Tenho medo do escuro constante
Tenho medo de perder quem já não tenho
Tenho medo de um balançar de varal no meio do nada
Tenho medo do estalo na parede que já está alí há três anos
Tenho medo de mim mesma
Medo de iniciar uma guerra que não tem fim
Apenas meio
Tenho medo de cruzar os limites
Tenho medo de nunca entender o propósito de estar aqui
Tenho medo de tudo
E
Meu coração sente necessidade de trabalho árduo e bombeia mais sangue do que o habitual
Prendo minha respiração a fim de escutar melhor o ambiente
E quando volto a respirar perco o fio da meada
Irregular
É como me sinto
Mas não me permito sentir apenas irregularidade porque também tenho medo
Ainda tenho medo
E meu coração quer rasgar as paredes do meu peito
E minha respiração brinca com meus ouvidos
E depois com meu pulmão
Tenho o impulso de gritar
Mas existe mais caos ao meu redor do que paz para me agarrar
Fico muda
Afundando
Em mim mesma
E aos poucos as luzes começam a acender
Meu coração para de me atormentar
Minha respiração, cínica, me acompanha de novo
Essa foi apenas uma noite de domingo
~Ataque de pânico
