Four - Lady Blackwood...

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9h10mim...

Faustus levantou furioso de sua mesa, um de seus clientes mais importantes acabou de ligar para seu telefone pessoal o chamando de irresponsável por não ter comparecido a uma reunião de negócios da empresa renomada de automóveis em Greendale. Isso nada mais é que uma das consequências do desaparecimento de Aghata.

— COMO NINGUÉM ME AVISOU QUE HOJE EU TINHA UMA REUNIÃO COM O SENHOR GLADSTONE? VOCÊS TRABALHAM PARA MIM OU QUE?

O homem gritou alto suficiente da porta de seu escritório para todos os advogados e quem quer que esteja na empresa escutar.

— METADE DO SALÁRIO DE TODOS VOCÊS AQUI VEM DESSE HOMEM. ISSO SIGNIFICA QUE NÃO PODEMOS FALHAR. INFERNO!

Faustus continuou aos berros e mesmo dentro de suas respectivas salas, os funcionários e advogados escutaram muito bem, embora já bem acostumados com o comportamento atípico de seu chefe no ambiente de trabalho.

Nicholas Scratch, advogado jurídico e único que tem coragem de enfrentar a fera em situações assim, apareceu na porta de seu escritório.

— Sinto muito, mas nós não somos a Aghata, senhor. Ela que tem posse de sua agenda.

— É claro que não são. E onde está essa imprestável que não veio trabalhar mais uma vez? – seu tom ácido sendo escutado muito bem por Prudence em seu escritório, mas a menina se controlou como prometeu a sua irmã Dorcas. Afinal, em breve essa situação se resolverá quando Lilith aparecer.

— Ela ainda não foi encontrada.

— Ótimo. Sendo encontrada ou não, estarei colocando outra em seu lugar.

Faustus falou e antes que pudesse entrar em sua sala e bater a porta, Zelda apareceu no andar. A ruiva estava subindo as escadas quando escutou os gritos do marido.

— Eu ouvi gritos? – perguntou com uma sobrancelha elevada.

— E o que você está fazendo aqui, querida esposa?

Nicholas voltou para seu escritório sabendo que a discussão ganhará outro rumo.

— Eu também trabalho aqui, Faustus.

Zelda falou caminhando em direção ao seu escritório e quando pensou que ia entrar, o homem falou duro e direto.

— No meio escritório. Agora! - E ela não teve alternativa a não se obedecer, como sempre.

A porta se fechou forte no mesmo segundo que Lilith entrou no andar. A morena se viu sozinha, observando toda a estrutura do primeiro andar através de seus óculos de grau.

A morena aproveitou o fato de está só e analisou o balcão vazio que será seu posto como secretária, a pavimentação de madeira e luzes amarelas que dão uma luz extra ao local e ao longe o som das teclas das máquinas de escrever que provavelmente estão sendo usadas por seus respectivos advogados. Contudo, no meio de tudo isso, o que prende a atenção de Lilith é o barulho de duas vozes dentro de um dos escritórios, que ela identificou com facilidade, pelo tom certamente de uma discursão.

— Nós já conversamos sobre isso, Zelda.

A morena ficou atenta, o nome sendo imediatamente identificado por ela. Mas não poderia ser possível? Séria coincidência demais. Ela pensou.

— Eu não vou ficar o dia todo em casa olhando para o teto e tomando chá.

— É o seu papel como minha esposa. E tem as crianças.

— Crianças, Faustus? Leticia e Judas são adolescentes e passam mais tempo na escola do que em casa. Eu sou sua esposa e advogada na mesma empresa que você. Qual o problema disso?

I Went Mad About You - Madam Spellman Onde histórias criam vida. Descubra agora