eu te amo tanto

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Lisa Acordou bem antes do amanhecer, fingindo dormir, assistindo Jennie em seu sono até não conseguir ficar lá por nem mais um momento. O arrependimento a arrebatava e a vergonha seguia o exemplo. Ela não tivera a intenção de mentir para além das salas de emergência do hospital.
Jamais quisera mentir para Jennie, mas as mentiras simplesmente foram chegando e nunca houve um momento para lhe dizer abertamente que não eram casadas.

Exceto talvez na noite passada.
Ou na noite anterior áquela.
Rolando da cama, ela tateou pelo chão à procura de sua calça e a vestiu. Dirigiu-se para o pátio para tomar um pouco de ar, olhando além da cerca baixa de pedra, para as luzes da cidade abaixo.

Na noite anterior, ela usufruíra do que quisera e mandará as consequências para o inferno.
Esta manhã, ela nem mesma conseguiria se encarar no espelho.

Ouviu o barulho das colchas de cama seguido de gemido muito sútil. Virou-se e viu quando Jennie saiu da cama e foi mancando até sua mala. Pegou um baby-doll branco e vestiu, desemaranhando o cabelo. Ela tentou pentear os fios com os dedos, então flagrou Lisa olhando para ela e parou, e lançou-lhe um sorriso pesaroso.

Jennie caminhou até Lisa  e virou as costas para as luzes da cidade para poder se recostar no parapeito e olhar para sua amada.

Lisa não conseguiu sustentar o olhar dela.
Ela se inclinou para a frente, mãos na mureta, manteve os olhos na cidade. Não deveria ter cedido. Ninguém era perfeito, ela sabia disso, mas que inferno. Seu abuso da confiança de Jennie era impressionante.

- Não conseguiu dormir Lali?

- Não.

- Algo a ver comigo?

- Não.

- Tenho certeza de que você está mentindo.

- Sim, bem. Eu faço isso.

Jennie abraçou o próprio corpo, como se estivesse com frio.

- Por quê?

Lisa fechou os olhos.

- Apenas uma decisão ruim que levou a outra, acho. Não tenho pretextos para você, Jennie.

Ela ficou em silêncio por um tempo depois disso, e Lisa quis que ela fosse embora, voltasse para cama, para qualquer lugar, contanto que fosse bem longe. Mas ela não foi a lugar algum, simplesmente abaixou a cabeça e bateu o ombro contra de Lisa. Desejando contato corporal, mais contato corporal, e ela se encolheu sob o peso do desejo dela e da própria culpa.

- Sobre o que mais você mentiu?.- perguntou ela asperamente. - Você me ama?.- sussurou ela.

- Tanto.

- Então é sobre o trabalho que você está mentindo. Fica verificando o telefone. Tem alguma coisa acontecendo. É um trabalho? Para o serviço secreto Austráliano de inteligência?

- Tem um trabalho aqui e você precisa saber o básico a respeito, porque envolve Jisoo, e porque antes de sofrer a concussão, você o liderava.

Jennie piscou, aí levou as mãos aos olhos num gesto que Lisa sabia ser antigo.

- Eu não me lembro.- sussurrou ela.

- Eu sei

- Então não é hora de me dizer por que estamos aqui?

- Estamos aqui para encontrar Jisoo.

- E então o quê?

- E aí vamos embora.

- Não soa muito como um trabalho.

- Encontrá-la é o problema.

- Jericho3- murmurou ela.

- Eu pedi a Rosé para averiguar. O proprietário é um negociante de armas bilionário. Russo.

- E é lá que você acha que Jisoo está?

- É o nosso melhor palpite. A verdade é que eu não sei. Ela poderia estar disfarçada. Ela pode não querer acabar com o disfarce. Pode não ser capaz de acabar com o disfarce.

- Se Jisoo está disfarçada, por que iria querer nos ver?

- Eu não disse que ela queria. Somos nós que estamos forçando o contato.

- Mas por quê?

- Seu velho eu está preocupado com a segurança de Jisoo.
Faz tempo que ela não entra em contato.

- Quanto tempo faz desde que alguém a viu?

- Dezenove meses.

- O quê?- ela não conseguia entender. Sua confusão era visível, palpável, bem como a sua ansiedade.

- Amor como fomos capazes de nós casar sem a presença dela?

- Jen vou te levar para casa. Retornar sozinha. Tentar entrar a bordo do Jericho3.

- Não!- Jennie apertou a cintura dela. - Não vou perder você também Lali.

- Ninie....

- Não. Se Jisoo não tem como sair do barco, vamos colocar alguém de vigília e então vamos botar Rosé na história e planejar a partir daí. Você não vai fazer o papel de idiota que minha irmã fez. Eu não vou deixar.

- Deus, eu amo o seu novo você.- Lisa carregou-a e a colocou suavemente sobre a mureta de pedra, e ela a abraçou como se nunca mais fosse soltà-la.

- Ótimo porque estou começando a pensar que meu velho eu era muito tolo. Eu te amo. Estes segredos que você guarda de mim, eles não vão mudar isso.
Lisa beijou-a, assim elas não precisariam falar.

Memórias do amor Jenlisa  GP!!Onde histórias criam vida. Descubra agora