– Aiolos?! – bonito nome. Nome de guerreiro!
Jagur estava admirado. Conhecia de perto um guerreiro das lendas antigas, sentia que as orações dadas ao seu deus, tivessem sido ouvidas. O garoto olhava para Aiolos com um olhar de expectativa, depositava nele suas últimas esperanças de salvar seu povo e corrigir os erros do passado. Mas, para isso, Aiolos - que olhava para o garoto com um olhar de desconfiança - precisaria aceitar o desafio que estava à sua frente e lidar com uma divindade, até então, desconhecida.
– Não imaginava que havia cristãos em Ateia – refletia o Cavaleiro.
– Somos descendentes de povos de outros continentes. Até onde eu sei a origem de nosso povo está em outro continente. Mas isso não é muito ensinado na vila, eles não deixam...
– Os gongorvinianos?
– Sim – respondeu o garoto, com lamento.
– O que houve?
– Eles chegaram aqui há alguns anos. Não conseguimos evitar a dominação. Desde então, vivemos sob seus princípios. E do que eles acham certo ou errado.
– Onde estava seu deus?
– Aiolos! – exclamou o menino. – Isso não é culpa de Deus.
– Não conheço muito sobre os cristãos, mas sei que servem apenas a um único deus. E vocês fazem parte desse povo, e mesmo assim, pelo que você me disse, foram dominados por outros povos. Se não é culpa de seu deus, de quem é?
– Como pode confrontar Deus dessa forma?!
– Eu não conheço seu deus. E sou o Cavaleiro, confrontar deuses é o que eu faço.
O garoto, mesmo indignado com os questionamentos de Cavaleiro, nada respondeu. Na sua idade faltava conhecimento para responder tais perguntas com sabedoria.
– Bom, ainda falta à parte que você cair na ravina...
– Eu só queria encontrar a profetisa. E ajudá-la a libertar a vila. Achei que conseguia encontrá-la, então fugi, mas acabei caindo na ravina e desmaiando. O resto você sabe...
– Por pouco não virou comida de pássaro. Mas, então... uma profetisa? Como que ela conseguiria libertar a vila? Imagino que isso tenha haver com seu deus.
– Ela não é apenas uma profetisa, mas a melhor guerreira de todo meu povo. A única que foi capaz de bater de frente com os gongorviniano.
Aiolos viu a fé que Jagur depositava na profetisa a ponto de arriscar sua própria vida para segui-la. – Como sabe onde ela estaria?
– Não sei. Apenas sei que ela derrotou um exército pequeno de soldados gongorvinianos ontem à noite e desapareceu ao redor.
– Derrotou um exército pequeno? Mas, como sabe que iria encontrá–la? Se fugiu, é porque tinha certeza do que estava fazendo, ou estava desesperado...
– Tinha fé que se arriscasse minha vida naquele momento algo de bom iria acontecer.
– Você caiu na ravina – provocou o Cavaleiro.
– E depois, encontrei você! Pessoas de fé agem pelo que crê, não pelo que ver.
Aiolos pesou, mas não respondeu. – Bom, o que vamos fazer agora? Onde quer que eu te deixe?
– Como assim?! Não vai me ajudar a libertar meu povo?
– Desculpe garoto. Mas, eu sou um Cavaleiro, não vou me meter em assuntos de outros deuses, a não ser para proteger o Santuário.
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Crônicas do Zodíaco - Anjo Dourado
AcciónAiolos caminha pela floresta com sua Urna Sagrada até que ele encontra um menino desfalecido em uma ravina. Ele descobre que a vila do garoto foi dominada por um povo estrangeiro. Desconfiado ele vai até a vila do garoto e recebe a missão de caçar c...