45| "Surpreende-me até lá."

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[Liam] - 12 de janeiro

São 17h45 quando aterramos em Londres. Victoria dormiu a viagem toda encostada ao meu ombro enquanto eu lia e respondia a e-mails. Foi bom o tempo em que estivemos fora, mas já sentia falta de casa.

- Estás bem? - coloco uma madeixa de cabelo da minha esposa para trás das costas e beijo o topo da sua cabeça.

Victoria desvia o olhar da estrada e encara-me.

- Obrigada. Foi tudo perfeito. - ela responde com um sorriso e beija o canto da minha boca.

Mal posso esperar para chegarmos a casa e a debruçar sobre a minha secretária.

- Às oito e meia temos uma reserva no Core. - digo casualmente.

Ela fica muito surpreendida e eu rio.

- Como é que conseguiste? - ela questiona incrédula.

Continuo a rir e então levo a sua mão aos meus lábios e deposito um beijo.

- Eu consigo tudo o que quero. - respondo com um piscar de olhos.

Ela bate no meu ombro. - Tu és impossível.

- Eu sei. - sou mesmo sem vergonha. - Mas tu amas-me.

- Amo mesmo. - Victoria admite e então cora. Coça levemente o pescoço e desvia todo o seu cabelo para um só lado. Terei que me lembrar mais tarde de marcá-la naquela zona.

Quando chegamos a casa, tudo está no devido lugar. Exceto os novos seguranças que contratei para Victoria.

- Senhor Hunter. - um deles estende a mão para mim, quando chegamos ao salão da entrada. - O meu nome é Henry Jackson e este é o meu colega James Martin. Estamos aqui ao seu dispor.

Retribuo o aperto de mão com Jackson e depois com Martin.

- Como já devem estar informados, estão aqui pela segurança da minha esposa . - respondo guiando Victoria até ao meio da sala.

- Senhora Hunter. - ambos a cumprimentam, e então ela olha para mim de uma forma estranha. Fúria? Nervosismo? Insegurança?

- Querida, não te preocupes. Não irás dar por eles, prometo. - massajo o comprimento do seu braço e beijo a sua bochecha.

Victoria não parece satisfeita. Irei resolver isso mais tarde.

- Porque não vais para cima e descansas um pouco? - sugiro, porque preciso de algum tempo no escritório com a minha equipa de segurança.

Ela caminha até à cozinha. Dispenso os seguranças e vou atrás dela. Abre o frigorífico e fica admirada e tira uma garrafa de água fresca.

- Como é que tens o frigorífico cheio? - "temos" corrijo-a mentalmente. Victoria tira um copo do armário e enche-o com água.

Fico a admirá-la porque ela é simplesmente perfeita. Ela é um anjo caído do céu.

- Hm... Contratei alguém. - encolho os ombros.

- Para fazer compras?

- Não só. Giselle é quem faz a limpeza do apartamento mas só vinha uma a duas vezes por semana e agora vai passar a vir a semana toda.

- Mas eu nunca me apercebi, além de que eu posso dar conta das tarefas aqui em casa.

- Jamais. - retiro o copo das suas mãos, pousando-o em cima da bancada. - Prefiro que ocupes o tempo com outras coisas. - levo as suas mãos até aos meus lábios e beijo os nós dos seus dedos de forma lenta. Rodo a sua aliança e o anel de noivado no seu dedo.

- Como por exemplo? Em fazermos sexo? - arqueio o sobrolho e faço um sorriso.

- É uma excelente forma de ocupar o tempo, mas tu vais ver que não vais conseguir dar conta das tarefas domésticas a trabalhar na editora e quando começares a trabalhar com a minha irmã. Então aceita o que estou a oferecer.

Ela assente e depois aproxima-se do meu corpo. Abraça a minha cintura com as suas suas mãos delicadas.

- Onde está Daniel? - ela pergunta preocupada.

- Com a minha irmã. Iremos vê-lo quando formos jantar.

- Tenho saudades dele. - Victoria diz.

- Eu também. - afago o seu rosto e o seu pescoço, deixando alguns beijos na sua pele lisa e macia. Alguns centímetros abaixo da sua orelha, a sua pele pele convida-me a marcá-la e é o que faço. Mordisco levemente e então depois sugo com carinho, acabando com um beijo molhado. Victoria geme ao meu ouvido e a seguir protesta. Não me importo.

- O meu meu corpo está em abstinência, Liam. - oh querida, se soubesses o quanto te desejo também.

- Acredita amor, eu também. Mais logo irei levar-te para o escritório e debruçar-te sobre a secretária e então iremos foder como dois amantes de corpo e alma. - ela parece surpreendida. - Agrada-te a ideia?

Ela confirma envergonhada e absolutamente sexy.

- Surpreende-me até lá. - digo beijando a sua testa. Ela fica confusa e para estragar o nosso momento, o meu telemóvel começa a tocar.

Respiro fundo e olho para o ecrã.

- Eu amo-te. - declaro à minha esposa e atendo a chamada, saindo para o corredor.

- Miranda... - cumprimento friamente. - O que queres?

- Isso não é forma de de me cumprimentar. - resmunga do outro lado da linha.

- Estou ocupado, o que queres? - estou sem paciência.

- Tenho tentado falar contigo, mas tu nunca me atendes.

- Não tenho que atender só porque queres falar comigo. Nem sequer tens o Daniel contigo, portanto não me venhas com tretas.

- Quero saber porque é que estiveste fora e deixaste o meu filho com a tua irmã. No outro dia fui à escola dele e a tua irmã é que o foi buscar. - ela grita.

- Ou baixas o teu tom ou vais ficar a falar sozinha. - chego ao escritório e fecho a porta atrás de mim. Aaron percebeu que queria privacidade e os três seguranças foram fazer outra coisa. - Não tens nada com isso. Tu recusaste ficar com Daniel.

- Tu é que és um pai de merda e foste viajar com a puta da tua namoradinha e abandonaste o meu meu filho. - ela continua a gritar.

Bato com os punhos em cima da mesa e grito de volta.

- Já te disse que não falas assim da Victoria. Ela não é puta nem namoradinha. E eu é que abandonei Daniel? Tu és ridícula. - começo a ficar com falta de ar. Isto não é bom.

Miranda ri do outro lado.

- Casaste com ela? Oh Liam, que desilusão. Tu sabes que sempre fomos bons juntos. Vou entrar com um pedido no tribunal para ficar com Daniel e tu vais perder.

Atiro alguma merda que estava em cima da mesa contra a parede.

- Tu não vales nada. Sabes perfeitamente que não consegues ganhar contra mim, então não sei porque te esforças tanto. Fica aqui um aviso: de agora em diante só falas com o meu advogado. - desligo a chamada muito furioso e começo a procurar a minha bomba de asma. Tinha uma nas gavetas das secretária.

Acabo por sair do escritório e subo as escadas. Quando chego ao quarto sei que tenho uma dentro da gaveta da mesa de cabeceira. Encontro a minha bomba finalmente e vou para a casa de banho a seguir, trancado a porta. Estou muito furioso.

Tenho que lidar com a Miranda e com Barry. Não é algo que desejasse depois de uma bela lua de mel.

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