgava sobre os passos leves e seu companheiro; um homem de pele morena e cabelo castanho claro, o olhar sereno, mas atento a quaisquer eventuais perigos que pudessem ligeiramente o perturbar. Vestido com roupas de guerreiro e uma urna dourada amarrada nas costas, ele continuava ali atento a sua jornada.
A natureza ao redor estava intacta, ou parecia está. Alguns passos de seu cavalo mais a frente, seguindo na direção onde a terra da estrada o levava, a vegetação de folhas e galhos secos se mostrava diferente das demais ao redor. Não existiam muitas folhas, e as que existiam formavam um caminho para o fundo de uma ravina; os galhos das árvores próximas pareciam ter sido quebrados por alguma força externa. No fundo, um grande volume de terra, misturado com as folhas que haviam descido com a queda de algo grande, provavelmente um bicho.
– O que será que caiu aqui? Vai ver é um veado. Ou não...
Então, o cavaleiro desceu; primeiro do cavalo, deu a volta no animal, colocou a caixa no chão e escorregou, ravina a baixo. Estava um pouco alarmado, não parecia ser um animal caído ali. Ao se aproximar do interior da ravina, deu uma boa primeira olhada, e ao retirar o primeiro volume de folhas de cima do objeto estranho notou que era um corpo de um jovem, uma criança desacordada.
– Mas, é um menino! – O cavaleiro olhou atentamente e notou que o garoto estava vivo. Nenhum ferimento grave, apenas os causados pela a queda. Abaixou, segurou o garoto no colo e o retirou da ravina. Subindo o caminho novamente sem muita dificuldade.
A estrada estava vazia, apenas os pássaros no céu fazendo círculos observando o corpo do menino. O cavaleiro o colocou no chão, ao lado do cavalo, e retirou os restos de folhas que ainda estavam presas em suas vestes.
– Ei, moleque! Acorda!
O cavaleiro colocou a mão no peito e o menino gemeu. – Tá respirando. – Retirou uma bolsa com água amarrada no cavalo e a derramou um pouco em seus lábios. Aos poucos o menino foi acordando, abriu os olhos, a boca, mexeu os medos e despertou. Um grande soluço veio e ele gritou:
– Quem é você?! Eu não vou voltar. Não para aquele inferno! – Levantou rapidamente, ainda cambaleando e recuperando as idéias. Se afastava do cavaleiro a passos longos, indo para trás.
– Ei, garoto! Calma! Não vou te machucar.
– Quem é você? Nunca te vi aqui – questionou o jovem. Suas palavras saiam com fadiga e seus membros tremiam à medida que seus pés iam para trás. – Ele que te chamou para você vim me pegar?
– Ele? Não! Eu não sou daqui. Estava cavalgando pela floresta e encontrei seu corpo caído na ravina. Te peguei e o coloquei aqui.
– Como posso confiar em você?
– Se fosse pra me te capturar, ou algo do tipo, você acordaria em uma jaula ou em uma prisão. Não aqui no meio da estrada. Ou talvez você nem acordaria...
O garoto viu que o homem estava certo e não queira te machucar e começou relaxar o corpo. Seus olhos começaram a rodar e seu corpo a se esvair até ir em direção ao chão. Salvo pelo cavaleiro que o pegou e o colocou de forma suave na estrada de terra.
– Ei, garoto. Você está bem?
O menino voltou a si, nos braços do cavaleiro enquanto organizava seus pensamentos. – É só um pouco de fome...
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Crônicas do Zodíaco - Anjo Dourado
AksiAiolos caminha pela floresta com sua Urna Sagrada até que ele encontra um menino desfalecido em uma ravina. Ele descobre que a vila do garoto foi dominada por um povo estrangeiro. Desconfiado ele vai até a vila do garoto e recebe a missão de caçar c...