irei até o seu encontro irmã

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Não era fácil sentir inveja. Sendo a inveja a emoção que Jennie transbordava quando via os outros andando para lá e para cá sem esforço e sem dor.
Ela tentava manter seus ressentimentos sob controle, mas a inveja tinha amigos poderosos como autopiedade e raiva indistinta, e quando elas entravam na brincadeira, o lado alegre de Jennie se rendia com um simples murmúrio.
Levar um tiro 19 meses atrás havia trazido à tona o pior dela, ao invés do melhor.
Focar nos aspectos positivos, dissera-lhe bruscamente a fisioterapeuta esmerada logo no início da reabilitação.
Você está viva.
Você pode andar.
E em seguida a fisioterapeuta deu uma batidinha na lateral do crânio de Jennie.Você é forte de verdade. Aqui em cima.
Jennie tomara este último comentário como um elogio. Mas só até a fisioterapeuta começar a lhe dizer para pegar leve nos exercícios e deixar seu corpo se curar. Jennie ignorara, a ponto de a fisioterapeuta começar a compara Jennie com o touro de estimação de alguém.
Tal como em " Excessivamente teimosa e não muito brilhante".
E o fato da outra mulher provavelmente estar certa não ajudava muito.
Ainda assim, a teimosia fizera Jennie se dirigir ao aeroporto está manhã; e daí se ela afundasse num assento numa fileira ao lado do portão de embarque, abafando um xingamento e sentindo um certo alívio?
Ela conseguira.
Mais meia hora e Jennie estaria num avião com destino a Istambul, e quando chegasse lá, encontraria Jisoo, sua irmã rebelde, e a levaria para casa a tempo do natal. Ela era capaz disso. Estava fazendo isso.
Não importava que estivesse dando um passo de cada vez.
Jennie fechou os olhos e esfregou o rosto.
Alguém se sentou ao lado dela e ela abaixou as mãos, deu uma olhada de soslaio e gemeu ao notar o castigo merecido.
Lalisa era alta. Tipo 1,94m perfeitamente distribuídos. Desde seus 16 anos, as mãos dela haviam crescido. E os ombros também. Bom para ela.
Jennie parara de crescer num respeitável 1,72m. Ter estatura mediana não era um problema. Estar na média de qualquer coisa não era um problema.

- Vá embora - disse Jennie em forma de cumprimento.

- Não - respondeu Lisa como se dissesse "olá".- Ouvir dizer que você abandonou a fisioterapia.

-Eu vou voltar. Interrompi para um período de reflexão.

- Você não vai conseguir.

- Vai impedir?

- Você superestima minha influência - Lalisa Manoban.

- Jennie...

- Não - disse ela, interrompendo-a depressa. - Oque quer que você vá dizer sobre o meu bem-estar atual.... não diga. Eu não quero ouvir isto.

- Eu sei que você não quer, mas cansei de abordar o assunto- Lisa cerrou a mandíbula. Ela tinha uma bela mandíbula. Forte. Quadrada. Fornecia um contraponto muito necessário para seus olhos castanhos arrebatadores.- Quando você vai enfiar nessa sua cabecinha dura que jamais vai conseguir seu antigo emprego de volta?
Jennie não disse nada. Não era oque ela queria ouvir.

- Não significa que você não pode ser igualmente eficiente em outros lugares - Continuou Lisa obstinadamente.

- Atrás de uma mesa?

- Controle de operações. Esferas do poder. Poderia ser divertido.

- Se é tão divertido assim, por que você não vai fazer isso?

- Oque você acha que eu tenho feito nesses últimos 19 meses? Além de largar tudo regulamente para vir servir de babá para vocês? Por que acha que eu saí de circulação, para começo de conversa?

Assim como Jennie e Jisoo, Lisa já fora parte de uma equipe de inteligência militar de elite e, assim como ela, Lisa amava seu trabalho. O aspecto físico extremo dele. O perigo e a emoção. Os riscos que passavam por um triz e a adrenalina. Lisa devia estar sentindo falta de tudo isso.

- Por que você se retirou de circulação? Eles te colocaram em outra equipe. Ninguém te pediu para se sentar à uma mesa. E eu não preciso de uma babá.

- Ah, quem dera se você provasse isso.- Lisa esticou as pernas diante de si e tentou se acomodar no assento pequeno demais do aeroporto.
Uma mulher grande com um corpo moldado para o combate. O rosto lindo e o sorriso fácil... aqueles eram apenas para fins de desarmamento.

- Lalisa, oque você está fazendo aqui?- Lalisa era o seu nome verdadeiro. Jennie só o ultilizava quando a conversa ficava muito séria.

- Como você ao menos sabe que eu estava aqui?.

- Rosé me ligou. Ela sinalizou sua presença no minuto em que você passou pela alfândega.

- Cara, eu odeio isso.- Quem teria uma hacker de computadores como irmã?- Não existe respeito nenhum pela privacidade alheia.

- É bem conveniente, no entanto. Oque você pretende fazer exatamente em Istambul, Jennie?

- Encontrar Jisoo.

- Oque faz você pensar que ela ainda está lá?

- Eu não penso. Mas é a única pista que temos. Dezenove meses e nem uma palavra sobre seu paradeiro até agora. E se ela estiver precisando da nossa ajuda?

- Se ela precisar da nossa ajuda, ela vai pedir.

- E se ela não puder pedir? Jisoo está numa encrenca daquelas. Eu sinto isto. Ela não passaria tanto tempo sem tentar dar um jeito de entrar em contato conosco. Simplesmente não faria isso.

Memórias do amor Jenlisa  GP!!Onde histórias criam vida. Descubra agora