Capítulo Um - Desígnios de Deus

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O céu estava nublado e apesar da densa camada de nuvens, o sol irradiava seu poder soberano. O vento era frio e levantava as folhas do chão como uma dança ensaiada pelo pela própria natureza. Os pássaros eram apenas detalhes no céu.

Na terra, uma estrada fina, que levava seus seguidores a algum lugar. Nela, um cavaleiro, que cavalgava sobre os passos leves e seu companheiro; um homem de pele morena e cabelo castanho claro, o olhar sereno, mas atento a quaisquer eventuais perigos que pudessem ligeiramente o perturbar. Vestido com roupas de guerreiro e uma urna dourada amarrada nas costas, ele continuava ali atento a sua jornada.

A natureza ao redor estava intacta, ou parecia está. Alguns passos de seu cavalo mais a frente, seguindo na direção onde a terra da estrada o levava, a vegetação de folhas e galhos secos se mostrava diferente das demais ao redor. Não existiam muitas folhas, e as que existiam formavam um caminho para o fundo de uma ravina; os galhos das árvores próximas pareciam ter sido quebrados por alguma força externa. No fundo, um grande volume de terra, misturado com as folhas que haviam descido com a queda de algo grande, provavelmente um bicho.

O que será que caiu aqui? Vai ver é um veado. Ou não...

Então, o cavaleiro desceu; primeiro do cavalo, deu a volta no animal, colocou a caixa no chão e escorregou, ravina a baixo. Estava um pouco alarmado, não parecia ser um animal caído ali. Ao se aproximar do interior da ravina, deu uma boa primeira olhada, e ao retirar o primeiro volume de folhas de cima do objeto estranho notou que era um corpo de um jovem, uma criança desacordada.

Mas, é um menino! – O cavaleiro olhou atentamente e notou que o garoto estava vivo. Nenhum ferimento grave, apenas os causados pela a queda. Abaixou, segurou o garoto no colo e o retirou da ravina. Subindo o caminho novamente sem muita dificuldade.

A estrada estava vazia, apenas os pássaros no céu fazendo círculos observando o corpo do menino. O cavaleiro o colocou no chão, ao lado do cavalo, e retirou os restos de folhas que ainda estavam presas em suas vestes.

Ei, moleque! Acorda!

O cavaleiro colocou a mão no peito e o menino gemeu. Tá respirando. Retirou uma bolsa com água amarrada no cavalo e a derramou um pouco em seus lábios. Aos poucos o menino foi acordando, abriu os olhos, a boca, mexeu os medos e despertou. Um grande soluço veio e ele gritou:

Quem é você?! Eu não vou voltar. Não para aquele inferno! Levantou rapidamente, ainda cambaleando e recuperando as idéias. Se afastava do cavaleiro a passos longos, indo para trás.

Ei, garoto! Calma! Não vou te machucar.

Quem é você? Nunca te vi aqui questionou o jovem. Suas palavras saiam com fadiga e seus membros tremiam à medida que seus pés iam para trás. Ele que te chamou para você vim me pegar?

Ele? Não! Eu não sou daqui. Estava cavalgando pela floresta e encontrei seu corpo caído na ravina. Te peguei e o coloquei aqui.

Como posso confiar em você?

Se fosse pra me te capturar, ou algo do tipo, você acordaria em uma jaula ou em uma prisão. Não aqui no meio da estrada. Ou talvez você nem acordaria...

O garoto viu que o homem estava certo e não queira te machucar e começou relaxar o corpo. Seus olhos começaram a rodar e seu corpo a se esvair até ir em direção ao chão. Salvo pelo cavaleiro que o pegou e o colocou de forma suave na estrada de terra.

Ei, garoto. Você está bem?

O menino voltou a si, nos braços do cavaleiro enquanto organizava seus pensamentos. É só um pouco de fome...

Crônicas do Zodíaco - Anjo DouradoOnde histórias criam vida. Descubra agora