Macio. Foi a primeira sensação que Malya sentiu ao despertar. Estava em uma cama confortável, com mais travesseiros que o necessário. Abriu os olhos confusa, tentando resgatar suas últimas memórias.
Abandonei minha casa. Forasteiro. Lappam. Fera. Tentou ordenar os pensamento com dificuldade.
— Vejo que finalmente despertou. – disse polido.
O homem que a perseguira no comércio entrou na tenda, tinha um hematoma no maxilar e mantinha a mão próxima às costelas, disfarçadamente sem causa mácula na sua aparência impecável. Parecia ter enfrentado uma briga nos últimos tempo. Malya reconheceu os olhos azuis límpidos, procurou a fiel lâmina nos bolsos.
— É isto que estás procurando? – mostrou a adága. – Tens ótimas armas para uma celosiana.
— Me devolva! – exigiu ela, tentando se levantar. Desistiu logo em seguida, estava tonta.
— Calma, feristes a cabeça na queda. – ele tentou se aproximar.
— Fique longe ou arranco os seus olhos. – ameaçou, fazendo o outro recuar.
— Com as unhas? – zombou. – É assim que demonstras gratidão com quem te salvou do deserto.
Nesse momento, Malya notou os bordados dos travesseiros e brasão na camisa de linho que o homem vestia. Era o símbolo de Smaragdine. Estava em uma tenda com um smaragdino, um muito influente ao que parecia.
— Vá à merda. – disse por impulso.
— Meça suas palavras, celosiana. Não sabes com quem está falando? – ele parecia irritado.
— Com escória, a qual todos os smaragdinos pertencem. – toda a raiva acumulada clamava para sair. Estava sendo inconsequente sabia disso, tinha aprendido a ser mais comedida.
O rosto do homem enrubesceu, franziu o cenho, encarando a jovem mulher que o desafiava. Ele até então mantera uma postura incitadora.
— Sou Arden Smaragdine, príncipe do reino das pedras. Salvei tua vida no deserto e poderia tirá-la agora. Não tens medo? – questionou entufado.
Malya escutou com cuidado o que ele dizia, agora começava a ficar aflita. O que a realeza poderia querer com ela? Por que um príncipe lhe perseguira e salvara? O que fizera Lappam fugir? E a sensação que percorrera seus braços, o que significava?
— O que está acontecendo? – inquiriu. – Por que estou aqui?
— Esta é uma questão que também me atormenta. – uma mulher loira entrou na tenda. – Por que não avisou que ela tinha despertado?
— Estava tentando colher informações, Halina. Precisamos saber o máximo possível daqueles com quem iremos trabalhar. – sussurrou, mas ainda foi escutado pela celosiana.
— Diga seu nome. – a princesa exigiu, analisando a outra com desdém.
Halina estava com os olhos inchados, o nariz vermelho e olheiras densas. Os cabelos desgrenhados davam uma aparência dramática a figura, a celosiana se divertiu com o sofrimento da outra mulher. Reprimindo-se logo em seguida, Ramla uma vez dissera que sentimentos assim deveriam ser evitados.
— Eu vou repetir a pergunta. O que eu estou fazendo aqui? – Malya ignorou.
— Olhe para os seus braços. – Halina devolveu. – És tão burra que não reconheces a marca dos Lectus? Não falam sobre a profecia em Celosia?
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Contos de Lucem - Ressurgir Sombrio
FantasyA queda de uma estrela em um continente infértil dá origem a cinco reinos abundantes de vida. Contudo, o impacto do astro abre uma passagem para um sexto reino demoníaco chamado Tenebris. Uma Era de miséria e maldições assolou os reinos da superfíci...