- A conversa não vai entrar nesse assunto, não. Vão começar a falar em desemprego, governo... isso pra mim é pior que falar de assombração. Vou é contar uma coisa que aconteceu comigo há um tempinho.
- É sobre alma? – Clarisse perguntou a Pimpa.
- Não. Foi assim: eu fui para o postinho, mostrar uns exames ao médico. Não tinha ninguém lá, eu era a última para a fazer a consulta, estava só esperando o homem me chamar. As enfermeiras, como estavam desocupadas, foram para uma sala, beber café e fofocar. Só tava eu lá, sentada, olhando para o chão. De repente, aparece uma velha, toda agitada, vermelha e suada. Ela entrou de uma vez no posto de saúde e veio em minha direção, desesperada. Ela disse: “Moça, me ajuda!”. Na hora, fiquei preocupada, achei que ela estava machucada ou estava se sentindo mal, só que aí ela disse: “Me dê CAMISINHA!”. Aí eu fui explicar a ela que eu não trabalhava lá e ela tinha que procurar uma das enfermeiras e perguntar isso, não pedir a mim. Mas, quanto mais eu explicava, mais a mulher gritava comigo: “ME DÊ CAMISINHA, MOÇA! O VELHO TÁ DOIDO EM CASA!”.
- Hahahahahahahahaha!
- Huehuehueheuheheu!
O ambiente ficou menos silencioso com aquela mudança da conversa.
- É sério! A mulher se tremendo toda, com os olhos arregalados, gritando na minha cara. Ela gritou tanto me pedindo camisinha, que as enfermeiras ouviram e saíram da sala para ver, acho que pensavam que era briga. Fiquei morta de vergonha. Aí atenderam ela, e disseram que não tinha mais camisinha, que tinha acabado. A mulher só faltou quebrar as cadeiras que estavam no corredor. Dizendo: “JUVENAL TÁ DOIDO! O QUE EU VOU DIZER PRA JUVENAL?!”. Saiu rápido. Sei nem quem é.
- Até os velho tão trepando e tu não...
- Homem, diga isso não.CONTINUA...
VOCÊ ESTÁ LENDO
Fantasmas e Fofoca de Calçada
القصة القصيرةAmigos se reúnem na calçada para fofocar.